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Gabriela

Afasto um pouco a cadeira da mesa e suspiro olhando pra Maya que chorava sem parar no meio da pilha de brinquedos que a mesma espalhou. Ela batia um brinquedo no chão e gritava enquanto olhava pra porta.

Eu sei o que esse choro significa, Josh saiu ontem pra trabalhar e ainda não chegou aqui. Ele já ligou avisando que talvez viesse mais tarde, fez chamada de vídeo pra Maya poder ver ele e desde que encerramos a chamada, ela foi sentar na sala próximo a porta pra esperar ele chegar.

Aconteceu alguma coisa na empresa que mexeu com os nervos do pai dele e acabou sobrando pra ele também, então ele tem chegado mais tarde em casa e por eu estar dormindo, ele dormiu no apê dele.

- Vem cá mamãe, meu amor. - chamo com as mãos, ela balançou a cabeça e engatinhou em direção a porta.

Respiro fundo me levantando e caminho em sua direção. Pego ela no colo e a mesma me abraça deitando a cabeça no meu ombro.

- Ele já vai chegar meu amor, ele já vai chegar. - balanço ela um pouco de um lado pro outro e caminho em direção a cozinha. - Vamos papá com a mamãe?

Troco ela de braço e ligo o fogão colocando os legumes que eu já tinha cozinhado pra esquentar.

Enquanto espero, deixo meus pensamento voarem pra domingo passado, no dia que eu fui almoçar na casa da mãe de Josh. Por um momento eu entendi que ele ia dizer "pai" pra Maya.

Ele percebeu que eu tambem percebi e logo mudou pra tio. E a julgar pelos últimos acontecimentos, Josh tem sido um pai pra Maya, diferente do doador de esperma que a colocou dentro de mim.

Mas eu não sei exatamente como eu me sinto com isso, por mais que eu amo essa aproximação dos dois, eu fico com medo que um dia ele nos deixe. Não quero que ela sofra por um pai que não a quis e por um "pai" que fez ela se apegar a ele e sumiu.

Acho que apesar de ter gostado de saber que ele a tem como filha e que minha menina possar ter uma figura paterna, isso me deixou totalmente apreensiva. Sempre fomos apenas eu e ela, até seus três meses de vida.

Ele nunca tinha se intitulado pai dela desse jeito, pelo menos não na minha frente, e naquele dia eu fui totalmente pega de surpresa.

Não conversei com ele sobre isso ainda, quero saber dele se é realmente isso que ele quer. Não estamos falando de uma boneca, estamos falando da minha filha e eu não quero que ela sofra.

Tem vários outros pontos que eu ainda não conversei com ele sobre, como por exemplo nós dois. Estamos praticamente levando vida de casados, apesar da gente ao menos ficar. Não nos beijamos mas as vezes ele me dá uns beijos no canto da boca como se fosse algo normal.

Eu fico extremamente envergonhada sempre que acontece desde a primeira vez. Não vou negar que eu goste, porque eu amo, mas é impossível não corar com isso.

Balanço a cabeça sorrio boba com meus últimos pensamentos.

Desligo o fogo, coloco a Maya em sua cadeirinha, pego seu pratinho dentro do armário e amasso os legumes. Coloco um pouco de feijão no prato e suco em seu copinho.

- Olha o papá bem gostoso da Maya. - sorrio me aproximando da mesma, que ainda está chorosa. - Poxa filha, um sorrisinho pra mamãe...não? - ela coçou os olhos e eu suspiro.

Puxei uma cadeira pra perto da minha filha me sentando na mesma e levo uma colher até sua boca, a mesma vira a cabeça de um lado para o outro fazendo uma careta. Arqueio a sobrancelha e suspiro revirando os olhos.

- Não quer comer? Toma meu amor. - tento mais uma vez e ela nega. - Você não comeu nada hoje Maya...

Ela esticou os bracinhos enquanto abria e fechava as mãozinhas me chamando. Respiro fundo colocando o prato em cima da mesa e a pego no colo.

Black Diamond 💎Donde viven las historias. Descúbrelo ahora