Confissões de um Híbrido

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Autumn

*

Senti angustiado. Minha cabeça doía. Tudo em mim formigava. Estava com sede. Muita sede. A minha garganta latejava.

O que eu queria era sangue. Não podia mais roer as unhas, já estava sangrando, tive que chupar o meu próprio sangue dos meus dedos, limpando tudo. Ele fez isso comigo.

A culpa por estar assim, é dele.
Meus dentes doíam. Como se estivesse nascendo dente na minha boca.

Ouvi a porta se abrir. Minhas pernas tremiam. Estava sentado sobre o o chão perto da minha cama, quando me levantei em sobressalto.

Logo me arrastei para debaixo da cama. Não quero que me veja e não vê-lo. Se eu ver, vou pular em cima dele e morder seu pescoço.

Ouvi a porta ranger, me virei e vi a porta se abrindo aos poucos.
Meu coração disparou. Queria seu sangue. Minha saliva escorria em meus lábios pingando no chão.

Eu vi suas botas marrons de couro adentrar em meu aposento, fechou a porta atrás dele, bateu com força e meu corpo tremeu.
Fique longe. Não quero beber. Eu quero. Mais fique.

_ Saía daí debaixo coelhinho. Eu sei que estás aí. Só saía daí.

_ Não vou. A culpa és tua. Vossa senhoria que fez isto comigo. Agora eu estou...

_ Com sede? Eu sei? Eu passei por isso quando estava em transição.

_ Transição para quê?

_ Vampiro.

_ Vossa senhoria já foi humano?

_ Já sim. Há muito tempo atrás. Saía daí, não vou falar com você olhando para os seus pés nas correntes.

_ Não quero.

_ Saía daí.

_ Não quero.

_ Saía logo.

_ Não quero.

_ Já chega!

Senti suas mãos apertaram firme meu pé debaixo da cama para fora. Ele me virou, olhei para ele de pé com as pernas de cada lado da minha cintura.

_ Descobri algo sobre você...

_ Eu não quero saber.

_ Não ligo. Tu vai escutar tudo.

_ Não quero. Não me importo.

Levei minhas mãos aos ouvidos e pressionei eles para não ouvir. Ele me puxou com os braços, cheguei tão perto que senti seu cheiro. De frente de seu pescoço, eu queria cravar meus dentes no seu pescoço pálido. Nunca reparei, mais seu pescoço tinham veias rodadas clara, minha vontade era morder onde eram as veias.

_ Eu já sei de tudo. Passei a trinca em claro pensando sobre mim... Vossa senhoria não precisara me contar mais nada.

Murmurei baixo com os meus lábios quase tocando seu pescoço macio. Senti seu cheiro de cravo adentrar nas minhas narinas.

Tentei recuar, mais suas mãos eram fortes e grandes demais que foi em vão tentar me soltar.

_ És sério? Tu sabes?

Assenti.

_ Eu sou um híbrido. Metade humano e metade vampiro.

Não posso fazer isso, eu tenho que resistir, ele me jogou contra a minha cama, levantou meus braços para cima da minha cabeça e às juntou. Sua perna ficou entre as minhas.

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