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JUNGKOOK ELTHER

- Estamos aqui para falar do leilão. - Me esquivei sobre a mesa a vendo de maneira relaxada e completamente sonolenta naquela poltrona em minha frente. Apoiei meus pulsos entrelaçados sobre a mesa.

- Seja breve.

- Primeiro, as pessoas sabem que sou da máfia. Todos eles sabem. Eu fui preso e minha cara apareceu nos telejornais do mundo. Isso significa que alguns vão me odiar e outros vão me admirar.

- Admirar um assassino? Devo dizer que os suíços são loucos. - Me interrompeu com aquela sobrancelha arqueada e tom de deboche. Dei um longo suspiro mais uma vez. Seria uma longa conversa.

- Eu tenho muito dinheiro, e isso causa interesse em muitas pessoas. - Retruquei. - E você como minha esposa, vai aparecer pela primeira vez em público e provavelmente você será pega com algumas prováveis perguntas. - Puxei o primeiro papel e coloquei em sua frente. - Fizemos algumas perguntas e colocamos as respostas, fui obrigado a pedir que fizessem um scrip de nossa suposta história. Pedi que não colocassem que foi por amor e sim um acordo de interesse entre os dois.

- Ótimo. Até porque nosso ódio é mútuo e ser associada como sua esposa já me é o suficiente. - Sn continuava a ler as perguntas silenciosamente sem dizer o que pensava sobre elas ou sobre as respostas.

- Sou mafioso, a última coisa que desejo é me casar e muitas pessoas sabem disso, por isso temos que soar o mais real possível. Mesmo que seja um casamento por acordo e não por amor, temos que aparentar estar muito bem, como amigos. Se estou certo outras pessoas do ramo da máfia sabem que estarei lá, isso significa que vou ser obrigado a espalhar alguns seguranças meus pelos convidados mesmo que não aconteça nada. Aqui está o script. - Lhe entreguei a outra folha. - Nos conhecemos quando fui à Portugal e te encontrei no aeroporto a procura de informações, e então você me contou porque estava ali e eu disse que te ajudaria. Eles não precisam saber muitos detalhes então fique tranquila quanto à isso. Outra coisa, haja como uma mulher obediente. Não houve fazer esses joguinhos de resposta comigo na frente de outras pessoas que devem ter medo de mim! Se ousar fazer isso pode ter certeza que vou fazer o que não faço com você até então. - Ela se calou, no entanto sei que pensou muitas e muitas coisas. Também gostaria de saber o que eram, mesmo que fossem totalmente irrelevante para minha vida.

- Sobre o Raul. O que vamos falar? - Sua pergunta foi óbvia mas compreendi seu objetivo.

- Nosso foco é falar sobre isso com o representante do governo americano. Nós vamos nos sentar com ele, eu nunca me encontrei com ele então não posso dizer se será fácil ou não. O ponto é conversarmos até ele chegar a perguntar se você realmente é filha do presidente do Brasil ou se ele realmente expulsou você. Assim que isso for perguntado, quero que você se finja ser o mais sensível possível nesse assunto, mesmo querendo que o Raul se foda. Eu não irei falar nada, isso é tudo com você. Você vai falar que ele nunca aceitou você e sua origem e por tentar apoiar os direitos humanos ele lhe exilou do país, creio que não será difícil, tenho certeza que você é boa com distrações e manipulações, sua cara diz isso.

- Talvez eu aprenda agora, estou sendo obrigada a fazer isso. Sua sorte é que as coisas que Raul fez para mim foram tão ruins que qualquer mentira que possa afetar a ele, estarei falando. - Ela não deu um sorriso cínico e nem deu indícios de mais uma de suas alfinetadas, na verdade seu olhar até então sádico e cansado se desviou de minha pessoa e encarou o quadro enorme da parede da direita. Passei a analisar seu rosto, a maneira como mordeu os lábios como se estivesse coçando deixava seu nervosismo bem a mostra, assim como as mãos que se esfregavam de maneira rápida e frenética. Me pergunto o que, de tão grave, este homem fez.

DÍVIDA PERFEITA | Livro I • JJKWhere stories live. Discover now