Capítulo 9 - Lucas

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O maníaco retorna ao lar

(+16): Este capítulo possui violência física e palavrões.

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Lucas Silva


17 de dezembro.

Acordei bem cedo e todo quebrado, como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. Ainda fiquei uns minutos parado na cama fazendo download da minha alma.

Ontem passei o dia inteiro organizando minhas coisas e procurando vagas de emprego pela internet, que mal tive tempo de ir visitar Maria depois daquele caos de dois dias atrás. Eu sei que presentes não irão melhorar o clima, mas minha linguagem de amor é receber presentes, então... Vai que funcione com ela também!

Levantei e não vi ninguém a vista, sinal de que ainda estavam em seus quartos, então comecei a fazer café. No silêncio que a cada fazia, comecei a refletir sobre minhas escolhas e eu mesmo. Creio que eu tenha mudado meu jeito de ser e pensar nos últimos dias e isso vem mechendo comigo.

_ Ai, puta que pariu, o que você faz acordado a essa hora? Você é sempre o último a acordar! - Cochicha Giovana enquanto entrava em casa e fazia de tudo para a porta fechar sem muito barulho.

_ Estou sendo mais responsável, Giovana... Coisa que você também deveria - Respondi de cabeça baixa enquanto colocava café na garrafa.

Ela bufou e se revirou, indo ao quarto de Charlotte, onde agora dormia depois da briga com Felipe. Sentei a mesa, sozinho, e tomei café, sozinho. Acho que estou entrando numa crise existencial, ou talvez precise voltar a parar de me preocupar com o amanhã e viver mais.

Logo me levantei, fui ao meu quarto e peguei uma sacola decorada que havia comprado e deixado sob minha mesa, além de um pequeno buquê de flores azuis. Ao sair do quarto, me encontrei com Marcos, que parecia extremamente distraído com seu celular e mal notou minha presença.

Peguei o elevador, e fui até o prédio ao lado, liguei no interfone para Maria, e ela disse que iria abrir a porta logo logo. Esperei um tempo, até que ela desceu, parecia feliz quando me viu, mas ao mesmo tempo impaciente, olhando para todos os lados, procurando alguém pela rua. Ela abriu a porta, me abraçou e ficou mais feliz ainda quando mostrei buquê e a sacola com presentes, nós entramos e sentamos no sofá, ela me perguntou se eu queria café, aceitei por educação, mas disse que já havia tomado em casa, ela trouxe as duas xícaras até a sala de estar, ligou a TV e deixou no volume mínimo, tomou um gole e deixou a xícara sob a mesa, pegou na sacola e começou a abrir, animada para descobrir o que eu havia comprado.

_ Hmm, uma caixa de bombom, adoro essa! - Ela falava com entusiasmo.

_ Tem mais aí dentro... - Respondi enquanto tomava um restinho de café - Se não gostar, não fui eu, foi minha amiga que escolheu - Ri no final.

_ Que lindo! - Ela levantou com o vestido curto, cor branco e azul, com renda de flores em suas mãos, colocando-o depois sob o peito e vendo seu tamanho.

_ Gostou? Eu sabia que iria combinar contigo! - Sorri com cara de quem havia acertado em cheio.

_ Claro que gostei, já vou usar na próxima vez que sair... - Olhava profundamente para mim, parecia tão feliz, mas logo olhava para baixo e seu sorriso sumia, revelada uma cara tristonha.

Eu fiquei a observando por um tempo, em silêncio, apenas o som da TV circulava pelo espaço, então decidi quebrar o clima ruim.

_ Que tal se você provar como que fica? Vai que tem que trocar, né?

_ Sim, eu sei, é melhor mesmo... - Ela voltou a sorrir.

_ Vai que não cabe... Não querendo dizer que você é gorda ou algo do tipo - Falei brincando e ela começou a rir enquanto caminhava ao quarto para se trocar.

Fiquei no sofá, esperando por alguns minutos. Ela era muito vaidosa até mesmo com seu apartamento, estava tudo tão limpinho e bem cuidado, exceto uma porta branca aos fundos, que parecia quebrada, era possível ver a madeira torcida e a maçaneta torta. Escutei seus passos, ela havia saído do quarto. Olhei para ela novamente, quase paralisado, fiquei encantado com aquela delicadeza que ela tem, pegando na saia do vestido e rodando para o lado e para o outro. Talvez meu olhar tenha desviado algumas vezes, o que pelo menos possibilitou enxergar uma pequena mancha avermelhada que ela tem na coxa esquerda, ela tentava esconder, de certa forma.

_ O que é isso? - Eu perguntei apontando pra ela.

Ela olhou para baixo, e de maneira séria, observou a si mesma, pegou as pontas do vestido e puxou um pouco mais para baixo, olhou-me e respondeu:

_ Não deveria estar olhando... - Dizia com as mãos para trás.

_ Desculpa, esse não era o intuito

_ Foi constrangedor - Ela respondeu quase encima da minha fala e olhou para baixo - Eu adorei os presentes, mas acho que tenho algumas coisas para fazer hoje...

_ Sim, eu já vou indo embora, também já está na minha hora - Levantei e me dirigi até a porta, ela veio logo atrás.

Porém, ao abrir a porta, me deparei com um cara alto e forte, parte dos seus cabelos loiros escuro escondia um dos seus olhos, mas era a possível observar um olhar raivoso e sério, ofegante, de quem subiu as escadas correndo. Olhou pra mim e depois o olhou para ela.

_ Quem é você? - Perguntou olhando nos meus olhos e se aproximando - O que tá fazendo aqui?

_ Calma, Jonathan, esse é meu vizinho... - Maria falava baixinho.

_ E por que ele tá no seu apartamento? Não sabia que gostava dos seus vizinhos - Ele se aproximava mais de mim.

Eu desviei para trás, percebi que provavelmente iríamos terminar numa briga e como ele era bem mais forte, resolvi apaziguar, coloquei a mão na frente do meu peito, para tentar afastá-lo.

_ Não quero me envolver em discussão, já estou indo embora - Respondi com seriedade.

_ Agora que eu te vi, não vai não! - Ele disse enquanto puxa minha camisa com os braços e me empurra para trás.

Acabei tropeçando no pé de Maria e bati com as costas no sofá. Ela começou a chorar e pedir para que ele não fizesse nada. Fiquei um pouco tonto na hora. Segurei no sofá para não cair no chão, e tomado de ódio e medo ao mesmo tempo, o ameacei sem nem pensar nas consequências.

_ TÁ ACHANDO QUE É QUEM? QUE PODE CHEGAR NA CASA DOS OUTROS BAGUNÇANDO A PORRA TODA? - Gritei apontando o dedo na cara dele.

_ Essa casa é minha e essa é minha namorada, quem tá bagunçando as coisas aqui é você! - Ele me respondeu gritando e cuspindo, em seguida me deu um soco que eu nem vi de onde veio, mas foi o suficiente para me deixar mais tonto e cair ao chão, não pude enxergar mais nada depois disso e só ouvia os gritos de Maria, chorando. Não consegui me mover e desmaiei ali mesmo.

 Não consegui me mover e desmaiei ali mesmo

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1139 palavras

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