Sra. Jauregui - BDSM

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Perdi muitas calcinhas escrevendo
essa benção, valorizem.

Camila

Faz menos de um mês que me mudei para Miami e não precisei de mais de três dias para entender meus novos vizinhos. Há quatro apartamentos por andar e são 20. Estou no 15º, no apartamento ao lado vive um casal. E nos outros dois da frente, dois irmãos e uma velha que anda pra cima e pra baixo com um daqueles cachorros tipo salsichinha... Como é mesmo o nome? 

Mas estou mais interessada no casal. São exatas 19h e sei que é o horário em que o homem chega, pois já subi com ele no elevador duas ou três vezes. Um cara de aparência comum na casa dos 40 anos, sempre usa ternos caros e uns sapatos sociais mais brilhantes que as panelas da minha avó. 

Ele se chama John e a esposa Lauren Jauregui. Ah, tive o prazer de cumprimentá-la algumas vezes, saímos no mesmo horário. Nada mais que um bom dia ou boa tarde. Numa das decidas do nosso elevador, ela atendeu uma ligação e pude entender que ela é advogada, o que explica suas roupas sociais. Ela sempre parece impaciente e o marido mais ainda. Fato que diz muito sobre as discussões diárias do casal que posso ouvir através das paredes que divide nossos apartamentos.

Ora, não tenho culpa do engenheiro ter optado por paredes tão finas. 

Muitos diriam que sou uma bela de uma vizinha fofoqueira, mas eu me defenderia. Curso jornalismo e a curiosidade nasceu comigo, sou boa em juntar os pontos e a culpa é deles por discutirem alto. 

Por que é tão difícil pra esse povo enxergar que não funcionam juntos? Tenho horror a isso. Tem gente que prefere levar uma vida completamente sem paz ao lado de alguém pelo costume ou por uma dependência doentia. Olha, eu não diria que aquela gostosa está com aquele bunda mole pelo sexo. Definitivamente não consigo acreditar que ele fode bem. 

Era terça-feira, entrei no elevador quando as portas metálicas se abriram e vi minha vizinha muito bem vestida numa saia social vermelha e numa blusa de botões branca de mangas perfeitamente dobradas até a altura dos cotovelos. O batom vermelho que cobria seus lábios era tão chamativo quanto o verde dos olhos felinos. 

Eu estava apoiada no fundo de costas para o espelho e ela dois passos à frente. Desci os olhos do cabelo negro liso até a bunda grande que fazia o uso daquela saia parecer criminoso. Ela usava salto alto de cor escura e digitava freneticamente no celular. Ouvi ela estalar a língua e ri baixinho comigo mesma. 

- Acha engraçado ficar olhando para a bunda dos outros? - sem me olhar, ela me perguntou. Seu tom era baixo, porém firme. 

- Para onde mais eu olharia? Você está bem na minha frente e esse elevador não é tão grande. - nem penso, falo o que me dá na telha e ela se vira, aproxima-se de mim e me fuzila com os olhos. 

As portas se abrem antes que ela diga algo. Ela vira e toma seu caminho na direção do estacionamento. Faço o mesmo, entro em meu carro e dou partida na direção da faculdade. Fico rindo sozinha ao lembrar. O que diabos ela pensou que eu diria? Que pedisse desculpas? 

Olha, não sou feito aqueles machos escrotos que ficam comendo as mulheres que passam na rua com os olhos e dando assobios, mas sou humana e não apreciar aquela vista seria mais errado do que fazer. Não ficou contraditório em minha mente. 

Hunf! Só um cego não olharia para ela. Talvez até ele fosse agraciado pelo milagre da visão se ficasse perto da Jauregui. Meu humor pode ser tão ácido quanto idiota. 

Lauren

Chego no escritório e já sou bombardeada pela secretária disso e daquilo para fazer, ligação atrás de ligação e assim minha cabeça começa a doer antes das 9 da manhã. Estou terminando de fazer uma apelação contra uma sentença ridícula e acabo lembrando daquela vizinha petulantezinha. Paro de digitar e aperto minhas próprias coxas por cima do tecido. Minhas mãos chegam a coçar ao imaginar as tapas que daria naquela bunda até eu mesma não aguentar mais bater só pra ela aprender com quem está lidando. 

God is a Woman - One Shots LÉSBICOSWhere stories live. Discover now