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⚠️ Alerta gatilho: tortura explícita.

JUNGKOOK ELTHER

A queimação subiu pelo meu corpo. Raul estava apenas de cueca sentado na cadeira, braços e pernas presos. Uma feição de medo e raiva. Claro que a raiva não se sobressaia. Eu tinha quebrado o trato e ele iria morrer. Em minutos. Talvez horas. Quero que ele pague por cada coisa que fez. Com a Sn e com a mãe dela. Por casa abuso. Cada vez que ousou que deixassem tocar as mãos no meu amor e olhou como se fosse um circo de palhaços fazendo piada. A justiça não ia fazer o que ele merece. Eu farei.

- Estou pensando em como vou começar com você. Gostaria de ter perguntas pra você mas confesso que não tenho. Porque sei tudo da sua vida miserável. Sei que comprou esse dinheiro das mãos de um agiota estrangeiro que provavelmente vai infernizar sua família muito mais do que eu. - Raul estremeceu e mordeu os lábios. Sorri. - Vai ser um prazer me juntar a ele pra acabar com sua família e toda essa facção que você esconde por todo o Brasil. Vou garantir que nunca mais a Sn seja importunada por você ou por um dos seus. - Catei um bisturi. Simples. Pequeno. Afiado.

- Como pode gostar dessa mulher e apoiar as coisas que ela faz? Ham? Uma preta como ela merece muito mais do que fiz. Não sabe que é pra isso que esse povo serve? - Eu conhecia esse diálogo. Esse descarte. Muito bem por sinal. Completamente inútil para ele. - Os pretos por dever devem nos servir, é um pagamento por nos termos lhes dado evolução, termos lhe tirado da África e lhes trazido para a nossa sociedade. - Como alguém pode ter esse pensamento hoje em dia? Tecnicamente era para eu ter exatamente o mesmo pensamento se não fosse criado por uma professora de sociologia.

- Eu lhe pergunto. - Pausei cravando o bisturi em sua coxa. Três centímetros a fundo. Milímetros do osso. O grito dele ecoou pelo espaço pequeno e quadrado. Ecoando pelas paredes e voltando em pequenas ondas para meus ouvidos. - Eles pediram para serem tirados do próprio país por homens brancos feito fantasma que sempre acharam ter controle de tudo? - Raul espreitou os olhos com dor e não me respondeu.

- Filho da puta.

- Se você vivesse na máfia, já estaria morto a bastante tempo, Raulzinho. - Retirei o bisturi sentindo seu sangue escorrer entre meus dedos. - Sabe porque? Existe um pacto da máfia italiana que diz "não trair sua esposa é fundamental, um ato de traição desse é incabível. Se não é capaz de ser leal a quem dorme com você, é capaz de trair qualquer um." E me pergunto quantas vezes você traiu a sua esposa. Traiu a mãe da Sn. Você estaria de baixo da terra à alguns anos. Onde tudo que iria lhe restar era seu esqueleto ridículo e no máximo um ouro falso no dente. - Segurei a outra coxa e escrevi um J que aos poucos foi tomado por sangue que escorreu e pingou no chão. Pingou. Pingou. E pingou.

- Casamentos bastam para ser um acordo. Você conhece muito bem isso. - Entre dentes Raul ousou me responder e concordei com o queixo.

- Saber, eu sei. Mas na máfia, existem regras. E isso é mais uma curiosidade pra você. Não importa se o casamento é verdadeiro ou por contrato, devemos lealdade para quem dorme conosco e terá nossos herdeiros. Isso é o mínimo. - Catei o isqueiro mais próximo e me aproximei de seus cabelos, ateando fogo. Aparentemente ele não sentiu o quente já que o fogo se espalhara pelas pontas primeiro. Cruzei os braços sorrindo ao ver seu cabelo feito plástico queimando. Claro que quando o fogo bateu sobre seu coro cabeludo ele gritou. Gritou de maneira desesperadamente deliciosa. - Raul, me diga, quantas mulheres você já tocou sem uma permissão? - O fogo em sua cabeça amenizou e me aproximei vendo a pele brevemente vermelha. Queimada. O resto de cabelo me deu uma leve agonia, supostamente aguentável.

Silêncio. Raul apenas abriu os olhos e notei o suor escorrer pelo seu corpo nojento. Larguei o bisturi e peguei um taco de madeira coberto por agulhas finas, verifiquei as agulhas e senti meu corpo formigar. Bati o taco contra seu rosto vendo seu pescoço girar para a esquerda. O sangue desceu de sua bochecha e da lateral do seu olho. Furado pela agulha devido a todas as furadas da sua vida. O silêncio me deu a resposta que eu precisava mas ainda sim me respondeu baixo.

DÍVIDA PERFEITA | Livro I • JJKDove le storie prendono vita. Scoprilo ora