Capítulo 23

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capítulo 23.

...

Henrique.

Graças a Deus, Emanuelle não morreu, apenas desmaiou por conta da fraqueza provocada pelas facadas e pela fome.

Chegamos ao hospital, comigo ainda aliviado por não ter perdido a mulher que  tanto amo.

Poderei entregá-la ao pai, devolvê-la ao convívio familiar ao qual foi privada durante 20 anos.

Ela precisou ser atendida em sigilo, assim como o pai está sendo, devido à repercussão na mídia.

Avisei a Lisandra e também a minha mãe que certamente não vão demorar a chegar.

a aglomeração de fãs, jornalistas e Curiosos em relação ao caso é perceptível no hospital.

Estou sentado em uma cadeira na recepção, desconfortável mas me parece convidativa pois estou exausto. Já suspeitava do parentesco de Camila com Rogério, desde o momento em que minha mãe me mostrou uma foto dele com a esposa.

Ela tem os olhos do Pai, ainda que o que chame mais a atenção em Camila é a semelhança da voz que  tem com a mãe.

Será que ela tem o mesmo talento para o louvor, e ainda não sabe?.

Sabendo que vou acabar dormindo Se continuar aqui, vou à procura do médico, na intenção de pedir uma autorização para ficar ao lado de Rogério.

A sala parece esconder um fugitivo da Justiça, julgando pela quantidade de corredores que  precisei passar para chegar até onde ele está.

Adentro o ambiente, sua atenção se volta a mim.

-você é? Não sei se meu nervosismo se deve ao fato de estar diante do pai da mulher que eu amo, ou simplesmente o tom de voz interrogativo que me lançou de maneira séria.
-não sei qual o grau de conhecimento que você tem em relação aos últimos acontecimentos, então podemos dizer que eu sou melhor amigo da jornalista que entrevistou você. -me chamo henrique.

Ele me Analisa rigorosamente por alguns segundos.

-Você pode me interar dos últimos acontecimentos então?. -quanto mais vocês tentarem me privar de uma verdade que eu talvez já conheça, Pois não sou burro e sei muito bem montar as peças do quebra-cabeça, pior eu vou ficar. Ele olha em meus olhos, buscando o mínimo de complacência da minha parte.

--Quais são as suas suspeitas?. Indago, tentando ver até onde sua mente foi capaz de chegar.

-ela é a Emanuelle não é mesmo?. -a Camila?. Balanço a cabeça positivamente, em resposta.

-está viva?. Aparenta um medo descomunal de ouvir um não, mesmo assim, questiona.

-embora não esteja em suas melhores condições, permanece viva graças a Deus. Minhas palavras parecem ter tirado um peso do tamanho do mundo de suas costas, o alívio ao qual me olha é perceptível.

-por mais triste que seja pronunciar essas palavras, Você a conhece mais do que eu. -o que você pode me contar sobre ela?.

ainda que a dificuldade seja grande, preciso esconder a cara de bobo apaixonado que faço ao pensar em Emanuelle.

-ela é apaixonada por chocolate branco, morre de medo de altura, se esconde embaixo dos lençóis durante chuvas fortes, sente ódio descomunal por sopa, é muito curiosa, chora quando assiste romances, ama filmes de suspense. Abro um enorme sorriso, enquanto sou analisado mais uma vez por ele. -é uma mulher de 23 anos, que ainda assiste os desenhos antigos da Barbie, conhece todas as musiquinhas. Minhas palavras provocam um pequeno sorriso, que não é muito visível nesse rosto que me parece tão abatido.
-durante a gravidez, A mãe dela me obrigava a assistir todos os filmes da Barbie com ela, e ai de mim se dissesse que não queria pois quem estava pedindo era a nossa filha, eu tinha que obedecer. Começo a rir, com a nostalgia visível em meu olhar.

o caso rogério arantes.Where stories live. Discover now