Capítulo 13 - Shay

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Shay Nidaros

_ O que faz aqui? - Perguntei-a olhando em seus olhos, para que aqueles ao redor percebem nosso contacto e não ousassem invadir esse espaço

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_ O que faz aqui? - Perguntei-a olhando em seus olhos, para que aqueles ao redor percebem nosso contacto e não ousassem invadir esse espaço. Abaixo, na altura do peito, notei que segurava uma taça, provavelmente recebida na recepção de Miguel.

_ Bom, eu vi os stories do seu amigo... Aí decidi vir - Respondeu ao dar um gole.

Suspirei alto.

_ E onde vocês se conheceram? - Perguntei enquanto a chamava com a cabeça erguida para caminhar até o outro lado da área externa da casa, onde teria menos barulho e pudéssemos conversar melhor.

Ela piscava os olhos várias vezes, andava devagar e olhava para baixo, consegui sentir que estava nervosa, como uma desconhecida em meio àquela multidão. Ela não pertence à lugares como esse. Ou talvez a pergunta tenha sido seca e indelicada de mais, não sou de falar tanto assim e costumo ter respostas curtas. Aliás, dependendo de como se conheceram, certamente, eu não quero nem sequer ouvir o que ela irá dizer.

_ Na verdade eu não o conheço - Respondeu ela ao dar passos largos, mas lentos. - Apenas apareceu o perfil dele lá, aí eu cliquei para ver e aqui estou - Completou toda animada e sorridente.

Confesso que achei engraçado e também sorri enquanto tomava minha batida de vinho.

_ Que mal lhe pergunte, mas... - Suspirei ao olhar para baixo antes de terminar a pergunta, então voltei meu olhar franzido a ela - O que estava procurando no perfil dele?

Ela ficou estática e virou seu olhar rapidamente a mim. Ali, já não ouvíamos o som da música tão alta, apenas o balançar das palmeiras do jardim e os passarinhos que perambulavam nos ares. Seus olhos de cor escura e profunda, quase pretos, brilhavam como um reflexo do universo. Após nossa pausa, ela olhara para baixo, deixando um dos seus cachinhos castanho escuro entrar na frente de seu rosto.

Acho que ela encontrava-se mais nervosa do que eu naquele momento.

_ Ah, eu na verdade não sei - Respondeu ela voltando seu a mim. - Apenas o vi te marcar em algo, pensei: por que não? - Completou a frase segurando uma das mãos no outro braço, que segurava sua taça.

Ficamos a nos encarar por bons segundos. Minha respiração parecia um tanto agressiva e ofegante, minha visão ficara turva por segundos, creio que o álcool já circulava pela minha cabeça, isso me tira a paciência com facilidade, mas sem dúvida alguma, melhores festas são as que não exagero e consigo me controlar.

Voltei a enxerga-la com clareza, ela passeava com os lábios cor vinho ao redor da boca da taça, brincava com os dedos no estreito do vidro, balançando-o devagarinho, quase como uma dança sensual e um belo jogo de olhares, reluzentes como uma ônix, encaravam-me fortemente, mas não me intimidavam nem um pouco, eram grandes e redondos demais, demonstravam fofura e meiguice.

A Quarta ParedeWhere stories live. Discover now