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Ondas de prazer inundavam-me e o meu corpo tremia em resposta. Os seus olhos tinham escurecido uns quatro tons e estavam colados em mim, enquanto me desfazia nos seus braços.

Sem nada dizer, ele encostou os seus lábios no meu pescoço e eu só consegui fechar os olhos com a sensação.

Não sei dizer ao certo quanto tempo passámos na mesma posição, mas a certa altura ele meteu-me no chão e quando tentei alcançá-lo por debaixo das calças, ele parou-me.

"Hoje não."

"Mas-"

"Eu não fiz o que fiz para receber um orgasmo em retorno."

"Então qual foi o objetivo?"

"Volta para a sala de urgências, Sophia." Esta foi a única resposta que recebi e honestamente não estava à espera de outra coisa.

Desilusão inundou-me por completo mas tentei não transparece-lo nos meus olhos enquanto mantínhamos uma intensa fusão de olhares.

Quando finalmente recuperei os meus sentidos, fui diretamente à casa de banho para passar a cara por água e assim que olhei para o espelho pude concluir exatamente o que já sabia. Bochechas vermelhas e lábios inchados não fugiam à atenção de quem olhasse para mim.

Depois de me recompor voltei ao meu posto e assim que a Rachel olhou para mim atirou logo "Estiveste desaparecida durante quase duas horas."

"Havia muita coisa para desempacotar." Respondi rapidamente.

"Estás com um ar suspeito." Será que tinha escrito na minha testa que andei enrolada com o chefe do departamento?

"O que há de tão suspeito em estar enfiada numa arrecadação."

"Depende com quem estiveste enfiada na arrecadação."

"Adoras criar filmes."

Deus estava realmente do meu lado, porque durante o resto do dia não tive que dar de caras com o doutor nem lidar com todo o constrangimento que toda esta situação carregava.

Á medida que o tempo passava, cada um de nós se tornava mais independente e portanto não tínhamos tanta necessidade de ter uma supervisão tão intensiva.

Eram oito da noite e eu estava novamente na maternidade a ajudar a dar banho e a alimentar os bebés cujas mães não tinham possibilidade.

"Tens jeito para bebés." Olhei diretamente para a fonte da voz que pertencia à Morgana, uma das enfermeiras deste departamento.

Apesar da nossa diferença de 11 anos, ela era das pessoas com quem eu melhor me dava neste hospital e eu aproveitava qualquer momento livre para estar na sua companhia.

"Não existe nada mais puro que um bebé." Respondi com um sorriso, enquanto carregava uma recém nascida que havia adormecido nos meus braços.

"Queres ser mãe?" Perguntou ela.

"Na verdade nunca pensei muito sobre isso, quer dizer, eu adoro crianças mas ser mãe é uma responsabilidade completamente diferente."

"É uma decisão que tem que ser tomada com muita ponderação, mas se queres que te diga consigo-te imaginar daqui a uns anos como uma bela mãe."

"Acho que não é só uma questão de querer, também é necessário ter um parceiro à altura, capaz de fazer os sacrifícios necessários pelo bebé."

"Concordo a cem por cento e posso dizer que tive muita sorte em encontrar alguém que me complete nesse aspeto."

"Quantos anos têm os teus filhos?"

Cirurgião CollinsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora