DÍVIDA PERFEITA | Livro I • JJK

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JUNGKOOK ELTHER

Duas semanas se passaram desde o aniversário da Sn e me lembrar desta noite me deixa fissurado de alegria. Só de estar com ela me parecia o suficiente, no entanto tenho que admitir que adorei passar a noite inteira me divertindo e saber que não teve sexo faz de tudo ainda melhor. Assim que vi aquele vestido em amostra numa loja de grife, a imaginei nele, e sabia que ia ficar belíssimo naquelas suas curvas avantajadas e naquela sua pele charmosa e escura. Ela chorou ao menos umas três vezes me agradecendo em cada uma delas pelo que eu fiz.

E isso não era nem metade do que poderia fazer. Poderia ter programado uma viagem para uma praia ou para outro lugar conhecido e legal, e infelizmente meus trabalhos não me permitiram fazer isso. Então só reservei o restaurante e o cinema para nós. Só para nós. Assistir filme nunca me pareceu um bom evento romântico, até porque muitos casais fazem qualquer coisa menos assistir. Mas nos assistimos desenhos e me senti criança novamente. Experimentando a risada dela que me fazia rir de maneira que nem mesmo eu tinha controle. Fiquei muito feliz por apresentar tudo aquilo à ela.

E extremamente triste por saber que aquele foi, tecnicamente, sua primeira surpresa de aniversário. Seu primeiro aniversário. Em vinte e três anos de idade. Tudo bem que nem sempre estamos a fim de fazer aniversário ou de dar uma festa, no entanto digamos que aniversário é algo presente em minha vida principalmente depois da máfia que pude dar festas enormes e chamar pessoas pra encher toda minha casa e ganhar presentes super caros e bons. Mas Sn não teve um aniversário. E a única pessoa que lhe comprava um bolo e lhe dava os parabéns era sua melhor amiga porque aparentemente sua mãe não fazia isso.

Não posso julgar muito sobre a mãe dela, por que posso imaginar todo o sofrimento que as duas passaram nos dez anos que viveram na casa do Raul, mas esquecer o aniversário da própria filha? Já não bastava ela ser maltratada por todos, não dar um feliz aniversário não era o suficiente? Quer dizer, isso chega a ser muita informação para minha mente. Aniversários são datas importantes, mais um ano de vida e um novo ciclo. Isso sempre é bom. Nos relembra de viver enquanto temos tempo para fazer isso. Nos dá a graça de comemorar mais um ano. E para ela não passa de um dia normal.

Sn comentou que nunca teve expectativas sobre aniversário e que nem sabia que eu sabia da data. Eu tenho os dados da vida dela desde que chegou aqui, e não seria capaz de esquecer. Sorri assim que ela me contou que assim que recebeu o buquê se chateou por não ter nenhum cartão e começou a criar paranoias do que eu iria fazer. Precisei sair de casa o dia inteiro para que ela não me enchesse de perguntas, sei muito bem como as mulheres são e isso ainda me lembro bem de antigos relacionamentos.

É deprimente saber que ela não teve aniversários, isso é o frustrante. Não comemorar é uma coisa, não ter é outra. E tudo que queria é que ela deixasse que eu fizesse todos os aniversários de sua vida só para lembrar o quanto ela merece isso e muito mais do que isso! São coisas simples que cheguei a pensar que todos na vida tinham, mas pelo visto há muitas coisas que não sei. O que chega a ser engraçado já que o diferente e assassino do relacionamento sou eu. Eu nem mesmo mereço o que ela faz por mim, a maneira como me ajuda, como tem paciência para me escutar.

Conversar sempre me acalmou, no entanto conversar com meus amigos é totalmente diferente de conversar com a Sn. Sn parece ter mel na boca, a voz dela me acalma mesmo que esteja me xingando, geralmente ela revira os olhos e desvia do meu olhar completamente tímida mas quando estamos conversando ela é firme e não tira os olhos dos meus. Me trás confiança, me trás paz. A paz que não consigo ter à muitos anos na minha vida foi ela quem me trouxe de volta. E devo agradecer muito à isso.

Os caras que invadiram minha boate foram localizados no sul dos Estados Unidos, prestes a voltar para seu chefe dizendo que obteve muito sucesso na missão. De fato tiveram e tenho sim que admitir que foram inteligentes, mas não vão chegar no seu chefe cantando vitória porque ainda hoje quero eles em um dos meus galpões para sofrerem tudo que fizeram as pessoas inocentes que trabalhavam lá dentro sofrer. O mais saboroso era saber que esses caras são assassinos de aluguel e foram contratados já faz bastante tempo pelo chefe da Cosa Nostra. E pelo visto estavam duvidando bastante depois de rir na cara  dos Blod.