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"Não me digas essas coisas." Respondi apenas nem conseguindo olhar-lhe diretamente nos olhos.

"Custa-te assim tanto acreditar que és das mulheres mais lindas que já vi?"

"Com certeza não viste muitas se tens essa opinião."

"Olha para mim." O comando na sua voz era complicado de ignorar.

"Por favor, eu não quero falar mais sobre isto." Estava sem forças para continuar uma conversa que só me deixava pior do que já me sentia.

"Tudo bem. Deixa-me apenas meter uma ligadura no teu tornozelo." Com tanta coisa, tinha-me esquecido completamente da razão que nos tinha levado a estar aqui.

Depois de rapidamente envolver o meu tornozelo, receitou-me uns compridos caso a dor se tornasse mais intensa e eu apenas assenti, saindo do consultório no minuto a seguir.

Um turbilhão de pensamentos atingiam-me quando finalmente cheguei a casa e me deitei. Sinceramente nem sabia como descrever a nossa relação neste momento ou se amanhã ele iria mais uma vez ignorar-me e fingir que isto nunca aconteceu.

Outra coisa que me fazia confusão era o facto de ele ter desenvolvido algum tipo de interesse em mim. Homens como o Logan por norma optavam por mulheres bem constituídas e com melhor aparência.

Ouvi-lo a chamar-me linda deixou-me ainda mais perturbada do que gostaria de admitir e não conseguia deixar de pensar que ele estava a gozar com a minha cara.

Por fim, a exaustão alcançou-me e caí num sono profundo.

"Hoje estás mais bem disposta que o habitual." Dizia o Mike enquanto tomávamos o pequeno-almoço juntos na cafeteria.

"Eu estou sempre bem disposta." Retruquei.

"Tu és uma pessoa que mal fala de manhã e hoje não te calas."

"Eu nem sei se deva levar isso como um elogio ou como uma ofensa."

"Como preferires, mas podes começar por me contar o que te aconteceu."

"Não aconteceu nada."

"És uma péssima mentirosa sabias?" Soltei uma gargalhada e no momento a seguir senti uns olhos postos em mim e quando olhei para trás do Mike, lá estava ele em frente ao balcão.

O olhar que o Logan mantinha sobre mim estava de alguma forma carregado de raiva e rapidamente consegui perceber que essa mesma raiva estava mais direcionada para o Mike que propriamente para mim.

Estaria ele com ciúmes? Não, é ridículo sequer pensar nessa possibilidade. Normalmente para alguém ter ciúmes, precisa no mínimo de se importar com a outra pessoa e ele definitivamente não se importava o suficiente comigo para nutrir esse tipo de sentimento.

Desviei o meu olhar, focando-me novamente no Mike e pondo de lado estes pensamentos.

"Tu ouviste alguma coisa do que te estive a dizer nos últimos cinco minutos?" Perguntou ele e eu franzi a testa em surpresa.

"Desculpa estava distraída."

"Tu ás vezes és uma amiga de merda sabias?"

"Pago-te um almoço para compensar."

"Exigo um dia inteiro de refeições pagas."

"Não te queres esticar mais?"

"Achei a proposta acessível."

Depois do pequeno-almoço fui para a ala das urgências. O dia hoje estava agitado e eu não parei por um segundo até ser perto da hora do almoço.

Estava na sala de arquivos a organizar alguns documentos, quando ouvi a porta a abrir e fechar.

"Sophia." Já devia suspeitar quem seria.

"Estou só a organizar uns documentos, já volto para o meu posto." Disse respondendo à questão que ele não tinha feito.

"O que se passa entre ti e aquele interno?" A pergunta foi feita com tanta naturalidade que me apanhou de surpresa.

"Ele tem nome." Atirei secamente

"Responde-me."

"O que eu faço ou deixo de fazer com a minha vida não te diz respeito, Logan."

"Tens a certeza disso?" Perguntou ele aproximando-se de mim com duas grandes passadas.

"Porque te importas sequer?"

"Eu sou vosso supervisor."

"Não me venhas com essa merda de desculpa." Ele sorriu perigosamente e antes que pudesse dizer mais alguma coisa, os seus lábios tocaram nos meus.

Ele não foi de todo delicado ou suave e eu não podia negar o quanto eu gostava da forma dominante com que ele me beijava.

Prendi os meus dedos no seu cabelo e gemi enquanto as nossas línguas se entrelaçavam numa dança lenta e sensual.

As suas mãos rapidamente desceram para as minhas nádegas e apertaram-nas com tanta intensidade que pude sentir todo o seu longo e grosso comprimento contra o meu centro.

"Quero que termines o que quer que tenhas com ele." Sussurrou ele com os lábios ainda colados nos meus.

"Estás com ciúmes?" Provoquei.

"Não me testes, Sophia." Disse ele puxando-me ainda mais para si.

"Eu não tenho medo de ti."

"Mas devias." Aquela voz rouca e pesada contra os meus lábios era quase insuportável de tão bem que me fazia sentir.

A sua boca foi descendo pelo meu queixo até chegar ao meu pescoço e não pude evitar de me arrepiar quando ele plantou um beijo suave e molhado na minha pele.

"Volta lá para cima." Disse ele continuando aquela doce tortura.

"Não consigo." Respondi ofegante.

"Se não saíres agora eu sou capaz de te foder contra estas prateleiras e não vou ser gentil, Sophia."

"Eu nunca te pedi para seres gentil."

"Por favor, sai." Disse ele afastando-se e passando as mãos pelo seu cabelo.

Com alguma hesitação, saí daquele lugar e ajeitei o meu cabelo cujo rabo de cavalo se tinha desmanchado.

Naquela noite a primeira coisa que fiz assim que cheguei a casa foi tomar um longo banho e como não me apetecia cozinhar, encomendei sushi.

Enquanto comia e via o primeiro episódio de suits, ouvi alguém a bater à porta.

"Posso saber o que estás aqui a fazer a estas horas?" Não estava de todo surpreendida com a sua presença no meu apartamento, mas ainda assim não contava que cá viesse ás onze da noite.

"Posso entrar?"

"Se disser não, ias te embora?"

"Provavelmente não." Respondeu ele, entrando no momento a seguir nem me dando oportunidade de responder.

"Estás a ver a série que te recomendei?" Podia sentir um toque te glória no seu tom.

"Não te sintas importante, não tinha outra coisa para ver." Ele simplesmente sorriu e sentou-se no meu sofá como se lhe pertencesse.

"Costumas ter por hábito entrar na casa das pessoas como se fosse tua?"

"Tu és um caso especial." Respondeu ele, pegando no comando e clicando no play.

"Tu já viste isto." Disse, sentando-me ao seu lado.

"Não me importo de rever."

Não sei ao certo quanto tempo se passou, mas a dada altura já eu estava posicionada em cima dele com uma perna de cada lado do seu quadril.

"Quarto." Sussurrei entre os seus lábios quando ele finalmente se levantou carregando-me no seu colo.

A agilidade com que ele me segurava era impressionante, mas sinceramente não me surpreendia tendo em conta o seu tamanho e força.

Ao chegar-mos ao quarto, ele depositou-me no chão e olhou-me intensamente e foi tudo o que precisei para saber o que se estava prestes a suceder.

Cirurgião CollinsOù les histoires vivent. Découvrez maintenant