Capítulo 7

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Adormeci enquanto observava melancolicamente o sol se pôr.

Acordei apenas quando o carro parou e papai me chamou:

-Ei, princesa, a gente chegou. - disse acariciando meus cabelos.

-Certo... - digo com a voz arrastada me levantando e saindo pela porta aberta que o pessoal havia deixado.

Escuto várias pessoas rindo e se cumprimentando. Papai me encontra na traseira do caminhão e me ajuda a descer quando ouvimos Morales gritar.

-Ô do helicóptero! Venham aqui dizer um oi!

Papai me dá um sorrisinho confortante e pega minha mão me levando para onde as pessoas se encontravam. Porém, assim que batemos o olho no grupo de pessoas, demos uma estagnada. Podia sentir a mão do meu pai tremer enquanto segurava a minha.

-Ai, meu Deus! - papai e eu dissemos em uníssono.

Ali, bem na nossa frente, depois de tudo o que passamos para poder encontrá-los, vi mamãe ajoelhada na frente de Carl que chorava incessantemente. Ao nos ver, o pequeno correu em minha direção gritando alegremente e me abraçou. Papai nos abraçou logo depois enquanto mamãe vinha chorando logo depois de se recuperar um pouco.

Podia sentir todos os olhares sobre nós, o que em outras circunstâncias eu não curtiria muito, mas agora nada mais importava. Queria ficar apenas abraçada com a minha família o dia inteiro.

-Vocês estão bem, os dois! - Carl dizia enquanto molhava minha bochecha com seus beijos e lágrimas. - Eu falei que eles não tinham morrido, mamãe!

Mamãe apenas me olhava com um semblante triste e aliviado passando a mão em meus cabelos como se eu fosse uma criança. Me abraçava e se desculpava não sei pelo quê.

Enquanto ainda estava no abraço, meus olhos passaram por uma figura que eu não estava muito feliz em reconhecer. Shane nos olhava de um canto com uma expressão estranha no rosto, ele tentava forçar uns sorrisos, mas não parecia verdadeiro.

Carl não desgrudou de mim pelo resto do dia me contando as aventuras que haviam passado para chegar até ali. O pequeno me apresentou a todos do acampamento e me mostrou nossa barraca onde estava cheia de brinquedos espalhados pelo chão, junto com suas revistas em quadrinhos. Suas mãozinhas seguravam as minhas com firmeza e às vezes ele me puxava para um abraço repentino.

...

De noite, montamos algumas fogueiras e nos dividimos para sentar ao redor delas. Mamãe não desgrudava de mim e sempre estava me puxando para um abraço desacreditada da minha presença, enquanto entrelaçava um dos braços do meu pai no seu. Meu irmão caçula estava deitado no colo do meu pai. Haviam mais algumas pessoas por lá como Dale, um bom velhinho dono de um trailer; Andrea, com sua irmã Amy; T-Dog que ainda parecia avoado com a história de Merle, Glenn que se sentava ao meu lado e Shane, que às vezes o pegava me encarando enquanto os outros conversavam.

Papai contava o que passamos para chegar até lá e como se sentia sabendo que não tinha mais a mamãe e o Carl. Disse que a única coisa que o manteve de pé fui em que o dava forças para continuar.

-Quando as coisas começaram a ficar bem ruins... - mamãe começou após um pequeno silêncio. - disseram que iam transferir vocês e os outros pacientes para Atlanta. Isso nunca aconteceu.

-Eu não estou surpreso depois de Atlanta ter caído. - papai diz. - E pelo jeito que ficou aquele hospital, eles...

Estremeço ao lembrar dos corpos do lado de fora do hospital e balanço a cabeça tentando tirar aquela imagem da cabeça.

-É, as aparências não enganam. - Shane disse olhando para mim. - Mal consegui tirá-los de lá... Sabe...

-Eu nem sei por onde começar a te agradecer, Shane. Eu não tenho nem palavras. - papai o interrompe.

Love Keep Us SafeWhere stories live. Discover now