18.

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Uma corrente de desilusão atingiu-me quando ele se levantou repentinamente e saiu do meu quarto.

Eu não sei o que esperava, mas depois de um momento destes não contava que ele saísse disparado como se isto fosse o seu maior arrependimento.

Para minha grande surpresa, ele voltou com um pacote de toalhitas na sua mão.

Sem nada dizer, ele limpou cada centímetro da minha barriga que se encontrava completamente inundada com o seu esperma e a ação foi tão delicada que me arrepiei.

"Pensei que te tivesses ido embora." Disse tão baixinho que esperava que ele não tivesse ouvido.

"Posso ser um cabrão ás vezes mas tenho coração, Sophia." Os seus olhos cravaram-se em mim de uma forma tão intensa que por momentos esqueci-me de como se respirava.

"Não seria exatamente a primeira vez."

"Desculpa." Disse ele por fim deitando-se atrás de mim e puxando o meu corpo nu contra o seu peito.

A sensação de ter o seu corpo envolvido no meu era tão aconchegante que eu pedia a Deus para nunca ter que sair desta posição.

"O que é que disseste em alemão?" Perguntei finamente lembrando-me da tal palavra.

"Não era suposto ter dito aquilo, saiu-me sem querer."

"Diz-me o que significa." Ele apenas suspirou, recusando-se a responder.

"Por favor." Insisti.

"Schätzchen pode ter vários significados, no fundo é uma forma carinhosa de tratar alguém." Disse ele contra a minha nuca, arrepiando-me instantaneamente.

"Cuidado Logan, não te apaixones." Pressionei-me ainda mais contra ele e aos poucos pude sentir a sua ereção a formar-se contra as minhas nádegas.

Ele soltou uma gargalhada abafada e disse "Não esperes que isso vá acontecer."

"Isso é um desafio?" Perguntei quase num sussurro e suprimindo o gemido que habitava na minha garganta.

"Um desafio implica probabilidades e a probabilidade de eu me apaixonar é abaixo de nula."

"Hummm." Ofeguei, empurrando-me contra ele.

"Pára com isso." Ele dizia uma coisa, mas as suas ações diziam outra porque no momento a seguir ele posicionou as suas mãos nos meus quadris e puxou-me violentamente contra ele.

Estava tão perto de entrar dentro de mim, mas ainda assim não o fez.

"Sophia chega." Disse ele, virando o meu corpo e olhando-me nos olhos.

"Porquê?"

"Eu não vou cruzar esta linha contigo, já é condenável o que estou a fazer por si só."

"Tu falas como se te estivesses a aproveitar de mim. Posso ser tua estagiária, mas não sou uma menor."

"Sabes o risco que estamos a correr? As nossas carreiras podem ser literalmente destruídas se isto chega aos ouvidos de alguém."

"Como é que fazer sexo comigo seria diferente de tudo o resto que tem acontecido entre nós?"

"Se eu cruzar essa linha, não vou saber parar de tão viciado em ti." A admissão tinha secado complemente a minha garganta e honestamente nem sabia que resposta lhe dar.

"Eu sei me controlar na medida do possível, mas tu não tens noção do quão selvagem e imprudente eu me posso tornar se me permitir dar esse passo."

"Ninguém precisa de saber."

"Não vai acontecer, Sophia." Desilusão era pouco para descrever o que estava a sentir.

"Fica pelo menos esta noite comigo." Disse, virando-me novamente e puxando o seu braço para a minha cintura.

"Ficas?" Perguntei novamente com súplica carregada na minha voz.

"Sim."

Nunca dormi tão bem e podia-me habituar a estar enroscada nele todas as noites.

Na manhã seguinte de sábado, acordei ainda nos seus braços e a sua respiração era tão profunda que podia sentir contra as minhas costas nuas.

Não me queria mexer nem fazer nenhum movimento brusco para não o acordar, então permaneci naquela posição durante algum tempo.

"Acordada?" Perguntou ele ao fim de uma hora.

"Há quase uma hora." Respondi com um sorriso e virando-me de frente para ele.

Ele plantou um beijo molhado nos meus lábios que me arrepiou instantaneamente.

"Já passa do meio dia, porque é que não me acordaste?" Perguntou ele.

"Estavas a dormir tão bem, não quis incomodar."

"Nunca dormi até tão tarde."

"Essa é a tua forma de dizer que sou tão confortável que nem te consegues levantar?" Ele soltou uma gargalhada e levantou-se no segundo a seguir.

A sua figura de boxers e tronco nu era tão sexy que me deixou de água na boca.

"Queres ir almoçar fora?" Perguntou ele encarando-me.

"Eu estou de folga mas tu não trabalhas hoje?"

"Hoje estou a fazer o turno da noite."

"Não tens medo que alguém nos veja?"

"Tenho a certeza que ninguém se vai lembrar de ir ao sítio em que estou a pensar." Disse ele com certeza.

"Estás me a convidar para um encontro?"

"Estou com fome, apenas isso."

"Vou fingir que acredito." Respondi, levantando-me a seguir e entrando na casa de banho.

Cirurgião CollinsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora