Capítulo 10 - Charlotte

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Primeiro dia

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Charlotte Lima

17 de dezembro.

Hoje eu começo a trabalhar no meu mais novo emprego, no centro da cidade, na Open House Alto'Mar, uma lanchonete temática de piratas, então sim, isso significa que passarei cerca de 9 horas do meu dia vestida de tripulante (patético), mas para quem estava desempregada, melhor do que nada, afinal, as contas não serão pagas com o vento.

Senti o cheiro de café vindo da cozinha, ao sair do quarto, notei que o quarto de Lucas estava vazio, mas ele também não se encontrava com os rapazes na mesa, já montada para o café da manhã.

_ Bom dia, meu povo! - Eu disse enquanto bocejava.

_ E aí, Bela Adormecida? Pronta pro seu primeiro dia? - Perguntou Marcos enquanto tomava um gole de café.

Felipe também não se encontrava, o que era estranho, afinal, ele trabalhava a maior parte do tempo em casa, fazia as redações do jornal pelo computador e de vez enquando ia ao estúdio de TV para reuniões com os seus chefes, para discutir novas coisas para o jornal. Será que ele estava tentando evitar conviver com a Giovana?

(Não dou nem uma semana para os dois estarem juntos novamente)

_ Sim, mas é óbvio, tô ansiosa até os dentes! - Sorri e sentei na mesa ao lado de Luisa. - Vem cá, alguém aí tem notícias do Lucas?

Era melhor perguntar do Lucas do que do Felipe, senão iríamos ter que ficar horas ouvindo os escândalos da Giovana.

_ Eu vi ele saindo de casa, logo depois que a Luiza foi trabalhar, agora para fazer o que? Aí eu já não sei - Respondeu Marcos olhando para Luiza, esperando que ela soubesse de algo.

_ Ele não me mandou nenhuma mensagem avisando nada. - Luiza completou a ideia de Marcos.

_ Hmm, que estranho... - Falei enquanto bebia meu café e observava Giovana nos ignorando, com cara de quem ainda queria matar alguém.

_ Vai ver, ele achou uma gata no meio do caminho e ele acabou sendo adotado! - Brincou Marcos, rindo de situação junto as risadas de Luisa.

_ Aí aí, muito engraçadinho, viu? - Ri junto com eles, deixei minha xícara na mesa e me levantei para trocar de roupa, pegar minhas coisas e sair de casa.

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Chegando ao centro da cidade, entrei pela porta da frente do Alto'Mar, ainda estava meio vazio, mas era lindíssimo - estranhamente parecia o Restaurante do Siri Cascudo - as paredes lembravam madeira, tinha bandeiras de vários países penduradas no teto, as mesas eram como baús de tesouro, as cadeiras tinham formato de âncoras, era incrível. Fui muito bem recebida por um dos funcionários, o Tadeu, que chegou em mim, já perguntando:

_ Com licença, você é a garota nova, né? - Dizia ele, tímido e apontando para mim.

Ele era muito fofo e meigo, tinha uma voz doce e delicada, seus olhos eram castanho escuro ao ponto de não dar para enxergar muito sua pupila, como a de um bebê, parecia introvertido, cara de quem gostava de ficar sozinho num canto e ler um bom livro, de estatura, tinha minha altura, porém era bem mais gordinho do que eu.

_ Sim, eu mesma! Começo hoje! - Respondi de maneira simpática.

_ Bom, vou te entregar o uniforme, vem comigo. - Virou as costas e esperou que eu o seguisse. - Agora de manhã o movimento é bem fraco, fica mais agitado no horário do almoço, a noite a gente muda tudo pra ser um baita de um open bar, que fica aberto até de madrugada, nessa hora, isso aqui fica parecendo uma balada. - dizia ele sorrindo e animado, mostrando-me os lugares internos e como funcionava ali.

_ Meu Deus, deve ser cansativo, mas divertido também... - Tentei responder.

_ É divertido até você encontrar alguém vomitando e tendo um coma alcoólico no banheiro. - Ele virou para mim, ria da situação que provavelmente foi experiência própria, e eu ria de volta.

_ Okay, essa deve ser uma experiência realmente traumática que não quero passar! - Ressenti o acontecimento.

Ele me entregou uma sacola com o uniforme de pirata e outro uniforme de marujo, eu fui ao banheiro me trocar e após isso, ele me levou para o caixa, onde eu ficaria a maior parte do tempo, atendendo as pessoas. Ele era garçom, e ficava rodando as mesas, passei boa parte do tempo observando o que ele fazia, logo fiz amizade com os cozinheiros também, Luís e Junior, eram engraçados, contavam piadas a cada segundo, faziam dancinhas animadas e cantavam um coral de forró e sertanejo sofrência o dia inteiro, além de imitar memes que viam na internet.

Naquele momento, senti saudades do meu amigo Shay, fazia um tempo em que não conversávamos, mais de 2 dias, pra ser mais exata. Peguei meu telefone no bolso, abri nossa conversa e resolvi mandar um "oi".

 Peguei meu telefone no bolso, abri nossa conversa e resolvi mandar um "oi"

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782 palavras

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A Quarta ParedeWhere stories live. Discover now