𝟘𝟜 ⇝ 𝔻𝕒𝕣𝕜 𝕊𝕚𝕤𝕥𝕖𝕣

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Os lençóis da cama são mais macios do que os nortenhos, mas a solidão que senti nessa noite me doeu o peito. Sei que Allysa está chegando com a comitiva dos Stark para as festas, mas eu a tive por todas as noites desde a batalha de Atalaia da Viúva.

Me levanto da cama quando o sol já estava no céu, me visto com um longo vestido azul escuro. Peço para que as minhas aias me preparem com perfumes, um penteado no meu cabelo negro e jóias. Quando estava quase saindo para um almoço com a família de minha irmã, Rhaenys, as portas dos meus aposentos se abrem em um estrondo. Guardas do castelo tentam me alertar, parar Daemon, mas ele me alcança e coloca suas mãos em meu pescoço.

- Aonde está minha espada, sua puta?

- Eu não sei! - Eu tento tirar suas mãos de mim, mas falho.

- Ah, não sabe? - Ele aperta um pouco mais. - Então a ache e me entregue.

Ele me solta com tudo no chão, mas eu continuo em pé, observando ele sair do meu leito. Olho para os guardas e eles me pedem desculpas por permitirem que o Príncipe conseguiu entrar. Reviro meus olhos e peço para que eles me levem até o salão onde Rhaenys irá me receber.

Minha irmã está radiante, vestindo um belo azul claro, combinando com seu marido Corlys, e seus filhos, Laena e Laenor.

- Irmã! - Rhaenys se levanta me abraçando calorosamente. - Demorou mas nos reencontramos.

- É. - Me separo dela e parto para abraçar meus sobrinhos, as coisas mais preciosas que eu tenho. - Laena seu cabelo está maravilhoso. Laenor você cresceu!

Dou um beijo em cada bochecha deles, e me levanto, cumprimentando meu cunhado. Corlys diz que tem que ir para uma reunião do Pequeno Conselho, então sai do cômodo.

Me sento para almoçar com eles, escutando todas as aventuras das crianças por Driftmark, e Rhaenys contando que Laenor poderá montar Seasmoke, seu dragão cinza-claro. Já Laena, não tinha reivindicado nenhum dragão para si.

- Tenho certeza que encontrará uma boa companhia. Dragões são seres incríveis, e com certeza um deles irá te amar, Laena. - Digo e bebo o vinho.

- Bom, agora me deixem com sua tia. - Rhaenys diz. - Assuntos de adultas.

- Mas mãe! - Laenor murmura.

- Vão.

Laena, como a mais velha, pega a mão do irmão e o leva para fora do quarto. Agora, desfaço minhas expressões de boa tia e visto a de quem não importa com as consequências de seus atos.

- Eu pedi para que voltasse. Você prometeu pelos deuses que não iria sair por muito tempo.

- Não acredito em nenhum deus, Rhaenys. Mas estive ocupada, salvando o Norte de bárbaros, falando para os nortenhos que era a representação real, - Respiro. - Enquanto nosso primo idiota esquece do reino e o deixa para Otto Hightower governar.

Rhaenys olha para suas mãos, depositadas na mesa e que mexem no garfo de ouro. Seu olhar é esperto, e ela diz, com voz cautelosa:

- Não se esqueça onde estamos. As paredes têm ouvidos aqui.

- Um bando de ratos. Não tenho medo deles. - Eu bebo mais do vinho.

- Vaemond queria sua cabeça pela a morte do irmão. - Ela solta, sem mais nem menos.

- Deixe que venha tentar pegar. - Respiro fundo. - Eu não tive nada haver com a morte de Carl.

Ela me olha desconfiada, mas eu realmente não tive. Me casei, fiz o meu papel de esposa, mas ele quem quis sair para navegar no meio da noite... depois de eu o desafiar a fazê-lo.

ROGUE - Daemon TargaryenWhere stories live. Discover now