Capítulo 5

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-Ei, vocês estão vivos aí? - a voz persistiu no rádio.

Papai levantou rápido, porém, bateu a cabeça no teto, caindo de dor no chão.

Tomo a frente e pego o rádio:

-Alô! Alô!

-Ah... Você tá aí! Estava preocupado. - o homem do outro lado responde.

-Onde você está? Na rua? Está conseguindo nos ver agora? - papai já recuperado pega o rádio da minha mão e toma controle da situação.

-É, eu consigo ver vocês, estão cercados de zumbis... Essa é a má notícia.

-Tem uma boa notícia? - papai pressiona.

-Não... - minha esperança se vai com essa fala.

-Escuta, seja lá quem você for. Eu não me importo de dizer, eu tô muito preocupado aqui. Minha filha tá comigo, você tem como me ajudar? - papai me olha colocando sua mão sobre a minha que estava apoiada em minha coxa.

-Cara, você devia ver de onde estou vendo. Você ia acabar surtando mesmo - o homem dá um riso forçado.

-Tem algum conselho pra mim? - papai respira fundo quando recebe a resposta.

-É, eu sugiro que vocês saiam correndo daí...

-É isso? Sair correndo daqui? - papai soa com raiva agora.

-Olha, a minha ideia não é tão estúpida quanto parece, tá? Eu tenho uma boa visão daqui. Tem um zumbi ainda em cima do tanque, mas os outros desceram. Estão comendo o cavalo que caiu. Você está me entendendo até agora?

-Sim, até agora. - papai responde rápido com seus olhos focados em mim.

-Tá bom. A rua do outro lado do tanque não está cheia, se vocês correrem enquanto estão distraídos, vocês vão ter uma chance.

-Vocês têm munição? - a voz chia.

Papai olha para mim e percebe que estou sem a mala com as armas.

-Olha, deixamos cair uma mala de armas, dá pra pegar?

-Esquece a mala, tá legal? O que tem aí com você? - o homem pressiona.

-Espera... - papai no mesmo instante vai checar as armas que temos.

Puxo a minha da cintura e vejo que ainda restam 9 balas, papai vê e confirma, de relance meus olhos passam por onde o morto estava e vejo um objeto redondo. Sorrio e o pego entregando para meu pai que guarda a granada no bolso.

-Temos duas pistolas, com dois pentes e com 24 balas. - papai diz limpando o suor que pingava pelo seu rosto.

Aquele lugar estava ficando insuportável de quente e só agora eu estava percebendo minhas roupas ficando molhadas.

-Usa a direita, pula do lado direito do tanque e continua nessa direção. Tem um beco no final da rua a uns cinquenta metros. Vai pra lá tá? - o homem do rádio dava as instruções rapidamente.

Enquanto eu me levanto com a minha pistola em mãos, papai pergunta o nome do homem que responde somente com "o seu tempo está acabando!".

Meu pai sobe na frente, antes pegando uma pá que estava dentro do tanque, usando a mesma logo de início para acertar o zumbi que estava em cima do tanque.

Papai pulou caindo no chão. Pulo logo atrás o ajudando a levantar. Vou na frente atirando em alguns errantes que vinham esfomeados na minha direção, papai cobria os que vinham por trás.

Sempre fui boa no tiro ao alvo, o que papai fez questão de me fazer frequentar, até eu bater o pé e dizer que não gostava de atirar. Hoje isso está me servindo bastante.

Love Keep Us SafeWhere stories live. Discover now