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JUNGKOOK ELTHER

Não fez nem meia hora que estava sentado e totalmente impaciente, quando Élias saiu na porta de seu consultório e me chamou com a cabeça. Me levantei apressado e um pouco aliviado por ter novas notícias dela, mas quando entrei no cômodo branco sem muitos móveis vi que Sn continuava na maca do mesmo jeito, o sangue escorria pelo seu braço e pelo seu pescoço, me vire pondo a mão na arma em minha cintura completamente enraivecido. Que porra era essa? Ela estava sangrando esse tempo todo e aqueles pedaços de vidro continuam cravados em sua cabeça!

- Por que diabos não tirou os vidros dela? - Encarei olhando para baixo enquanto Élias estava de braços cruzados a me encarar com uma face séria, com medo já que sua língua não parava dentro da boca, mas sério.

- Não vou atender essa mulher, Césio. - Franzi a testa com aua afirmação.

- O que? Porque?

- Me recurso a atender uma mulher desta cor no meu consultório! Isso nunca aconteceu. Onde diabos tirou essa mulher da cor de um carvão? - Tirei minha arma do lugar e saquei batendo contra o rosto do médico o fazendo cair no chão, uma raiva sem limites me fez pegar ele pela gola e jogar seu corpo contra a parede. Não acredito que ela continuava perdendo sangue por esse motivo. Meu nariz ardia pela raiva que eu estava sentindo e se fosse um dragão ele já tinha virado cinzas por que certamente teria o acertado com fogo?

- Eu sugiro que você atenda ela, porque se não já sabe o que vai acontecer. - Sussurrei entre dentes com minha testa quase colada na dele. Minha maior bajulação para ele são suas amantes espalhadas pelo hospital, por este hospital que trabalha todos os dias. Élias tem uma esposa e dois filhos e ironicamente não deseja que ela saiba de suas traições. Porque ele é um nojento descarado que não respeita nem a própria família. - Não acredito que você não a atendeu por esse motivo, você por acaso quer morrer? - Seu nariz começou a sangrar e seus olhos estavam tomados pelo medo.

- Nunca atendi uma pessoa assim, nem existem pessoas assim na Suíça! - Devolveu gaguejando, sua voz estúpida chega a me dar náuseas. Apertei seu pescoço com força prendendo seu ar enquanto suas mãos batiam em meus braços de maneira totalmente inútil.

- Por acaso pensa que ela é o que? Um bicho? Ela é um ser humano e deve ser cuidada como um. Agora faça a porra do seu trabalho e qualquer errinho vai ser uma bala que vai sair dessa arma! - O soltei empurrando o mesmo em direção à maca que ela estava. Como dito fiquei ali de pé depois de trancar a porta do consultório, apontando a arma para a nuca dele enquanto ele tinha uma careta no rosto e começou a trabalhar. - É grave? - Perguntei assim que o primeiro vidro foi retirado.

- Não. Não chegou a atingir o osso, foi só até o periósteo. Só vai levar alguns pontos. - O que me acalmou foi saber que vendo uma arma ali que poderia o matar a qualquer minuto o fez fazer o seu trabalho direito.  A quantidade de sangue me assustava e não sabia o porque, geralmente gosto de ver sangue derramando mas nela pareceu... cruel demais. O motivo provavelmente é o fato de Sn ser inocente. Inocentes me fazem sentir pena. Sou o tipo que defende pessoas inocentes por que sei como é passar por injustiças na vida e ser taxado como culpado por algo ruim e que não fez. Depois de retirar todos os vidros ele passou algumas gazes pelo local e começou a fazer a sutura numa lerdesa absurda enquanto as mãos tremiam como se fosse um principiante. - A pálpebra dela doi machucada, vou fazer um curativo e colocar um tampão por precaução, não atingiu o olho, foi só a pele da pálpebra mesmo, mas ficou bem perto da íris.

- Se você fizer merda eu acabo com você. - Avisei, aquele tremor poderia dar muito errado ainda mais em uma área tão sensível como essa. Mais uns vinte minutos e ele terminou tudo, assim que se afastou me aproximei da maca observando o pouco de cabelo raspado na lateral. Duas suturas, quatro pontos em cada, as duas na horizontal. Ela continuou desacordada por um tempo, sua respiração parecia calma, Élias a colocou no soro e solicitou a marcação dos exames. Ótimo, nem precisou que eu pedisse.

DÍVIDA PERFEITA | Livro I • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora