𝟙𝟜 - 𝕊𝕚𝕤𝕥𝕖𝕣𝕤

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Mercury começa a rugir quando nos aproximamos de Derivamarca, consigo ver o grande castelo de minha irmã, e os vários navios que estão na baía. Estou muito à frente de Brett, mas não ligo para isso, preciso ver minha irmã e meus sobrinhos. Meses se passaram, e estou com mais saudades do que fiquei com anos longe deles.

Há um grande gramado emergindo da areia nas redondezas do castelo, ali posso ver Meleys e Seasmoke. Mercury desce ali, e é recebida com chiados dos outros dragões. Desço dela, e os deixo, seguindo a pé para o castelo. Estou vestindo um vestido que vai até minha canela, de cor preta e detalhes azuis, como escamas. Meu cabelo está totalmente preso em uma trança, torço para que esteja ao menos arrumada, mas duvido, Mercury é rápida e o vento nunca para quando se está em cima de um dragão.

Consigo ver Laenor na grande entrada, sorrindo para mim. Laena, graciosa em um vestido azul claro, aparece atrás dele. Abraço cada um, notando o quanto eles espicharam nos últimos meses.

- O que tomaram? Chá de bambu? - Brinco com eles. - Onde está a mãe de vocês?

- Quando viu você chegando ela foi para rezar para os deuses. - Laenor responde. - Disse para ir para lá.

- Ainda se lembra do caminho, tia? - Laena pergunta.

- Me lembro sim.

Morei aqui por um tempo, ainda casada com Carl. Minha memória é boa, e depois de alguns minutos acho o cômodo. Quando abro a porta, minha barriga ronca de fome, mas eu caminho lentamente até Rhaenys, quem está ajoelhada e com os olhos fechados em frente à estátua da Mãe.

Me ajoelho em seu lado, mas não rezo. Em vez disso, me lembro de como foi difícil acordar nessa manhã, antes do sol nascer, pegar a maioria das minhas coisas e colocar em um caixote, que Brett trará consigo. Allysa. Eu não a vi. Melhor assim.

- Não precisa fingir que está rezando. - Rhaenys diz. - Desde criança você faz a mesma cara quando vai "rezar".

- É, ainda não acredito em nenhum deus.

Saímos dali em silêncio, vagamos pelos corredores vazios que tanto me entediavam. Chegamos em uma grande sacada, e havia um verdadeiro banquete, o sol se pondo no horizonte trazia um ar tranquilo à refeição. Me sento ali e bebo água, como um pedaço de torta de frango, e então conto tudo para Rhaenys. Não tudo, pois omito o nome de Brett Lannister, e digo que foi um garoto qualquer.

- Lady Stark deve ter se sentido mal pela filha. Você com certeza a está fazendo sofrer.

- Eu sei. - As palavras amargam minha boca. - Mas talvez isso seja melhor, não teria jeito, irmã. Ela se casaria, e então me levaria para o castelo do Senhor Seu marido? Ela tem que parar de sonhar.

- Ela? Ou você?

Olho para ela com raiva, odeio quando Rhaenys sabe o que eu quero dizer com minhas palavras. Mas é verdade, devo parar de sonhar e acordar para a realidade.

- E na realidade, - Digo. - Há uma guerra. "Engorda Caranguejo"?

- "Triarquia"... são várias guerras por aquele território. Corlys partiu ontem com Daemon. - Ela revira os olhos. - Não entendo o motivo de ele ir para o Norte atrás de você, eu não pedi.

- Daemon é um homem louco. Maluco. Doido. Idiota, e metido. Arrogante. - Paro de falar as características dele.

- Homens.

- Homens. - Concluímos.

...

Depois de quase um mês, estávamos reunidos na sala de refeições, observando o mar se perder no horizonte depois de almoçar. Mas alguns barcos emergem, desconhecidos.

ROGUE - Daemon TargaryenWhere stories live. Discover now