Lorde Drácula

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Drácula

*

No alto vimos uma coloração do céu noturno cheio de estrelas e abaixo luzes da cidade de Lunar. A cidade das bestas.

Com as capas longas e escuras, escondemos os nossos rosto. Os monstros que vivia na cidade não desconfiou de nós, então seguimos em frente até às montanhas. Lá era onde  Lorde Kael vive.

Estremece as mãos fechando-as. Em seguida senti o toque suave de coelhinho que relaxou os meus músculos. Vi seus olhos brilhantes por trás da capa.

_ Vós estás bem? Estás mais pálido do quê de costume.

_ Ele não gosta de Lorde Kael, ele foi estuprado por anos pelo Lorde dos Lobos.

Retrucou Mor, desviei o olhar de Coelhinho para o Mor em aviso; cale-se antes que eu arranque a sua cabeça.

Mor calou-se espantado como se aquilo saiu sem querer de sua boca. Coelhinho ficou pálido, pasmo, perplexo. Surpreso... E por fim, um olhar de pena. Lancei um sorriso fraco quase não tendo uma fração de sorriso:

_ Não precisa se preocupar, desliguei a minha humanidade. Eu não sinto mais nada...

Andei em direção das montanhas e coelhinho segurou as minhas mãos com força, impedindo que eu andasse.

_ Mor e Tamilin, poderiam seguir a diante? Eu quero conversar a sós com Lorde Drácula.

Os dois seguiram para as montanhas deixando o coelhinho e eu a sós no meio das bestas que tinham o dobro de nossos tamanhos.

Os lábios de coelhinho estremeceu, lancei um olhar frio.

_ Você foi mesmo estuprado?

Assenti sem demonstrar nenhuma afeição, permanece com um olhar amargo para coelhinho.

_ Como?

Dei de ombros.

_ Tamilin e eu éramos de família pobre. Estávamos devendo muito dinheiro para alguns vendedores que a minha mãe devia para cuidar de Tamilin e eu. Então chegou os vampiros e os lobos. Eles precisavam de escravos então, minha mãe nos vendeu para eles, Tamilin ficou na Corte Primordial e eu fiquei na Corte Noturna. Não preciso dizer mais nada... Acho que já entendeu até onde isso foi parar.

A minha voz saiu mais rouca, e com ela veio um gosto amargo que eu não queria sentir. Coelhinho segurou as lágrimas, mas estava exposto sua afeição de pena.

_ Por quanto tempo?

Dei de ombros.

_ Não importa...

Ele agarrou uma das minhas mãos com mais força, ele era forte para um mortal jovem.

_ Por quanto tempo?

Ele repetiu levantando a voz com amargo na boca. Sorrio em escárnio.

_  Por dez anos. Depois cinquenta anos contando quando virei vampiro. Quando virei vampiro me tornei o Drácula, mais ele me achou. Eu tinha forças para me defender, só que eu não sei o que aconteceu comigo. Quando vi Kael, eu estremece de medo. Não consegui me mexer, ele me trouxe de volta para a Corte Noturna e me trancafiou no castelo dele e me estrupou por anos. Conheci Mor quando estava procurando o novo Drácula, que havia sumido da Corte Crepuscular... Isto é, eu... Mor veio a Corte Noturna me procurando. Foi aí que ele me viu. Me tirou daqui e me levou de volta para a Corte Crepuscular. Tinha dezesseis anos quando fui vendido e virei vampiro aos vinte e seis anos depois da guerra. A guera contra os humanos, matando-os. Eu não matei àqueles humanos, estava preso sendo estrupando... Quando Mor me disse que podia desligar a minha humanidade, não pensei duas vezes para desligar. Foi aí que comecei a matar os humanos, mais não me arrependo. Mas tudo mudou quando conheci Atlas, ele me fez ver que nem todos os humanos são podres e medíocres.

Era óbvio que o coelhinho ficou em choque ao ver a minha verdadeira história. Mais dava pra ver que ele sentiu pena. Me agarrou e me abraçou forte.

_ Não preciso de sua pena, eu não sinto nada... Lembra? Eu desliguei a minha humanidade. Não sinto nada.

Ele ergueu o olhar para mim.

_ Não sinto pena de você, estou triste. Triste em saber que o homem mais forte que existe jogou fora a única coisa que te faz humano. Eu sinto pena era do humano que era, agora o que vejo é um homem vazio que não pensou duas vezes e jogou tudo fora.

Ele rosnou e senti um gosto amargo na minha boca.

_ Foi a minha escolha, mortal.

Respondi com escárnio.

_ Vós zomba até da sua própria vida? Eu estava certo... Vós és um monstro. Mudei de ideia, eu sinto pena... Pena que você simplesmente jogou a sua alma no lixo.

Sua voz foi fria e cada célula do meu corpo foi perfurado com as suas palavras.

Toquei a mão no meu peito, doeu. Suas palavras doem em mim.

" Porquê?"

Eu não sinto mais nada...

_ Porquê tuas palavras me doeu tanto?

Queria chorar, mais não possuo lágrimas...

Segui eles andando devagar, quando saímos da cidade e adentramos a floresta a caminho das montanhas, havia percebido que estava sozinho. Olhei para o chão e uma possa de água abaixo de mim. Vi meu rosto pálido e frio, sem nenhuma expressão. Apenas um vazio profundo... Suas palavras me tocaram como uma fagulha.

Em um longo caminho para as montanhas, vi Autumn parar no meio do caminho e virar para a minha direção. Retirou a capa jogando-o para longe, e o vento levou embora. O coelhinho pulou em cima de mim e me deu um beijo, um beijo lento sem a língua adentrar na minha boca. Quando tentei te tocar, ele me largou e virou de costas para mim e continua andando e parou de novo.

_ Quando terminarmos aqui, vós vai ligar a tua humanidade. Se tú queres que nosso nosso círculo íntimo não vive um estorvo para nós, trás o seu lado humano de novo... Sei como és ter um passado traumático cercado de pessoas que só te querem o mal. Só que vós estás a dar para ele o que ele sempre queria.

_ A minha bunda?

Falo em escárnio e ele fez uma expressão melancólica.

_ Não, o seu lado bom. O lado de um homem que foi tirado à séculos. O que foi roubado. O que foi tirado.

Ele voltou para mim e tocou em meu rosto.

_ Lembre do quê tú era, deixe a raiva e a dor sair. Não se esqueça de como era quando era humano, pode ser doloroso o que viveu. Mais com a dor vem o amor... És assim que nos humanos somos.

Toquei em seu rosto.

_ Eu não sou mais humano.

Ele sorriu. Um sorriso triste, carregado de melancólica que me fez tremer.

_ És sim. Só precisa acha-lo.

Ele tocou em meu peito.

_ Liberte-se. Liberta a sua alma, sua dor. Sua fúria. Solta das correntes. Uma fera como vós não pode ser enjaulado.

O Noivo Do Drácula Onde as histórias ganham vida. Descobre agora