Korean Killer • Jjk + Pjm

Desentendimentos

⚠ AVISO DE POSSÍVEL GATILHO ⚠

(Menção discreta/implícita à importunação/assédio. Se você se sente desconfortável, NÃO LEIA!)

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Jeon Jungkook

Pelos ares - Tennessee, Estados Unidos da América

13 de março de 2022

Pegamos um voo direto para Phoenix, sem escalas. Passamos metade do voo só comendo e conversando, e eu acabo reconhecendo que me sinto muito à vontade com o agente Park, já que não costumo falar tanto assim.

Ele tem essa energia boa que me puxa aos poucos, me fazendo contribuir com qualquer assunto que ele deseje conversar. Sem falar que temos muitas coisas em comum, inclusive nossa maneira de pensar sobre determinados tópicos, o que facilita tudo.

Mas toda essa conversa me deixou agoniado para resolver a situação estranha do vestiário. A reação que ele teve naquele momento não foi muito boa, como se ele soubesse de algo e não acreditasse em minhas palavras. E não é como se eu tivesse me esforçado muito para parecer sincero, não é? Eu simplesmente gaguejei e acabei me contrariando na mesma frase, e ele, que não deixa nada passar despercebido, captou alguma coisa no ar.

E isso me fez ficar inquieto o restante do dia.

Eu preciso descobrir o que ele captou na minha resposta.

- Preciso te confessar uma coisa. - Solto, não me aguentando mais.

Park vira a cabeça para me encarar, franzindo a testa em confusão.

- Você tem algo pra me confessar?

Assinto, respondendo: - Sim, eu tenho.

E então ele ergue uma sobrancelha, desconfiado, antes de dar de ombros e desviar o olhar.

- Vá em frente. - Diz ele, olhando para tudo, menos para mim.

Acho que ele já sabe do que se trata.

- Mais cedo eu me enrolei para te responder. - Murmuro, com o tom de voz num nível baixíssimo, testando as reações dele antes de continuar.

- Me diga algo que eu não sei, comandante Jeon.

- Ok... Você sabe disso, ficou bem claro. - Encaro os meus próprios dedos, me sentindo ansioso. Nem sei por qual razão estou me justificando para ele, mas eu não gostei de ter mentido e tê-lo feito sentir que eu não poderia confiar nele o suficiente para lhe contar a verdade sobre uma coisa aparentemente simples. - Eu não fui treinar mais cedo.

- É, pela sua aparência, eu diria que você passou a noite acordado.

- Eu realmente passei. - Suspiro, cansado.

Ele me fita por alguns segundos, parecendo preocupado.

- Você voltou para o escritório para trabalhar, depois que corremos? - Pergunta o agente, me colocando numa saia justa.

- Na verdade, não. Eu tive que resolver alguns problemas e acabei ficando sem tempo para dormir, então fui direto para o escritório e tomei banho lá. - Explico, estalando os dedos da minha mão pelo que parece ser a centésima vez no dia.