Voltando para casa: Corte Crepuscular

541 70 1
                                    

Drácula

*

Era brilho demais pra mim, queria sair desse lugar e voltar para a minha casa. Ficar aqui és irritante.

Sentando numa poltrona branca e macia, giro a taça de ouro com sangue na minha mão.

Levo em minha boca. O gosto forte desce na minha garganta, não era o gosto dele. Me levanto da poltrona e ao redor um salão  prateado no teto ao chão, o piso dourados, as janelas altas a luz do sol refletia dentro do cômodo espaçoso, coloco a taça numa mesinha baixa dourado e coloco a taça ainda cheio, encontro Ellyon em pé na porta alta.

_ Não precisa mais estás aqui, o círculo íntimo.

_ Isso não deveria estar acontecendo.

Piso fundo até ele, não estou gostando disso, preciso resolver isso logo. Ele passa por mim indo em direção para o espaço aberto onde o sol refletia dentro do salão pegando entre os dedos sobre o tecido de seda branca da cortina nas janelas.

_ Não fique tão bravinho, tu sabes que o nosso mundo ninguém morre sozinho, mesmo que viva pela eternidade. Só estás na hora de seguir em frente.

Aperto as mãos em punho, como se fosse querer algo com alguém de novo.

_ Resolva isso logo. Agora!

Levantei a minha voz em um rosnado. Estava cada vez mais nervoso, era pra isso ser resolvido, ele arquea a sobrancelha.

_ Não és assim que funciona, o círculo íntimo não podes ser quebrado, uma hora vai ter que aceitar que és o destino.

_ Destino... Isso és sério?

Um sorriso melancólico no meu rosto. Levo a mãos aos olhos limpando a lágrima antes que eu chore de novo. Ele continua me encarando sério.

_ Eu não quero ninguém na minha vida, para quê? Para depois me jogar fora?!

_ Não és assim, eu entendo...

_ TU NÃO ENTENDE PORRA NENHUMA!

Sinto raiva, tristeza, a minha vontade agora é quebrar tudo.

_ És uma pena que seu antigo parceiro não foi como tu imaginou.

_ Parceiro?! Eu nem sei se ele me considerou um parceiro! Eu fui só uma carne para saciar seus desejos e mais nada, depois que se cansou de mim e me entregou para os vampiros!

_ Eles te trataram mal?

_ Não!

_ Eles te machucaram?

_ Não! Mais eu queria ter morrido, aquela vampira não me deixou escolher, eu queria a morte!

Senti agonia no meu peito, senti um nó no meu coração, eu sentia que a qualquer momento eu ia desabar, sentia que o chão eu me mantenho está quase se rachando, e a qualquer momento eu vou cair e não vai ter um chão no fim para fazer eu parar de cair.

_ Só porquê o seu último relacionamento não deu certo, não significa que os outros vão ser.

_ Vai sim! Eu sei que vai!

_ Remo...

Eu odeio quando me chamam assim.

_ O MEU NOME NÃO É REMO! NÃO ÉS MAIS! ERA QUANDO ERA HUMANO! O MEU LADO HUMANO MORREU! JUNTO COM MEU NOME!

_ Se esse não és seu nome, porquê diz que é seu nome?

Minhas mãos tremem, odeio quando me diz assim, sinto enjoado, sento de volta na poltrona. Ergo a cabeça para trás.

_ Remo, tu tem que parar de olhar para trás e seguir em frente, tu não pode seguir a vida assim, se remoendo, guardando mágoas, guardando ressentimento, não faz bem para você.

_ Como se eu me importasse...

_ Remo...

Olho para ele com raiva, quantas eu terei que dizer que não gosto desse nome?

_ Vá para casa, busque o garoto na Corte-

_ Não!

Pulo de novo da poltrona, sinto raiva de novo em mim, toda vez que me acalmo, uma onda de raiva me varre de novo ao chão.

_ Já chega disso, quando vai perceber que isso não vai a lugar algum? Vós sempre afasta quem tenta se aproximar de você.

_ Bem vindo ao meu mundo.

_ Não, escute com atenção, tu vai lá e tira aquele garoto de lá e vai levar para a sua casa!

Ele levanta a voz, ele parece mais nervoso. Olho diretamente nós seus olhos.

_ Não.

_ Sim tu vai.

_ Eu não vou.

_ Será que dá pra parar de forçar que o círculo íntimo não seja completado.

_ Eu posso sim!

_ Tu não pode. Pode afastar dele de você. Mais sempre pode voltar.

_ Será que dá pra parar de falar assim?

Giro meu corpo de lado para o outro. Ele continua me seguindo com os olhos.

_ Vá para casa. Drácula. Vá para casa. Ele deve estás esperando por ti.

Ergo o dedo no rumo do seu rosto.

_ Cala a boca, eu não quero ver ele nem pintado de ouro.

Ele ri.

_ És sério? Não senti nenhuma vontade de vê-lo?

_ Nenhum pouco.

Eu rosno para ele.

_ Ti vai agora para casa.

_ Ótimo. Porquê assim eu não preciso ouvir mais tu.

Posso por ele batendo o meu ombro no teu.

_ Vai ter uma surpresa quando chegar.

Fico confuso.

"O quê isso quer dizer com isso?"

Viro para trás, a porta prateado se fecha e ele olha pra mim com seus olhos azuis e um sorriso de lado e por fim a porta se fecha.

Saio do castelo de ouro e desço da colina, ouvindo as ondas se chocando contra as rochas abaixo da colina prateado com trilhas de pedras dourados brilhantes, no fim do caminho o meu chofer ainda me espera na carruagem.

Fiz um sinal para o homem bronzeado e roupas escuras que é hora de ir embora, entro na carruagem e fecha a porta, sinto a carruagem se mover indo em direção da minha casa. Finalmente. Vou ir embora.

O Noivo Do Drácula Where stories live. Discover now