Capítulo 7

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25 de novembro de 2021

Acordei e segui a minha rotina, era um dia como qualquer outro. Porém, após o Carlos ligar e dizer que estava chegando, eu notei que a hora tinha passado muito rápido enquanto eu fazia os banners, então resolvi ir almoçar.

Quando ele chegou eu estava lavando a louça, então o atendi e voltei para a pia, me segurando para não o encher de perguntas.

— Tenho uma notícia sobre aquela ligação — disse, ao sentar na cadeira.

— Sério? Que rápido! — Não me aguentei, sequei as mãos novamente e sentei à mesa. — Ah, você quer almoçar? — Eu estava um pouco agitado.

— Almocei antes de vir. Obrigado. Então, como eu disse, tenho uma notícia — Carlos parecia um pouco apreensivo. — Ontem, depois que você saiu, eu fui ajudar o Silva a organizar umas papeladas e enquanto fazíamos isso, recebemos mais algumas fichas... — ele levou a mão à boca e tossiu —, e uma delas era de uma mulher.

— O Silva é aquele que sempre está com você?

— Isso.

— Mas, e então? — Eu estava ficando cada vez mais ansioso, achei que ele diria de uma vez.

— Quando passei o olho na ficha, por coincidência, talvez, vi que o número que ela deixou, era o mesmo da pessoa que te ligou. — Ele passou a mão na barba.

— Nossa, eu não acredito! — Um turbilhão de pensamentos invadiu a minha mente. — Vocês ligaram? Perguntaram a ela o que aconteceu?

— Calma! — Ele fez um gesto com a mão. — Ainda não. Mas estou pensando em ir até a casa dela só para averiguar, já que ela foi fazer um boletim contra o esposo.

Ao ouvir aquilo, uma sensação estranha tomou conta de mim. Era um misto de pensamentos e emoções.

— Não faz sentido. — Coloquei as mãos no rosto por um instante e as tirei. — Como as coisas acontecem, né? Parecem ser programadas.

— Ela provavelmente discou o número errado, quando tentou pedir ajuda para outra pessoa — Carlos supôs. E era a única explicação, acredito.

Neste momento, olhei bem para ele; eu havia me esquecido que os seus olhos eram tão escuros, acho que a barba chama tanto a atenção que do nariz para cima, o rosto some.

— Eu posso ir também? — Cruzei os dedos, torcendo para que ele aceitasse. Eu queria entender tudo isso.

— Na casa dela? Claro que não! — ele riu. — Em primeiro lugar, eu nem deveria ter vindo aqui — disse, levantando-se. — Quase me esqueci. Lembra que eu falei que tive um sonho?

— Sim. O que tem?

— Sabe que eu não fico procurando significados nessas coisas, mas tenho a sensação que isso já aconteceu. Digo, num sonho. — Ele ergueu as sobrancelhas por um instante, indeciso. — Depois entro em contato com você — finalizou.

— Espera! — Alguma coisa me impulsionou a dizer aquilo.

— O que foi? — Carlos me encarou.

— É que eu tive um sonho estranho, não me lembro direito, mas... — suspirei.

— Relaxa. — Ele olhou como se me achasse doido. — Tenta se acalmar que eu te mantenho informado.

Carlos se retirou e eu continuei sentado, pensando a respeito. O que está acontecendo? Seria Deus agindo? Ou a ciência tem alguma explicação que tire a espiritualidade da coisa? De qualquer maneira, vou esperar por novas informações sobre o caso, e claro, sobre esse sonho que ele teve. Agora preciso terminar os banners.

Laço Entre Almas: A chamada que nos uniuWhere stories live. Discover now