Capítulo 7.

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Capítulo 7.

...

Dou início a mais um dia de entrevistas, pela primeira vez, um pouco mais tranquila e leve comigo mesma.

Separei alguns materiais, que gostaria de ver na presença dele, com o intuito de ver sua reação.

Resolvo chamar um dos guardas, com o intuito de pedir algo que não é muito profissional, ainda assim, se faz necessário em um momento como esse.

-- senhor Raul, não teria como vocês deixarem ele livre das algemas durante as entrevistas?. -- eu preciso que ele veja algumas coisas comigo então é urgente.

-- veja bem Dona Camila, o Rogério já é privilegiado demais por não ficar na companhia dos outros detentos, pelo simples fato de ser famoso de ter alguém pagando pela proteção dele aqui. -- e para ser sincero com a senhorita eu como marido e pai, tenho vontade de matar um traste desse que faz o que fez com a família, mas enfim, meus sentimentos não estão em discussão aqui mas o fato de ele já ter privilégio demais me impede de soltá-lo e também pela alta periculosidade do homem, vai que ele resolva fazer o mesmo com você e nós não podemos deixar que isso aconteça.

Tem alguém pagando pela proteção dele aqui?. Lisandra desceria tão baixo apenas por uma maldita entrevista?.

-- então por favor, abra a porta. Eles destrancam a porta enquanto, procuro manter a calma, vou até o escritório de Lisandra assim que sair daqui.

Adentro o quarto, colocando minha bolsa sobre a mesa.

-- Boa tarde, Rogério. Faço meu comprimento de praxe, atraindo sua atenção. -- de acordo com as informações que tive, você tem alguns problemas de saúde então fiquei curiosa em relação a isso. -- eles dão a você algum tipo de remédio ou tratamento diferenciado por conta dos seus problemas?.

Uma pessoa com problemas cardíacos certamente necessita de cuidados especiais, além de ter usado marca-passo Rogério tem vários outros problemas de saúde. A pressão é totalmente desregulada, teve anemia, precisaria estar sob cuidados constantes para se manter vivo. Quero saber até onde o Lisandra foi com essa proteção exagerada.

-- não. Ele responde, deixando-me incrédula.

-- Mas por que não?. Faço a pergunta mental em voz alta, não esperando uma resposta pois ele não deve saber as razões pelas quais é negligenciado em relação à saúde.

-- Eu recusei toda e qualquer ajuda especial Camila, tentaram me privilegiar até demais e você quer saber porquê?. Balanço a cabeça positivamente. -- enquanto a minha vida for capaz de dar dinheiro a eles e a fama que todos querem, eu sou necessário, no momento em que eu contar tudo a você, garanto que eles vão me deixar morrer, vão me tirar desse quarto e me colocar com os outros e deixar o tempo passar até que eu não exista mais me torne apenas uma estatística. Ele não se vitimizou, falou apenas uma Cruel verdade.

-- é por esse motivo que você se mantém calado durante todo esse tempo?. Questiono, me dando conta de como esse homem pode ser frio

-- não quero que você me veja como vítima, até porque se existe uma pessoa que não é vítima em toda essa situação Essa pessoa sou eu. -- mas porque eu ia querer garantir a minha sobrevivência, sendo que acabei de te falar que recusei tratamento médico?.

-- Então por que você não facilita as coisas e conta logo de uma vez tudo que aconteceu?. Questiono, me levantando da cadeira e chegando bem próxima da cama.

-- Porque é a minha história, a minha família, a minha vida E se eu não quiser contar o que houve apenas para o deleite da mídia que não quer nada além de fama com tudo isso, é um direito meu e se você não estiver satisfeita pode dar meia volta ia esquecer que eu existo. Ele foi categórico, suas palavras estão trazendo à tona uma série de questões muito importantes. Ele pode me fazer ganhar sua confiança, como o psicopata que talvez seja pode me fazer até mesmo se sentir apego emocional por Ele para depois me descartar, me transformando em nada além do que uma forma de distração

o caso rogério arantes.Onde histórias criam vida. Descubra agora