Sem fôlego

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Despertei de um sonho que nem me lembrava, e quando ia voltar a dormir, me lembrei de Mendy. De como estava perto de ela ser levada para um orfanato.

Minha família a adorou. Papai não ficou nem um pouco desconfortável com sua presença. Até mesmo já tinha um cara que faria de tudo por ela, e ela não fazia ideia disso.

Suspirei. Olhei no relógio. Não era nem seis horas. E tínhamos ido dormir depois das duas.

Decidi me levantar de vez e desci as escadas.

-Acordada a essa hora, amor? – mamãe falou assim que entrei na sala.

-Preciso falar com vocês. – murmurei, a rouquidão do sono teimando em ficar na minha garganta. Pigarreei. – Sobre a Mendy.

Terminei de falar e me aconcheguei nos braços de papai que estava sentado no sofá, e recebi um beijo na cabeça. Todos esperavam eu me pronunciar.

-Como vocês sabem, ela é de Forks. Conheci ela por acaso na semana que voltamos da ilha da mamãe, por sinal já sinto falta do Brasil. – respirei fundo, lembrando daquele paraíso tropical. – Demorou um pouco para a gente se encontrar pessoalmente de novo, e quando aconteceu, ela me contou sobre a vida dela.

Saí do colo do meu pai, e me endireitei no sofá, esfregando os olhos e tentando não os deixar fechar.

-Ela perdeu os pais e a avó, e está sozinha. Ela é menor de idade, então se for denunciada com certeza será levada para um lar de adoção.

-Onde você quer chegar, Carlie? – vovô perguntou, se inclinando em minha direção de sua poltrona.

-Bom... – encolhi meus ombros, de repente envergonhada do assunto. – É isso o que vocês fazem, certo? Adotam.

-Você esqueceu de que todos dessa família se juntaram após se transformarem, querida. – tia Rose apontou, sem emoção na voz. – Não está sugerindo...?

-Não! – exclamei um pouco alto demais. – Eu estava pensando em apenas alguém adotá-la. Você, por exemplo.

-Que? – indagou, incrédula.

-Foi só um pensamento. – minha voz se transformou num sussurro. – Eu a conheço há pouco tempo, mas ficaria arrasada se ela fosse para algum lugar horrível e distante. Mendy perdeu a única família que tinha. Achei que seria o encaixe perfeito.

Me levantei, me espreguiçando.

-Não precisam me dar a resposta agora. Só quero que pensem a respeito. Vou voltar lá para cima.

-Carlie?

-Sim? – me virei para papai.

-Chegou uma carta para você, sem remetente. – e me ofereceu o envelope.

-Uma carta sem remetente para mim? – repeti confusa. Nunca recebi carta. Seria Seth sendo romântico? Mas para que não colocar remetente?

-Sim. – ele respondeu. – Chegou ontem, mas não quis estragar a festa de vocês.

-Pode guardar? Quero dormir um pouco. – pedi e ele assentiu.

-Bom descanso, gatinha da tia. – tia Alice falou, e eu soprei um beijo para todos.

-Ah, - meus pés fincaram no chão ao me lembrar de algo. – uma última coisa. – virei meu corpo, olhando mamãe e papai. – Posso convidar as meninas para Nova York?

-Pode, acho que não há problema. – papai concordou, porém olhando para vovô, que assentiu sorrindo.

-E alguns dos lobos, se eles puderem ir? – arrisquei, e meu pai estreitou os olhos.

A Irmã de Renesmee (pós Saga Crepúsculo)Where stories live. Discover now