Capítulo 24

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Fiquei com pena de Dale a tarde toda tentando convencer as pessoas de deixar o Rendal vivo. Achei Carl perambulando perto da floresta, parecia assustado, então o puxei para a reunião que estava acontecendo, mas não quis assistir a mesma. Parecia errado decidir o destino de alguém, mesmo que isso implicasse diretamente na integridade do nosso grupo. Eu sabia que eu e Dale não conseguiríamos salvar a vida daquele rapaz. Também nem sabia se eu queria isso. Meu coração ficou partido ao ver o velhinho sair pela porta da frente limpando suas lágrimas. Olhou para mim e apenas balançou a cabeça, mas não entendi o que ele queria dizer. A reunião não tomou o rumo que ele queria? Ele estava chateado por eu não ter ido defender nosso prisioneiro? Eu nunca iria ter essa resposta...

Dary, papai e Shane saíram depois. O caçador não olhou pra mim. Eu ainda não sabia o porque ele havia se distanciado de mim. Eu estava praticamente o tempo todo com ele e depois... Se distanciou. Quase não conseguia o encontrar. Mudou seu acampamento para mais longe ainda da casa. Meu coração deu uma falhada ao pensar que estávamos de certa forma enfraquecidos. Nosso grupo estava distante e fraco.

Observei ao longe o grupo de homens que saiu da casa carregando Randall que estava amarrado em uma árvore de volta para o celeiro. Lágrimas escorrem pelos meus olhos. O que havíamos nos tornado? O que a necessidade nos fez fazer?

-Mas que porra! - Tenho um instinto de defesa e corro em direção ao celeiro.

Cheguei na porta do celeiro. Papai estava em pé na frente de Randall, Daryl e Shane ao lado do rapaz. O menino estava ajoelhado e chorava compulsivamente.

-Papai... - minha voz sai da minha boca em um sussurro.

Na mesma hora, papai abaixa a arma que estava apontada já para a cabeça do menino.

-Atire, pai. Atire! - Carl aparece atrás de mim e eu com os olhos marejados me viro para encarar o menino que com olhar firme me encara.

Tive tempo apenas de ouvir papai mandando Daryl levar o prisioneiro dali. Shane, pegou Carl e eu pelo braço rudemente e tentou nos carregar para longe do celeiro, mas Carl escapou enquanto eu me debulhei em lágrimas sendo solta com força caindo no chão. O ex policial saiu atrás de Daryl que nem olhou para trás.

Papai e Carl correram até mim e papai olhou surpreso para o ex policial que andava sem se importar com o que papai pensaria disso. Depois de me dar um abraço e sussurrar um pedido de desculpas para mim e Carl, papai nos levou de volta para o acampamento.

-Ele será mantido em custódia por enquanto. - comunicou a todos.

Pude perceber que o pessoal suspirou com alívio. Eles não queriam que o rapaz morresse...

-Vou procurar o Dale! - Andreia levanta animada.

Mamãe conversa com papai e os dois se afastam, do jeito que ambos olham para Carl, eu sabia que papai estava contando o que houve.

Papai e mamãe pareciam estar se entendendo depois de algumas brigas que eu percebia que eles estavam tendo. Deixei escapar um sorriso quando papai a abraçou. Até que escutamos um grito ao longe.

-Pega o Carl! - papai grita para mamãe e me olha. Aquele olhar para seguí-lo.

Meus olhos ainda estavam inchados e minha visão turva pelo choro de alguns minutos atrás, saí colocando minha pistola em mãos aos tropeços atrás do xerife. Papai ordena que T-Dog leve uma espingarda enquanto eu tomo a frente e percebo que os gritos eram dele...

-Dale! - grito sentindo meus olhos marejarem novamente. - Não! Não! Dale!

Ele gritava porque um errante estava sobre ele. Eu estava a uns vinte metros quando o monstro começou a rasgar o seu peito. O velhinho gritava mais alto quando cheguei empurrando o morto para o lado, derrubando e levantando para pisotear e esmagar sua cabeça.

Love Keep Us SafeOnde histórias criam vida. Descubra agora