Diaba

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Park Jimin

Avenida Roosevelt - Kapolei, condado de Honolulu

09 de março de 2022


Duas e quatorze da tarde, sol escaldante e trânsito apertado. Nada que a diaba não possa resolver em segundos.

Passei a marcha, pressionando e rolando o acelerador para dentro com a mão direita, enquanto deslizava rapidamente por entre os veículos de grande porte, ainda respeitando as regras de velocidade da pista. Afiei os olhos em direção ao retrovisor, pegando no flagra um filhinho de papai tentando me fechar no trânsito com seu carro velho de pintura vermelha e desgastada. Desacelerei um pouco enquanto pegava a placa e o modelo.

Gravando as informações na memória, voltei ao meu foco e segui rumo ao escritório de investigação do FBI, onde trabalho há pouco mais de um ano. Fui selecionado após passar em todos os testes, com preferência pela minha experiência anterior como atirador de elite e especialidade em balística, além da minha formação em psicologia criminal.

Eles dizem que eu sou algum tipo de gênio, pelo que demonstro quando incorporo minha persona que usa a denominação de agente especial Park. É, eu sou. E eu sei muito bem disso.

Hoje seria o meu terceiro dia de "férias" do trabalho. Nas minhas curtas férias, o que eu planejava era rodar por toda a ilha de O'ahu, me jogar no mar calmo de Kailua, ou até mesmo no agitado de Waikiki. Queria também fazer uma trilha pela reserva florestal de Kuaokala para me conectar um pouco com a natureza, mas é claro que eu não poderia fazer nada disso.

Maldito seja o momento em que eu atendi o meu celular, pouco tempo atrás.

É o meu chefe, deve ser muito importante para estar me ligando, pensei.

De fato, era importante. Mas tanto assim que eu deveria deixar as minhas preciosas férias para depois quando qualquer outro agente do meu departamento poderia fazer esse trabalho?

É, tanto assim.

Não era qualquer outro agente que poderia fazer o meu trabalho. Aliás, nenhum outro agente era capaz de fazer o que eu poderia fazer. E isso soou tão convencido da minha parte, só que eu não posso fazer nada a respeito disso, já que eu sou realmente o cara.

Mas neste caso era diferente. Pelo menos ele me jurou que seria, bem como disse que era um caso importante e que eu deveria assumir.

"Ah, e arrume suas malas." Foi a última coisa que ele disse antes de desligar.

Apenas concordei e vim à todo vapor para o escritório, deixando a moto estacionada na minha vaga antes de desfilar até o meu destino. Sentindo os raios solares incomodarem a minha vista, coloquei um óculos de sol e joguei o cabelo para trás, deixando ele cair por conta própria sem cobrir os meus olhos. Retirei o casaco preto estufado e endireitei o cinto tático, tateando a Glock por cima do coldre.

- O que deve ser tão urgente para ele dizer com todas as letras que eu deveria assumir o caso? - Joguei o casaco sobre o ombro e apertei os dedos ao redor da alça da bolsa transversal, pensando se havia colocado todos os itens importantes.

Passei pelas portas de vidro, seguindo minha rotina diária até o terceiro andar.

Saí do elevador em passos lentos, observando ao redor. Estava um pouco mais movimentado do que o normal. Cumprimentei alguns colegas de trabalho e segui até o escritório do general Patrick Robinson, meu chefe. Ergui a sobrancelha ao ver dois rostos conhecidos sentados nas cadeiras em frente à mesa de madeira envernizada.

Korean Killer • Jjk + PjmWhere stories live. Discover now