ROGUE - Daemon Targaryen

𝟘𝟡 ⇝ 𝕋𝕙𝕖 ℚ𝕦𝕖𝕖𝕟 𝕒𝕟𝕕 𝕥𝕙𝕖 ℙ𝕣𝕚𝕟𝕔𝕖

Nos reunimos nas redondezas de Porto Real, perto de uma colina que crescia do mar. Syrax, a dragão-fêmea dourada de Rhaenyra, estava a postos para a cerimônia valiriana. A princesa, mantinha seu rosto em pé, mas lágrimas caiam, e ela não sabia disfarçar o beiço de choro.

Tento não olhar para Rhaenys à todo momento, mas é difícil. Toda a situação traz a lembrança de minha mãe, Jocelyn Baratheon, e como ela morreu no mesmo dia em que Laenor nasceu. Foi terrível pensar que as cinzas dela ainda estavam quente quando o Conselho de 101 foi convocado, e toda a injustiça que aconteceu com minha irmã foi agonizante de assistir.

Observo Daemon se aproximando de Rhaenyra, então, a jovem princesa diz, em um alto tom:

- Dracarys!

Syrax, incendeia a pira, e eu olho para o chão. O corpo da mãe e do filho, da rainha e do príncipe. Observo Viserys, quem está chorando muito, e não consigo parar de culpar ele. Sussurros seguiram pelos corredores, e escutei que foi ele quem decidiu cortar a barriga de Aemma. Engraçado, pensei que ele a amasse. Isso só prova o quanto esse lugar é perigoso, o jogo dos tronos nunca para.

Se tivesse um jeito, eu arrancaria de mim a visão de ver Daemon no trono. Ele é o herdeiro agora, todos querendo ou não. Estou até impressionada em como o dragão está calado, e não fazendo piadas à todo segundo sobre seu novo cargo.

Volto para a Fortaleza Vermelha dentro da carruagem dos Stark, e preciso ignorar os suspiros de Lady Stark, enquanto encontro paz nos olhos de Allysa. Do meu lado, Ben mantém a cabeça baixa, acho que ele ainda está chateado com a minha decisão de tomar Brett Lannister como o meu novo cavaleiro.

Saio daquela sauna tomando um grande suspiro, largando na frente de todos para chegar logo ao meu quarto. Toda a decoração do castelo está na cor preta, visando transbordar o luto pelas paredes. Mas no meu quarto, apenas os lençóis são da cor.

Tiro o vestido, jogo o mesmo no chão de qualquer jeito, e pego uma camisola azul-clara, quase transparente. O tecido é fino e refrescante, mas quando me aproximo da sacada, percebo que nada será capaz de curar o calor. O sol brilha pelo castelo, pela cidade, pelo Fosso, e pelo mar. Penso em uma vida ao lado de Carl Velaryon que nunca aconteceu, será que nessa vida eu estaria viva? Não teria eu morrido em um parto como Aemma?

Perdida nos pensamentos de probabilidades, mal escuto as portas se fecharem e Allysa entrar no meu quarto. Olho pelo canto do olho e percebo que ela está se aproximando, me abraçando por trás e entrelaçando nossas mãos.

- Sinto muito, minha princesa.

- Eu não era próxima de Aemma. - Digo. - Mas o funeral me trouxe lembranças do dia em que minha mãe foi queimada.

- "Do fogo viemos, e o fogo é nosso fim". Me lembro de ler isso em algum lugar. - Ela diz passando o dedo indicador pela pele quente do meu braço. - Vocês, Targaryens, são engraçados.

Sorrio de canto, pensando em como ela é inocente. Me lembro imediatamente de Daemon e seu aviso, me lembro do ninho de cobras em que estou dormindo. Um pensamento vem na minha cabeça, e eu soo frio: o único meio de perder Allysa é se ela noivar. Ela é uma Stark, é óbvio que tem pretendentes. Como eu nunca me preocupei com isso antes?

Me afasto de Allysa, digo para ela me deixar sozinha, ela sorri depois de me dar um selinho, e sai pela porta. Vejo o vislumbre dourado e vermelho da armadura de Brett Lannister, que carrega uma capa preta.

- Entre, Sir Brett. Preciso falar com você.

- Princesa. - Ele fecha as portas enquanto me sento num divã, e pego um pouco de água. - Em que posso ajudar?