ROGUE - Daemon Targaryen

𝟘𝟙 - 𝔹𝕝𝕒𝕔𝕜 𝕠𝕗 ℍ𝕒𝕚𝕣

O tecido branco entra em contraste com toda a decoração vermelha e negra do meu quarto. Estou em pé ao lado de uma grande cortina que contém o Dragão de Três Cabeças da Casa Targaryen, e em frente à um espelho que mostra todo meu corpo. Passo meus dedos pelas mechas de meu cabelo preto, o que me faz ser a ovelha negra dos Targaryen.

Eu puxei minha mãe, que também tinha os cabelos como os de minha família Baratheon. Eu já fui dita como uma falsa Targaryen, mas há quase um ano eu domei Mercury, a Caçadora dos Céus. Uma dragão-fêmea de 26 anos e grande demais até para um homem adulto, suas escamas são azuis escuras e os chifres prateados. Meu sangue Valiriano também se demonstrou em meus olhos, que são roxos, e no meu temperamento forte.

Para os Stark, o sangue do lobo corre. Alguns deles são ferozes, como o filho mais velho do Senhor de Winterfell, Benjen Stark. Já sua irmã mais nova, Allysa, é tão calma, tímida e adorável que demorou cinco anos para ela conversar comigo. Minha proximidade com os nortenhos tem incomodado minha família, mas minha irmã, Rhaenys, não se importa com isso.

A Rainha que nunca foi, é assim que a chamam. Toda vez que escuto esse apelido de merda, quero mandar minha dragão despedaçar quem disse. Mas meu avô, Jaeherys, nomeou o estúpido Viserys como rei. Isso já faz 6 anos, e foi exatamente quando domei Mercury.

Tenho 14 anos agora, e estou me arrumando para meu casamento. Ideia de Rhaenys, e foi só por esse motivo que aceitei. Carl Velaryon, meu prometido, é irmão de seu marido, Corlys, a Serpente Marinha. Não tenho nada contra o homem de 29 anos, mas eu não queria me casar, nem ter filhos, muito menos me tornar uma lady de algumas ilhas menores e insignificantes. Mesmo assim, eu o manipulei com minha graça para que eu parecesse interessada.

Se fosse um lorde de uma grande casa, como os Arryn, eu aceitaria de bom grado. Ou até mesmo, quem sabe, os Stark de Winterfell. Ben é um homem feito, de palavra... feroz. E eu ainda poderia ficar perto de sua irmã, sua bela irmã.

Pensar nela faz a minha vontade de montar Mercury e ir para o Norte aumentar, mas isso não é vai ser possível porque eu tenho uma obrigação. Sou Visenya Targaryen, Princesa de Westeros, Montadora de Mercury. Vou me casar para conseguir o que eu quero, liberdade, poder sobre mim mesma.

Quando chego ao salão do Trono de Madeira, em Driftmark, Corlys me acompanha até ir de encontro ao seu irmão. Todos me olham, inclusive Viserys I e sua esposa Aemma. Ela estava grávida novamente, mas eles ainda não tem nenhum filho. Isso me aterroriza, pois já escutei seus gritos de dois outros partos na Fortaleza Vermelha, e vi as crianças mortas.

- Visenya. - Carl me recebe com um beijo na minha mão direita.

Ele é um bom homem, mas o problema é que ele é um homem. Não confio nele, mas o respeito. Ele será meu marido, terei que dormir com ele, e ter seus filhos. Que nojo.

Depois da cerimônia, uma grande festa começa. Danço com Carl, Corlys, Ben Stark e converso sobre dragões com Allysa. Ela parece tão interessada que quando uma canção começa sobre Balerion, O Negro, ela me puxa para dançar. Estendemos nossas mãos e dançamos em círculos festejando. Dessa parte, nunca esquecerei.

- Me concede a dança, milady?

Meu primo, Daemon Targaryen, O Príncipe Rebelde, me pergunta. Olho para Allysa, que acena positivo com a cabeça e sai para sentar na mesa dos nortenhos. Uma música melancólica começa, eu posiciono meus braços envolta dos ombros de Daemon e ele coloca as dele na minha cintura.

Minha relação com esse sempre foi horrível, ele é um metido e arrogante, assim como o Verme que monta. Caraxes e Mercury já começaram a brigar uma vez, o que ocasionou na morte de dois cuidadores de dragão. Daemon me culpou, mas foi Caraxes que começou a grunhir contra a minha dragão azul.