Pickle 🦖 |2

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Notas da autora: dei nome para nossa personagem para facilitar meu modo de escrita, se não gostar, por favor sinta-se a vontade para me dizer.

O frio começava a se fazer presente no cômodo, a iluminação fraca vinda de um fresta entre a cortina e a janela traziam um ar tranquilo para o quarto.

A criança dos Hanayama estava tendo dificuldades para dormir, nada conseguia fazê-la esquecer o enorme homem pré-histórico. Talvez estivesse se sentindo assim por causa do seu período fértil, talvez pudesse ser isso, mas não conseguia fechar os olhos sem acabar relembrando daqueles olhos penetrantes.

Esquece, não afim de perder a virgindade com um titã colossal que não tem modos...

— droga. São quase 4 da manhã e eu não consegui fechar os olhos.

Se sentou na cama, respirando tranquilamente enquanto ignorava os sons vindos do quarto ao lado. Kaoru com certeza deveria estar recebendo um verdadeiro corretivo de Kizaki. Mesmo não conseguindo entender bem as palavras, conseguia ouvir os sons e assimilar algumas coisas em meio a toda aquela conversa.

— a senhorita não pode se casar.

Oi? Me casar?

A melancolia do sono se foi, agora a mulher se encontrava praticamente contra a parede que separava os dois cômodos. Sentia vergonha por estar espiando seu irmão desta forma, mas Kizaki não poderia estar agindo assim atoa.

— eu sei, por isso neguei.— a voz de Kaoru passava a impressão de que ele estava furioso.— não quero usá-la como moeda de troca.

— então o que devemos fazer? — Kizaki parecia preocupado.

O frio, as gotas grossas de chuva que começam a cair sobre o vidro de sua janela, aquela situação estava lhe dando calafrios.

Uma mulher precisa cumprir seu papel.

Ódio, essas palavras significavam tudo para o antigo líder da família e eram as mais odiadas pela mulher.

— devemos dar a ela um tempo.

Um tempo, isso significava que Kaoru Hanayama finalmente deixaria sua querida irmãzinha viver por alguns dias em algum lugar bem longe da agitada vida Yakuza.

Hana Hanayama

Eu estava em choque. Meu querido irmão finalmente decidiu engolir o próprio orgulho e me deixar sair.

Desde que nasci, meu irmão sempre foi o meu exemplo de vida, apesar de não sermos completamente parecidos, aquele gigante que tanto lutou pela honra da nossa família continuava sendo um verdadeiro teimoso e era isso que mais me orgulhava dele.

Sorrio ao lembrar dos poucos momentos em que ele deixou de ser o líder e agiu como um irmão mais velho. A primeira vez foi quando ele enfrentou um dos meus colegas de classe no primário, o pirralho estava me importunando de todas as formas só para manter o posto de valentão, resolveu mexer com a pessoa errada. Kaoru surgiu do nada, ele já tinha o tamanho de um aluno do sétimo ano, nem preciso dizer o quão engraçado foi ver aquele pirralho tentando puxar o colarinho do uniforme de Kaoru, ele mal se mexeu.

Deveria se envergonhar, nunca mais ouse tocar na minha irmã.

Irmã, ele nunca se referia a mim com esse título, eram sempre os nossos nomes.

Também teve aquela vez em que o nosso pai cogitou em arrumar um casamento arranjado com outra família Yakuza para formar alianças, ele comentou sobre bem no meio de um jantar em família... nem preciso dizer o choque que foi para mim e a nossa mãe, Kaoru esmagou o talher em suas mãos enquanto emanava sua raiva, olhando para o nosso pai como se fosse arrancar cada pedaço dele a qualquer momento.

Depois ele assumiu o comando de tudo, foi tudo tão rápido para minha mente digerir, Kaoru agora estava tão distante, sofrendo e aguentando pelo bem dos nossos. E eu, o que eu fiz? Fiquei chorando feito uma criança birrenta.

