A fedelha Jurássica

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Bem vindos ao meu emocionante relato devida, me chamam de vários tipos de coisas relacionadas ao período jurássico, mas o favorito com certeza é: mini dino. Deve estar confuso, eu sei, nenhuma criança tem um nome tão feio quanto o meu, e infelizmente, não é algo que possa ser mudado. Sou fruto do que é considerado um crime nos dias atuais, meu pai é o homem pré-histórico que desafiou todas as teorias dos humanos atuais sobre o passado da nossa raça.

Apesar de tais fatos, eu e o meu pai não conseguimos nos entender. Entramos em conflitos de vez em quando por causa das nossas formas diferentes de viver. Como um bom homem primitivo, ele só se preocupa com as coisas mais básicas para a sobrevivência, tudo é estranhamente fácil para ele. Pra ser sincera, nunca vi o papai Pickle se quer esforçar para viver como o resto dos outros humanos comuns, não, ele não sai daquela arena por nada. Tem tudo o que quer e quando não tem, ele simplesmente vai lá e pega o que quer.

— ele é um tesouro para a humanidade, me poupe.— cruzei meus braços enquanto repetia com um tom de desdém as palavras do comandante Strydum.- e eu? O que eu sou? Não sou uma adolescente comum velho!

— sei disso. Mas o seu pai é a prioridade no momento, e por isso você não tem permissão para sair.— deu as contas para mim e saiu, trancando a porta do meu quarto.

Droga, tudo é sempre resumo de acordo com as ações do meu pai, até mesmo minha mãe está nisso. Maldita hora em que os caminhos deles se cruzaram!

— fazer birra não combina com você, mini dino.— a voz de um velho conhecido se fez presente, o que chamou minha atenção para a janela. Baki adentrou como se estivesse em casa.

— tampinha.— sorri observando a careta leve dele.- ainda não aprendeu a usar a porta?

— arisca como sempre. O que você aprontou dessa vez?

Sabia, ele sempre foi curioso sobre qualquer tipo de coisa relacionada a mim e a minha genética. Sempre foi assim, desde que me recordo, Baki dizia que tínhamos bastante coisas em comum, assim como os status dos nosso pais que tanto nos afetam, como jamais seríamos pessoas normais e que eu deveria aceitar essa situação com tranquilidade assim como ele fez.

— eu? Não sei do que está falando? — agarrei rapidamente o livro ao meu lado, tentando esconder o nervosismo.

Falhando miseravelmente, não tem como manter a calma sob a mira dos olhos do Baki, era como se uma besta estivesse se preparado para atacar um coelho. Baki se sentou na minha cama e ficou me encarando com aquele jeito pirracento dele.

— o que? — resmungou enquanto estava observando meu quarto. Ele sabe que eu odeio quando os intrusos se sentem tão a vontade no meu território.

Me provocar para arrumar uma luta, é esse o objetivo de hoje.

— eu não vou sair na mão com você, tio Baki.— dizer isso foi o suficiente para fazê-lo se levantar e começar com mais um dos dramas dele.

— quê? Por que não? — ele praticamente disse gritando surpreso.

— porque hoje eu estou de castigo.

—  espera. Só porque Strydum disse, você está obedecendo? — o choque estava estampado em sua face.

Não o julgo, Baki sabe melhor do que ninguém sobre o meu histórico de "acidentes" que foram encobertos pelo comandante, enquanto os cientistas colocavam a culpa dos acontecimentos nos meus genes herdados do meu pai. O fato de eu não ter as qualidades básicas que geralmente são exigidas pela sociedade me colocam em bastante situações difíceis.

— é, eu estou. — Comecei a evita-lo, passei bons minutos desviando dele, sem soltar o meu querido livro. Nada me faria encarar o Baki, ou a gente com certeza iria começar a brigar de novo.— como vê, eu estou ocupada. Por favor, vá embora.

— não está certo, você não é do tipo que aceita e obedece tão fácil assim. Alguma coisa aconteceu, não foi? — a mão dele arrancou o pobre livro das minhas, fazendo o coitado rasgar em pedaços.

— Baki.— pronunciei seu nome com os pulmões fumegando de raiva.— estou fazendo o possível para manter a calma, é para o meu bem. Então pode por favor me deixar em paz?

— tudo bem, me desculpe.— ergueu seus braços em sinal de redenção. Estava óbvio que aquilo não passava de diversão para ele, o que só me irritava mais. Me trazia memórias dos outros lutadores que já enfrentaram meu pai.

Uma vez, o comandante Strydum me contou sobre as lutas cruéis em que aqueles homens se meteram só para saciar a vontade louca que era "enfrentar o homem mais forte do passado", como meu pai lidou com cada um dos lutadores e os destinos trágicos dos que perderam para o meu velho. Ainda não consigo entender de onde eles tiraram essa ideia estúpida de enfrentar um oponente que era claramente mais forte que os dinossauros.

— você é irritante, igual ao Katsumi Orochi.

Um dos loucos que lutou contra o homem primitivo, Katsumi Orochi era de longe o mais irritante dos 5 que foram citados nas histórias do comandante. O líder da ShinShinKai é simplesmente insuportável as vezes.

vamos lá, você pode fazer melhor do que isso.— me provocava constantemente todas as vezes em que eu concordava em treinar no dojo.

Ele é meio infantil as vezes, mas não deixa de ser um bom mentor para mim, assim como o mestre Retsu. Devo muito a esses dois.

paciência, não contra-ataque o oponente agindo de forma tão desleixada.— o mestre Retsu agarrou a parte de trás do meu casaco, me impedindo de alcançar o mestre Katsumi. Ele estava me provocando enquanto o mestre Retsu me segurava.

Bons tempos, os melhores momentos da minha vida foram concebidos por esse bando de caras estranhos. Já perdi até às contas de quantas vezes discuti com Jack Hanma sobre a insistência por parte dele em um combate, quantos sermões já ouvi de Kaoru Hanayama quando era pega por ele em algumas das minhas fugas da base, isso quando não eram os alunos do dojo ShinShinKai que me deduravam para o senhor Orochi.

você aprontou bastante dessa vez. Por favor, não canse esse velho karateka.

Qualquer criança cresceria traumatizada com tanta influência inapropriada para a idade, mas eu não. Se tem uma coisa que eu amo é estar na companhia desses caras.

— o seu pai enfrentou um espadachim lendário.— soltou, obviamente outra tentativa de chamar atenção.

— meus pêsames para a família dele.

— não deveria dizer tais coisas... Afinal, foi o seu pai quem se feriu.

Baki Imagines 1Where stories live. Discover now