ma vida. P1

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A vida é preciosa, a vida é bela... A vida é, um porre! Passar um tempo em uma cama de hospital pode deixar qualquer um louco se não tiver o controle do próprio corpo, a prova disso sou eu, uma mulher que sofreu um "acidente" e ficou em coma por alguns anos.
Sendo sincera, posso ter uma parcela de culpa nisso, minha mãe também, que tipo de adulto deixa uma criança brincar com um esqueiro?

— Está fazendo isso de novo.— Kel, minha única amiga estava aqui para me ajudar.

— Fazendo o quê?

Estava imersa em alguns pensamentos, em sentimentos melancólicos. Até agora nada de mais, só o meu cotidiano.

— Está pensando demais em coisas que não vão ajudar em nada.

— Não sabia que tinha se formando em psicologia.— brinquei, o que me rendeu um aperto na bochecha.

— Isso é por continuar me respondendo, sua pirralha.

Kel sendo Kel, uma senhora muito gentil que acabou me acolhendo depois que sai do hospital, ela era a única enfermeira que acreditava em mim, acreditava que eu iria acordar.

As possibilidades de uma melhora depois de quase morrer em um incêndio eram baixas, sofri queimaduras e inalei um pouco de fumaça. Mas essas não foram as reais causas do meu estado naquele hospital, não, alguém me pegou no meio daquele terror todo, essa pessoa descontou toda a raiva em mim, uma criança na época. Fui levada para o hospital com uma hemorragia interna, cortes e hematomas graves consequências de um ataque brutal com um pé de cabra enferrujado.

— Olha, eu sei que é difícil, ainda mais com essa situação do seu avô.

É, também tenho mais isso para lidar, meu querido avô Dorian. Mal pude acreditar quando vi os jornais noticiarem, era inacreditável. Meu avô e mais 4 condenados estavam indo para o Japão, queria conhecer a derrota.

— É, até agora não caiu a ficha.

— Querida.— Kel soltou a caixa que estava organizando e veio me abraçar. Ela é sempre assim, até quando está com raiva.— pode contar comigo, sabe disso.

— Sei, meu avô também dizia isso.

Droga, estava começando a ficar emocionada novamente e não é comum da minha pessoa ficar triste. Meu avô fez parte da minha vida por um tempo relativamente curto e mesmo assim conseguiu fazer mais por mim do que os meus próprios pais.

— Vovó, porque eu não posso brincar com isso? — cruzando meus braços, fiz a típica manha de criança.

— Minha vida, gasolina é perigoso.

Ele era o único adulto que me entendia, o único que não me descartou na primeira oportunidade que teve, ele não tinha medo.

— Mas tem um cheiro bom, não tem? — o encarei sem entender.

— É perigoso, porque não vem brincar comigo? — deixou seu treinamento de lado.

— Vamos, mas dessa vez eu sou o policial mal.— corri em sua direção, me agarrando em sua perna.

Meu avô, com seu jeito estranho e aparência que assustava qualquer criança, era estranhamente bom em cuidar de mim. Ele me ensinou o que era certo, me ensinou a lutar, me ensinou a sobreviver sozinha.

— Parece que o pequeno coelho está a fim de brigar com a velha raposa, não é mesmo? — riu, me tirando com facilidade de suas costas.

Sempre sorrindo, me motivando a ser o que eu realmente era. Não importava o que estivesse fazendo, ele me colocava como prioridade.
Talvez seja esse o motivo da minha vinda ao Japão, deixei tudo para trás e vim.

Baki Imagines 1Where stories live. Discover now