ROGUE - Daemon Targaryen

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Não é que eu esteja irritada, mas essa troca de olhares entre Daemon e Rhaenyra me irrita. Talvez, se eu tivesse mais alguém, estaria feliz. Mas tudo que eu tenho é um idiota como marido e dor nas costas.

Laena chama a minha atenção quando levanta, e percebo o olhar de Daemon. Ah, sua sobrinha você pode, mas a minha não.

- Nem pense. - Digo para ele.

- Por que não?

- Eu te mato.

- Por causa de ciúmes? - Ele sorri.

- Por que eu sei que você seria um filho da puta com ela.

A dança continua, totalmente em uma sincronização irritante. Daemon se levanta, olha para mim e aceno positivo. Sei que ele quer falar com Rhaenyra, e é melhor mesmo, antes que eu surte e grite com os dois.

Mas Daemon não vai diretamente até a princesa. Ele dança com Laena. Olho para Rhaenys e ela me lança um olhar de ódio disfarçado. Rhaenyra me lança o mesmo olhar, e eu aceno com a taça de vinho. Se Daemon bobear, terá problemas com nós duas.

Percorro meus olhos pelo salão, tentando ignorar a cena de Daemon e Laena, quando cruzo ollhares contra a Casa Lannister. Daemon tinha problemas contra uma Casa, e eu também.

- Lorde Strong? - Chamo o homem do meu lado.

- Sim, majestade?

- O que aconteceu em Caterly Rock?

- Temo que é um assunto desconfortável. - Ele diz imediatamente. - Dizem que uma bruxa entrou, e matou os três herdeiros dos Lannisters de Lannisporto, e sir Brett Lannister de Casterly Rock. - Ele para. - Ele era seu escudo...

- Sim, era. Obrigada. - Olho para baio fingindo limpar minhas lágrimas.

Lágrimas de felicidade.

Daemon e Rhaenyra finalmente conversam, e vejo a impaciência de Viserys. Alicent quase engasga quando Daemon segura o rosto de Rhaenyra, e eu quase rio.

Sinto um pouco de saudades quando vejo as belas donzelas dançando pelo salão. Me lembro de Allysa, quem sempre gostou de dançar e bailes. Ela estaria majestosa em um evento com esse, provavelmente usando um longo e trabalhado vestido azul e prata. Mas ela não veste mais essas cores, e nem veste as minhas. Ela é uma Glover agora.

Um grito na multidão para o meu momento de reflexão. Escuto barulho de socos, briga. Aonde está Laenor e Laena? Perto do meio de tudo, fico aflita. Me levanto, e começo a andar na direção, será que Daemon está batendo em Rhaenyra?

- Visenya! - Daemon me grita na multidão e puxa meu braço para fora da roda. - Temos que sair daqui antes que...

- O que você fez?

- Nada. Vamos logo.

- Então fuja. - Me solto dele e olho para o centro de toda a confusão.

Vejo Sir Harwin Strong entrando no meio de tudo, e toda a minha visão fica turva quando vejo os cabelos de Laenor abaixados, ele está batendo ou apanhando? Vou atrás do filho da Mão, e consigo chegar na confusão. Rhaenrya é lavada para longe, mas eu fico.

Então o silêncio. Laenor estava com o nariz quebrado, e a causa disso tudo era de Sir Criston Cole. Não fazia sentido, mas eu finalmente percebi: Joffrey estava caído no chão, morto.

- Seu... - Laenor parte para cima de Sir Cole, mas eu interfiro segurando meu sobrinho com as mãos.

- Pare!

- O que foi? - Sir Criston grita com ódio para mim.

Eu me viro, como ele ousa falar assim comigo? Com Laenor? Ele havia batido no futuro rei consorte, não em um pirralho pebleu.

- Levante sua voz novamente, eu imploro. - Digo.

Laenor passa por mim e acerta Cole com um soco, mas quando o homem da Guarda Real vai revidar, eu puxo Laenor para trás, e acabo levando um soco no rosto. Sinto o gosto do sangue na boca, não pela primeira e nem pela última vez em minha vida.

Me ergo, olhando para Cole, quem estava assustado e certo do que tinha feito. Vejo uma faca no chão, corro para pegá-la enquanto Cole tenta partir para cima de mim. Eu me agacho, e pego o objeto cortante, Cole consegue se virar e ficamos frente a frente.

Ergo minha mão, e corto sua bochecha. Sangue é derramado, e seus olhos se enchem de lágrimas.

Os guardas afastam todos, consigo ver Corlys chegando perto de nós, mas quando Laenor começa a gritar e chorar, toda a atenção vai para ele.

...

O casamento não era para acontecer hoje, mas Viserys insistiu. Apenas eu, Corlys, Rhaenys, Alicent, e Viserys, seriam as testemunhas. Meu sobrinho estava tentando estancar o sangue com um tecido, mas não adiantava.

Eu não sentia mais nenhuma dor, em nenhuma parte do meu corpo, e isso me preocupava. Poderia morrer essa noite? Era possível. O bebê estava morto? Era possível.

Rhaenyra dá um beijo na bochecha de Laenor e eles trocam votos, está tudo tão triste que eu fico chorosa quando vejo meu sobrinho chorar.

- Agora são marido e mulher. - O sacerdote dos Sete diz. - Uma carne. Um coração. Uma alma. Agora, e para sempre.

Quando Viserys cai no chão, desmaiado e com sangue no nariz, sinto que esse pesadelo só está começando.

...

Encontro Daemon no quarto, lendo algum livro de cabeça para baixo. Ele não sabia disfarçar. Começo contando tudo que aconteceu, mas deixo que ele saiba do que Cole fez comigo por último.

- Matarei ele, não se preocupe. - Daemon responde vindo até mim, erguendo meu rosto com seus dedos, delicadamente. - Não está tão roxo, e temos problemas maiores.

- Sempre temos problemas, o que seria agora?

- Fazer você sobreviver.- Ele diz, e eu sorrio, ele estava se preocupando comigo? - Vamos para o Vale, você ficará em repouso até o bebê nascer, e assim, voltaremos para os Degraus.

- Não tenho esperanças. - Respondo como um sussurro.

- Pois eu tenha. E espero que você crie, por mim. Minha esposa.