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Um mês se tinha passado desde que comecei a trabalhar no hospital e devo dizer que os meus dias eram tudo menos aborrecidos.

A minha relação com o doutor Collins tinha esfriado com o passar do tempo e de momento só falávamos o estritamente necessário. Eu não ia perder mais tempo a tentar percebe-lo, honestamente tudo o que mais queria era focar-me em terminar o estágio.

"Eu pergunto-me como é que um homem daqueles não é casado." Disse a Rachel, enquanto abastecíamos o stock de luvas, máscaras e compressas.

"Quem?"

"Tu por acaso estás a ouvir alguma coisa do que te estou a dizer?" Na verdade não tinha ouvido metade desde que aqui estávamos, ás vezes a minha mente isolava-se de tal forma que era incapaz de reter o que quer que estivesse a ser dito.

"Estou a falar do neurologista da ala B, já olhaste bem para ele?"

"Já e não estou interessada."

"Não conheço uma mulher neste hospital que não perca a cabeça com ele."

"Agora conheces-me a mim." Sinceramente o meu interesse por qualquer tipo de médico tinha descido exponencialmente desde a minha última experiência.

Não posso sequer chamar de experiência a algo que nunca aconteceu, mas ainda assim sou inteligente o suficiente para saber que qualquer homem deste ramo é incapacitado de ter o mínimo de equilíbrio mental.

"Começo a achar que desenvolveste uma aversão por médicos." Respondeu ela.

"Não podias estar mais acertada e além disso quão enjoativo deve ser trabalhar vinte e quanto sobre sete com o teu namorado."

"Eu não me importava sinceramente, era da forma que as minhas pausas de meia hora se tornariam mais interessantes."

"Cuidado com o que desejas." Ela apenas me lançou um sorriso.

A manhã de hoje estava mais calma que o habitual e por norma quando tal acontecia, eu decidia ajudar noutros departamentos.

Uma hora mais tarde estava na arrecadação do hospital a desempacotar algumas caixas e não reparei na presença de mais alguém até me virar.

"O que estás a fazer?" Perguntou o doutor no seu típico bom humor.

"O que te parece?"

"Tu tens a tendência de te esquecer com quem estás a falar." Disse ele aproximando-se o suficiente para sentir o calor que emanava do seu corpo.

"Apenas respondi." Disse, recuando mas ele insistia em avançar.

"Então começa a trabalhar o tipo de resposta que me dás, Sophia."

"Ou o quê?" O meu coração era capaz de saltar do peito a qualquer momento, mas eu recusava-me a dar a parte fraca.

"Ou vou-te fazer engolir cada palavra." A este ponto estava contra uma das prateleiras e não tinha outra opção se não encara-lo.

"Se o que pretendes é intimidar-me, lamento informar mas não está a resultar." Disse tentando ao máximo manter a minha voz estável.

Ele não respondeu, em vez disso passou a sua mão pela minha clavícula, subindo para o meu pescoço e envolvendo o mesmo no segundo a seguir.

O seu toque não era de todo violento, era simplesmente o suficiente para sentir a minha pulsação, que me tinha fugido completamente ao controlo.

"Tens a certeza?" Murmurou ele aproximando-se do meu ouvido e já se tornava difícil tentar disfarçar o quão ofegante eu estava.

"Tu dizes uma coisa, mas o teu corpo diz outra. Consigo sentir o quão acelerado está o teu coração na ponta dos meus dedos, Sophia."

Era como se as suas palavras me atingissem diretamente entre as coxas e num movimento instantâneo contraí as minhas pernas como se tal ato me fosse impedir de desequilibrar.

Ele rapidamente notou no que eu acabara de fazer, porque no segundo a seguir encaixou a sua perna direita entre as minhas e a sensação que causou em mim foi tão intensa que soltei um gemido involuntário.

"O que estás a fazer?"

"Queres que pare?" Perguntou ele, movendo-se.

"Por favor." Na verdade já nem sabia se estava a implorar para ele parar ou para continuar.

"Responde-me." Usualmente odiava quando ele me falava naquele tom, mas neste momento dava tudo para o ouvir outra vez.

"Queres que pare ou não?" Aquelas palavras afiadas juntamente com a força com que ele se impulsionou contra mim eram o suficiente para levar qualquer uma à loucura.

"Não pares." Não durou dois segundos até sentir a sua mão a descer em direção ao meu abdómen.

Engoli em seco assim que ele alcançou a fita das minhas calças e antes de processar o que estava prestes a acontecer, os seus lábios alcançaram os meus.

Não era de todo um beijo suave ou meigo. Era sim um beijo carregado de necessidade e de semanas de frustração acumulada.

A sua língua invadia a minha boca e a minha devolvia na mesma intensidade. Era como se ambos estivéssemos num duelo à espera de ver quem iria ceder primeiro.

Sem pensar duas vezes agarrei no seu cabelo com ambas as minhas mãos e puxei-o com mais força para mim. Eu era capaz de me viciar na sensação de ter os seus lábios nos meus.

Antes que pudesse pensar duas vezes sobre o que estava a acontecer, senti a sua mão a chegar ao lugar que tanto ansiava.

Bastou um simples toque para me desmanchar por completo. Os seus dedos envolviam-se em movimentos circulares contra o meu clitóris e eu não sabia quanto tempo mais iria aguentar.

"Gostava que te visses com os meus olhos neste momento." Sussurrou ele contra os meus lábios e eu já nem conseguia manter o beijo de tão ofegante e descontrolada que estava.

A forma como ele me estimulava era cada vez mais rápida e intensa e eu só lutava para manter a minha respiração sob controlo, mas era difícil.

Estava tão perto do cume e quando finalmente pensei que me estava prestes a vir, senti não um, mas dois dedos a entrarem dentro de mim.

O movimento foi tão abrupto que causou em mim um choque de prazer descomunal.

À medida que os seus dedos entravam e saíam eu movia-me contra ele, como se isso fosse capaz de aumentar a veemência do que estava a sentir.

"Logan..." Gemi com urgência e ele soltou um suspiro tão profundo que me arrepiou da cabeça aos pés.

Estávamos tão imersos um no outro que parecia que aquilo que eu sentia se refletia nele e vice versa.

Os seus dedos continuavam a doce tortura, enquanto o seu polegar alcançava novamente o meu clitóris que estava tão sensível ao toque que me fez estremecer.

Não sei quanto tempo levou até ir de encontro ao melhor orgasmo que já me tinham dado, mas o que sei é que quando ele sentiu que me estava a aproximar, segurou-me pelas pernas, envolvendo-as à volta da sua cintura.

"Sente bem o que me fazes quando não te sabes calar." Disse ele revelando o quão duro estava contra a minha intimidade.

Cirurgião CollinsWhere stories live. Discover now