Capítulo 20 - Felipe

49 12 84
                                    

Felipe

28 de dezembroTERESINA

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

28 de dezembro
TERESINA

Despedidas são sempre dolorosas e repletas de melancolia, ter que partir é terrivel, mas as vezes também podem despertar uma certa alegria nostalgica, aquela vontade de que poderia voltar ao tempo, viver tudo novamente ou fazer tudo diferente, porém eu e Marcos precisamos voltar para casa e continuar nossa rotina.

Já haviamos arrumado todas as malas quando olhei pela última vez as notificações no meu celular e uma mensagem dizia: "Oi, boa tarde! Eu preciso dizer uma coisa...".

Confesso que meu coração acelerou um pouco, mas busquei ignorar a mensagem e continuar meu rumo a garagem, onde minha tia Lúcia nos esperava.

_ O Gabriel vai sentir saudades de vocês, tenho certeza! - Dizia minha tia Lúcia enquanto abraçava Marcos.

_ Eu também vou sentir saudades de vocês, vamos tentar voltar mais vezes no próximo ano, né, Felipe? - Respondeu Marcos olhando-me.

_ Sim, eu tenho certeza que sim. - Concordei.

Entramos no banco de trás do carro e em poucos minutos já estávamos no aeroporto. Sentia-me reflexivo após essa semana repleta de novas pessoas, novas ideais e completa de aventuras entre família. Marcos as vezes demonstra mais sentimentos. Era perceptível que embora ame este lugar, estava agoniado para voltar à sua vida e aos seus amigos - eu já não tinha tanta certEza de querer voltar assim.

Alguns minutos depois, outra mensagem apareceu: "Eu sei que não sou uma pessoa tão boa assim, as vezes eu erro (e bastante), e as vezes eu crio coisas na minha cabeça que não existem, e aí, eu acabo estragando tudo".

Outra vez eu apenas visualizei na barra de notificações, e ignorei. Fiquei por horas pensativo demais, e não querendo voltar a nossa realidade, era tediosa, cheia de problemas que nunca se resolviam e mais pareciam uma bola de neve se acumulando a cada dia, até que a avalanche aconteceu e tudo ficou congelado, e agora o que nos resta fazer é esperar o verão voltar.

─────⊱◈◈◈⊰─────

SÃO PAULO

Charlotte estava pulando de alegria com a nossa chegada, sorridente como sempre, e agora parecia mais feliz que nunca - acho que provavelmente perdemos alguns eventos que ocorreram aqui. Ela saiu correndo e abraçou Marcos, Lucas veio logo atrás.

_ Ah, que saudades de vocês, maninhos! - Dizia Charlotte.

_ ELA TÁ NAMORANDO! - Gritou Lucas à Marcos, apontando para Charlotte.

_ É O QUE? COMO ISSO ACONTECEU MEU DEUS? - Gritou Marcos de volta espantado olhando Charlotte gargalhando como sempre.

Os três, sempre unidos, já partiram logo para o lado de fora do aeroporto e partiram, abraçados, para onde se encontrava o carro da Luiza.

_ Nos esperem por lá, crianças! - Gritou Luiza, esperando que eles ouvissem, mas a empolgação foi tanta que mal prestaram atenção. - E aí? Como foi? - Perguntou ao se virar para mim.

_ Percebi o quão bom é fugir da realidade de vez em quando. Acho que vou voltar mais vezes para vê-los. - Respondi enquanto a abraçava.

_ Estou feliz por vocês! Ah, é... a Giovanna te mandou mensagem, acho que deve ter visto! - Luiza exclamava enquanto pegava uma das nossas malas para levar ao carro e eu a acompanhei._ Sim, eu vi. - Menti. Na verdade eu ignorei todas elas.

_ É, agora somos apenas cinco, eu, você e seu irmão, Lucas e a Cher. - Disse Luiza com um tom de tristeza.

Fiquei um pouco confuso, não me lembro de ver nenhuma mensagem da Giovanna dizendo que iria embora. Talvez eu devesse mesmo saber melhor tudo o que aconteceu enquanto estivemos fora.

Colocamos as malas no carro e fomos para casa. E estava tudo do jeitinho que me lembrava, Luiza sempre mantem tudo organizado e perfumado. Mas realmente, algo que eu não sentia nenhum pouco de saudade era Marcos, Lucas e Charlotte discutindo sem parar na sala de estar.

_ ELE FICOU TODO CAIDINHO! - Gritava Charlotte.

_ ISSO É MENTIRA! EU NÃO CAI EM NADA, ISSO É COISA DA SUA CABEÇA, GAROTA! - Lucas respondia alto.

_ Mas vocês mal sabem o que aconteceu, então? Lucas, você estava muito bêbado na festa da Maria! - Disse Marcos.

_ NÃO! Olha aqui, eu não estava, vocês dois estão inventando história! - Lucas ficara revoltado contando as fofocas das festas que foram. Luiza veio em minha direção e me entregou uma carta, algo que achei estranho, não recebo cartas a muito tempo, não me lembrava nem que isso ainda existia.

"Oi, sei que não vai ver minhas mensagens, mas tenho certeza que a Luiza vai te entregar isso aqui. Sei que por muito tempo insisti em algo que não existe, que sou eu e você... Talvez nossos interesses sejam tão diferentes que não suportamos um ao outro, e sei que também sou um pouco insuportável e tiro uma parte da tua liberdade. E talvez, eu também tenha mentido pra você, e sim, eu te trai algumas vezes. Pra falar a verdade não sei se é uma verdadeira traição, afinal nunca fomos comprometidos um com o outro, mesmo que eu quisesse. Uma dessas noites, eu estava conversando com a Luíza, e percebi que pra amar alguém, eu preciso primeiro me conhecer melhor, me amar e saber quem sou de facto, o que gosto e o que busco na minha vida. Estou indo embora, não sei para onde e espero que não sinta minha falta. Eu ficarei bem, e espero que você também. Muito obrigada por todos os momentos que passamos juntos.

Giovana."

900 palavras

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

900 palavras.

Já deixa seu voto, para incentivar a escritora! Conto com sua ajudinha! (っ.❛ ᴗ ❛.)っ

A Quarta ParedeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora