Capítulo 09

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07/09/2025Dias Atuais New York City

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07/09/2025
Dias Atuais
New York City

     Yelena dirigiu por horas, idas e voltas, os mesmo quarteirões e entradas de saídas da cidade, saídas do local que precisava sair para entrar no que deseja, no que não consegue ir porque não há coragem. É uma covarde talvez.
     Ela não vai ao túmulo de Natasha faz muito tempo - desde que foi encontrada por Valentina lá, onde foi convocada à uma missão falha. Morte à Clint-, depois do ocorrido nunca mais pisou lá por vergonha, vergonha de ser tão Yelena, ser tão frágil, inocente demais e talvez teimosa demais.
     Então não teve coragem o suficiente para ao menos sair da cidade, seguir o caminho ao lugar, seguir ao ponto de desabafo, ao ponto de choro.

     Desde o final de contato com S/N - o novo nomear de tormenta que não sai mais de sua mente-, saiu da torre, sentiu o sufocar da consciência, ela precisou sair de onde estava porque a anestesia acabou, saiu dos braços da mais nova e isso foi um "baque", um "de volta pra casa", a sua realidade. Ela estava de frente a uma figura que talvez precisasse dela de um jeito que ela não poderia proporcionar. Era muito o papel de "tia", era muito o "querer ser o que não é", é muito o "recente", é tudo muito demais... muito demais querer fazer tudo sem conseguir.
      Em sua mente rodava a necessidade de Nat, o que Nat iria querer, o que Nat faria. Esses são seus crucifixos - o que deveria ser de acordo com o que Natasha defenderia-. Natasha é seu crucifixo. E ela ficaria orgulhosa dela independente do que Yelena interpreta ou tenta agora? Tenta levantar.
     Ela acha que de algum modo é necessário uma autorização ou um rumo para prosseguir, talvez precise aprender a andar com suas próprias pernas - como sempre fez antes da tragédia acontecer-. É essa a parte difícil, andar sem o apoio de alguém, de alguém que ela quer se prender ou espelhar. Copiar.
     Então... em sua cabeça tem que cumprir a lógica que parece ser a de Nat, querer ser o que ela aprovaria, o mais fácil...
    Difícil. Difícil por essa máscara não servir em seu rosto, em sua alma inquieta e chorosa.

    Mas ela não estava bem? Essa página já não havia sido virada? Por que tão fraca agora? Por que tão medíocre agora? Por que tão... indefesa? Tão humana? Não seria a soma dos caminhos apontados as respostas? 
     A verdade é que só se compreende algo quando para de querer compreender o incompreensível, quando passa a ser si só, quando o que você quer - e se você quer compreender- se manifesta. Não uma sombra falsa da qual se esconde quando seus muros falhos se erguem de mentira.
  
    Yelena engoliu o choro vergonhoso milhares de vezes durante o dia, durante suas voltas pela cidade, durante suas tentativas falhas - aparentemente igual todas as outras- de coragem, durante todas as recusas de chamadas de Kate que lhe ligou incansavelmente.
    O que sobrou foi a exaustão, a exaustão de tentar, então se colocou a voltar para casa com o rabo entre as pernas, vergonha na cara e alma implorando perdão à irmã falecida por ser tão fraca a ponto de não conseguir ir visitá-la.

     Então se trás ao agora, o presente, já noite, o complexo todo se encontra escuro.
    Silenciosamente saiu do carro, entrou apressada pelos corredores até na parte casual, a sala. Nela só a luz da TV prevalecia, uma Kate desacordada e uma S/N que prestava atenção no que passava nela, até então. Até a chegada de Yelena pela porta.
      A mais nova desvia o olhar da tela, passando a fitar a outra mulher, sua feição neutra se desmancha formando uma de confusão preocupada.
    "Yelena está mal"- foi o que pensou ao ver a exaustão no rosto da mais velha.

𝐈 𝐖𝐀𝐒 𝐀 𝐂𝐇𝐈𝐋𝐃 - 𝗬𝗲𝗹𝗲𝗻𝗮 𝗕𝗲𝗹𝗼𝘃𝗮 𝗫 𝗬𝗼𝘂.Onde histórias criam vida. Descubra agora