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Joshua

Acordei sentindo um espaço na cama, e falta de braços ao meu redor...Abri os olhos e Gabriela não estava mais deitada apenas eu e Maya que dormia tranquila no canto da cama. Peguei o telefone na mesinha de cabisseira vendo as horas e não são mais que três e meia. Suspiro me sentando e vejo por debaixo da porta do banheiro que a luz está acesa.

Espero uns minutos pela Gaby, mas ela não sai e ao invés disso escuto soluços vindo de dentro do cômodo. Rapidamente me levanto indo até o banheiro, tento abrir a porta mas está trancada.

Ela está tendo uma crise. Eu sei que está porque ela sempre faz isso, sempre se isola.

Passo as mãos em meus cabelos mantendo a calma e suspiro dando três toques na porta. Percebi ela conter um soluço e meu coração se apertou em saber que ela está passando por mais uma crise sozinha.

- Gabriela...abre a porta...- peço quase num sussurro, escuto ela suspirar de leve e sua respiração contida. - Por favor, não faz isso comigo...prometi que iríamos passar por isso juntos, lembra?

- Estou fazendo xixi, já vou sair. - falou contendo a voz, mas quem acreditaria?

- Sei que não está, eu sei...abre aqui por favor...

Levou poucos minutos para que ela abrisse a porta, e como eu já sabia, ela estava tendo uma crise. Seu rosto estava inchado, suas mãos fechadas com alguns fios de cabelos que provavelmente ela deve ter puxado. Olhei para ela, olhei para suas mãos e olhei em seus olhos. Dei um suspiro e ela apenas sussurrou "desculpa" enquanto voltava a chorar.

Me aproximei envolvendo ela em meus braços, fazendo ela soltar todo o choro que ela havia prendido para que eu não ouvisse.

- Me desculpa...me desculpa, mas...eu não consigo, me desculpa. - ela soluçava e suas lágrimas molhavam meu ombro.

Passei minhas mãos em suas costas e logo em seus braços, levanto até suas mãos, onde eu abri e retirei os cabelos que ela havia puxado do couro cabeludo.

- Quero que converse comigo, que se abra, fale o que sente. Se não conseguir falar, apenas chore mas nunca mais se machuque desse jeito. Por favor, não faça isso consiga mesma. - ela apenas balançou a cabeça em negações enquanto ainda chorava. Soltei os fios de cabelos no chão e segurei seu rosto entre minhas mãos, fazendo-a olhar para mim. - Me prometa que isso nunca mais vai acontecer. - ela negou de olhos fechados. - Gabriela...olha para mim, por favor só...olha pra mim. - ela deu um leve suspiro e abriu os olhos devagar, olhando em meus olhos. - Promete que nunca mais vai se machucar, promete que vai falar comigo sempre que estiver perto de uma crise, só me promete que vai ao menos me pedir ajuda antes de se machucar, me promete. - peço tentando conter minhas lágrimas, não posso parecer um fraco diante desse momento de fraqueza dela. - Você promete?

- P-prometo...- falou com a voz embargada e eu a abracei.

- Vem, vamos sair daqui. - a conduzi até a cama e a coloquei sentada, me sentei ao seu lado e a puxei para mim, abraçando ela de forma carinhoso enquanto fazia desenhos imaginários em suas costas. - Quer me contar o que aconteceu? - pergunto após alguns breves segundos.

- Eu só...só tive um pesadelo...- suspirou. - E acordei sentindo uma dor no peito, mas não queria te acordar então me tranquei no banheiro.

- Não quero que se tranque mais, tá ouvindo? Ou que sinta tudo isso sozinha...eu estou aqui por você, por vocês...- falo de ela olha de relance para Maya, que continuava dormindo. - Não me priva de te ajudar assim, te fiz uma promessa e pretendo cumprir até o fim da minha vida.

Ela me apertou mais em seus braços enquanto e seu choro já estava mais contido. Nos separei um pouco e sequei suas lágrimas, vendo seu rostinho todo vermelho. Dei um beijo em sua testa e a puxei para meu colo, que veio sem pestanejar.

Black Diamond 💎Where stories live. Discover now