Porto Seguro - ABO (parte 4)

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- Mila, promete que vai ver o meu jogo no próximo domingo? Posso marcar vários pontos e ser eleito o melhor rebatedor do time. - empolgado, Claus falou. Tinha um sorriso largo e os olhos verdes brilhando na direção da ômega. Camila sorriu com ternura.

- É claro que eu vou. Nunca me perdoaria se perdesse um evento tão importante para o alfa mais legal desse lugar. - falou e viu o menino ficar corado. Acariciou seus cabelos macios e desejou nunca perder a sensação maravilhosa que agora batia em seu coração.

- Ele vai ficar convencido se continuar elogiando assim. - com humor, Lauren se aproximou. Camila sorriu com espontaneidade para a alfa e depois para o menino. Depois de mais de um mês, a presença da alfa não lhe causava mais tanto medo. Ainda era cuidadosa e preservava uma distância segura, mas nada como nos primeiros dias.

- Não tem importância se for verdade. - disse para o menino que escondeu a face enquanto abraçava a cintura de Camila.

Lauren não conseguia evitar não olhar, não sentir-se tocada pela cena amorosa de seu filho com a ômega. Sabia que os filhos sentiam falta de uma presença ômega como referência em suas vidas e por mais presente que fosse, Lauren jamais poderia suprir tal vazio.

Ao longo dos anos, várias ômegas tentaram se aproximar e até se ofereceram para ajudar Lauren com seus períodos de cio, mas a alfa não sentia a menor vontade, pelo contrário, chegava a ter repulsa. Parecia absurdo dividir sua cama com outra mulher que não a sua. Acreditou fielmente que nenhuma outra seria capaz de saciá-la, bem como jamais teria vontade de saciar os sete dias de cio de outra mulher.

Efeitos do luto de um alfa que não se permite envolver com outra ômega.

Camila estava na cozinha cortando umas verduras, parou para olhar o desenho que ganhou de Alice agora colado na porta da geladeira. Sorriu sozinha lembrando do sorriso da ômega.

Nunca havia tido tanto contato com crianças antes, mas sempre achou bonito quando via uma ômega de mãos dadas com um pequeno alfa andando pelas ruas da cidade.

Ao contrário de todos os alfas que já havia conhecido, Claus era o mais diferente, obviamente, o menino era doce, inteligente, gentil e companheiro do tipo que não perdia uma chance de querer ajudá-la de alguma forma. Podia se sentir retraída com relação a Lauren, mas reconhecia seu bom trabalho como mãe. Era visível que se tratava de uma alfa amorosa e atenciosa com os filhos.

E viúva da mesma forma que Camila.

A ômega soube por Normani que Lauren se recusava a passar seus cios acompanhada desde que perdeu a esposa.

Nas primeiras semanas no trabalho, Camila não conseguia reprimir tão bem sua insegurança quando a alfa se aproximava. Sabia que que a mulher notava e ficou aliava quando teve seu espaço respeitado todas as vezes. Não era olhada como um pedaço de carne pela alfa, não sentia pavor ou vontade de sair correndo para se proteger do que quer que pudesse acontecer se ficasse na presença dela. Sentia-se respeitada e estava adorando essa nova sensação.

Naquela noite, sonhou com Lauren.

Viu a alfa chorando de forma convulsiva sentada num sofá. Tinha a face nas mãos e os cotovelos nas coxas. Seu corpo todo tremia pelo choro alto e forte. Camila pôde ver sua dor, pôde sentir seu desespero, sua saudade, seu luto.

- Lauren? - chamou baixo, mas não obteve resposta.

- Oi, você acordou. Teve pesadelo? - a alfa se dirigia ao menino na ponta da escada. Camila viu um Claus ainda mais jovem com os cabelos nos ombros e uma cara de sono. A alfa limpou a face ás pressas e ficou de pé para pegar a criança no colo.

God is a Woman - One Shots LÉSBICOSWhere stories live. Discover now