Raramente nos vimos, ele estava sempre ocupado e eu fui enviada para o exterior para estudar. Foi durante esse tempo que despertei minha paixão por musculação, a academia já havia se tornado minha segunda casa no final de semana. Pouco tempo depois fiquei entediada, decidi então ouvir o conselho de um treinador da minha escola e comecei a praticar karatê.

Nesse período acabei dando de cara com Jack Hanma, ele ainda não havia virado aquela montanha de músculos, mas a sua determinação já despertava o meu interesse por lutas.
Jack continuou com os planos com os anabolizantes e eu segui meu rumo em quase todas as artes marciais.

Com 18 anos voltei para o Japão, graças ao meu histórico com lutas acabei me envolvendo em alguns serviços de proteção há pequenos ladroes de mercadoria e devedores, sempre mantendo distância do território Hanayama. Mas algum infeliz tentou subornar meu irmão e acabou que ele descobriu que os meus e-mails enviados dos Estados Unidos eram forjados.

Quase tive um ataque cardíaco ao dar de cara com Kaoru, ele havia mudado tanto fisicamente, mas continuava a emanar aquela sensação de conforto que só nossa mãe tinha.

— Hana? O que está fazendo encolhida aí? — a voz de meu irmão ecoou pelo quarto, resultando em um susto e uma almofada esmagada.

Quando foi que ele saiu do outro quarto? Como diabos não ouvi seus passos?

Usei os restos da almofada em minhas mãos para esconder meu rosto vermelho.

— Hana, eu sei que você está envergonhada pelo que aconteceu na arena, mas nós precisamos conversar. — droga, ele se movia de uma forma tão silenciosa que nem mesmo pude calcular seu trajeto pelo meu quarto.

Kaoru se sentou ao meu lado, tenho certeza de que fui pega no flagra. A cama estava lutando para se manter firme contra o peso de dois gigantes.

— algum problema? — questionei tentando conter o meu nervosismo.

— eu é quem te pergunto. Você está agindo de uma forma tão estranha ultimamente, e agora está usando uma camisa velha ao invés dos seus pijamas... espere este urso, eu me lembro de ter dado a você no seu aniversário de 13 anos.— o único objetivo que eu mantinha ao meu lado nos momentos difíceis, fui totalmente descoberta.

— meus pijamas estavam sujos.— mentira, mas não consigo arrumar uma desculpa melhor.

Kaoru riu tranquilamente enquanto me acolhia em seus braços, seu cheiro foi o ápice do meu desabamento, as lágrimas começaram a cair sobre sua camisa enquanto eu me agarrava mais aquele corpo quente.

— eu te conheço Hana, sei quando algo está errado só de olhar para você. — começou a circular minhas costas com os dedos como mamãe fazia para nos acalmar.— algum problema?

Olhei para cima e encontrei seus olhos curiosos, aquilo com certeza seria muito embaraçoso de se explicar, mas eu não poderia deixar está oportunidade passar. Então respirei fundo e soltei todos os meus problemas, ocultando a parte vergonhosa, é claro.

—  acho que tem algo mais.— disse se aconcheando mais a mim —. Hana, eu sei melhor do que ninguém como o nosso sangue reage a todos os tipos de situações, mas não sei como isso funciona com você. — ele tentou amenizar a situação.

— é horrível. — admiti rindo.— estou quase virando uma versão feminina de  Yujiro Hanma.

— como assim? — resmungou confuso.

Um gigante confuso e fofo, definitivamente não tenho nada a temer.

— depois que eu senti o poder daquele cara na arena, meus hormônios estão me infernizando a todo custo.— respirei finalmente aliviada.

Hanayama ficou estático com aquela mesma expressão de surpresa que ele fez quando soube que eu estava menstruando.

— você está excitada pelos seus hormônios? — piscou os olhos várias vezes tentando processar as informações recentes.

— não vou discutir sobre isso com você, é vergonhoso demais. — enfiei meu rosto no meio do seu peito.

Baki Imagines 1Onde histórias criam vida. Descubra agora