Elástico

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N.A.: só queria deixar vocês sabendo que a história está sem as marcações de pensamentos porque eu estou viajando e estou postando pelo celular. Para não deixar de postar, vou ter que deixar ela crua. Mas creio que deixei bem claro quando as meninas estão usando seus poderes.

Acordei com os raios solares em meu rosto. Gemi, imaginando o quão cedo era, pois estava tudo silencioso ali.
Suspirei, me levantando. Um cheiro maravilhoso encheu minhas narinas. Me dirigi até a cozinha, vovó e papai ali, andando como borrões.
-Bom dia, meu amor. – ele me deu um beijo, e vovó também. – Por que dormiu no sofá?
-Quis jogar. – falei, dando de ombros. Me sentei na cadeira, os assistindo. – Acabei adormecendo.
Agradeci pelo café, e comecei a comer.
-Eu estava conversando com sua mãe, e decidimos que seus estudos têm de continuar. – ele falou, sentando ao meu lado. A colher com iogurte parou na metade do caminho para a minha boca. – Em alguns dias, começarão em uma escola daqui, até decidirmos para onde iremos.
Supliquei-lhe com os olhos.
-Você tem que finalizar seu ano escolar, meu amor. – ele se desculpou. – Não se preocupe, estarão todas juntas.
-Emily deixou Claire ficar? – indaguei, sem esperar por isso.
-Deixou. – sorriu de lado. – Ela é uma tia muito liberal.
Isso não desfez minha carranca.
-O Bugatti está aí para isso.
A felicidade me atravessou com força.
-Combinado.
Eles riram de mim.
-Como eu me vendo fácil. – lamentei.
-Bom, você não teria muita escolha, de qualquer jeito. – meu pai apontou. – Quanto mais novos começarmos em um lugar, por mais tempo ficaremos lá.
Assenti, compreendendo. De verdade, era muito ruim se mudar por causa da aparência congelada dos Cullen. Quando voltamos do Brasil, não pudemos sair muito, e vovô já estava em outro hospital longe para trabalhar. Ficar em Forks não era uma opção.
Do nada os olhos do meu pai foram atraídos para o meu pulso. Estavam com marcas fracas do elástico. Eu meio que puxei ele várias vezes enquanto jogava na madrugada.
-Foi de uma embalagem de doce, achei fofo e deixei no pulso. – me expliquei.
Tentei esconder minha mão, mas ele a segurou e virou meu pulso para cima. Levantou uma sobrancelha, me questionando silenciosamente.
-Fiquei distraída. – puxei minha mão, incomodada ao perceber que minha vó também prestava atenção.
Para o meu alívio, um dos lobos entrou na cozinha.
-Bom dia. – Brady cumprimentou entrando na cozinha.
Após ele tomar café, o convidei para passear lá fora.
-Então, você e o empregado da fazenda, uh?
Meu olhar voou para ele, surpreso.
-Seth mandou você me perguntar? – falei azeda, parando de andar.
Ele recuou com o meu tom, parecendo chateado.
-Eu não sou um espião, estou apenas conversando com uma amiga.
Respirei fundo, me sentindo tola.
-Me desculpe. – pedi, com remorso. – Só que parece que todos esperam uma resposta de mim. Me perguntam se estou com William, falam que apoiam se eu esquecer Seth, nem eu sei o que eu quero!
Ele me abraçou, e voltamos a caminhar. Mantive o braço em sua cintura, e ele ao redor de meus ombros.
-Eu imagino como você deve se sentir. Não deve ser fácil. Mas, hey, não estou aqui para te dar conselhos. Claro, se você quiser eu dou. Mas eu só queria conversar contigo.
Sorri.
-Você... – hesitei, nem eu mesma sabia se queria esse assunto mesmo. – Acha que Seth me trairia? Por favor, diga o que você acha, não o que eu quero ouvir.
Ele pensou por um momento, me deixando apreensiva. Chegamos num balanço que meu pai construiu para Ness e eu.
-Não, não acho. – soltou por fim. Um alívio me bateu tão forte que senti como se fossem toneladas tiradas das minhas costas. – Mas não sei bem o que aconteceu, além das fotos que você me mostrou. Ele parou de patrulhar quando eu estou junto, e os outros não conseguiram respostas concretas. Ele está... rabugento.
-Será que ele foi forçado? – murmurei, cheia de incerteza.
Brady pensou por um momento.
-Eu não diria forçado. Ele é forte, um humano não poderia força-lo fisicamente. Mas quem sabe foi pego de surpresa?
Eu pensei nas fotos. O ângulo favorecia muito ela. Parecia que ele estava gostando. A vontade...
Puxei o elástico, fechando os olhos para a dor. Meu coração pulou uma batida com a pontada repentina.
-Isso aqui é forte? – ele perguntou, para o meu contentamento, mudando por completo o assunto. Puxou a barra de ferro do balanço, a testando. Nem prestou atenção em mim, e fiquei aliviada por isso.
-E se não fosse? – gritei indignada, achando graça. – Meu pai construiu pensando em mim e Renesmee.
Ele pegou impulso para trás e se soltou. O acompanhei. A sensação de liberdade, a adrenalina pulsava em mim.
Adrenalina... a primeira vez que notei um sentimento brotando em mim sobre ele...

A Irmã de Renesmee (pós Saga Crepúsculo)Where stories live. Discover now