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SN SILVA

Esfreguei suas costas com minhas mãos enquanto dava massagem nas mesmas que ainda estavam bastante tensas. Ali foi a primeira vez que vi suas cicatrizes tão de perto. Não eram muitas, eram oito, contadas à dedo. Espalhadas pela região das costas e da cintura. Jungkook encostou a cabeça na parede enquanto terminava de lavar ele, sentia como se tivesse cuidando de um paciente nesse momento. Sempre tive muito carinho pelos meus pacientes, então vê-lo nu não me era tanta surpresa, a surpresa era por eu também estar nua. Ainda não estava acostumada com essa sensação e continuo envergonhada.

A espessura das cicatrizes é cerca de meio centímetro e o comprimento talvez ultrapasse os quinze. As toquei com o indicador vendo o quão tenso ele ficou, mas também parecia muito relaxado. Tirei o sabão de sua pele o vendo totalmente limpo. Seu corpo é uma verdadeira obra de arte, costas largas, bíceps marcados, trapézio bem feito, cintura fina, bunda redonda e lisinha e as pernas nem se fala. É uma silhueta tão perfeita que posso facilmente o chamar de um deus grego. Nem mesmo eu me acho tão perfeita assim, mesmo que me aceite o bastante para me achar bonita.

Inseguranças infelizmente fazem parte de todos nós. Assim como ele odiava estar sem camisa, quando vi suas marcas pela primeira vez e invadi seu espaço as tocando, mesmo que estivesse curiosa o suficiente, me senti meio culpada depois. Não gostaria que fosse comigo e imagino como deva ser você chegar em um lugar e chamar a atenção das pessoas por causa da sua história. Porque ao menos para mim, isso que quer dizer as cicatrizes. São histórias, boas ou ruins, que marcam nossa vida. Tudo bem que na maioria das vezes seja ruim, mas não tem o que fazer. Acontece.

Foi por isso que disse para Jungkook a história de minha cicatriz na barriga, nenhuma história minha de quando ainda estava na casa do Raul deixa de me afetar. Todas elas me deixam mal porque me lembro instantaneamente do que passei na situação. Falar com ele que meu irmão que deveria cuidar de mim, meteu uma faca na minha barriga porque eu queria ler um livro e estava atrapalhando ele é demais pra mim. Uma criança. Cheia de inocência, esperança e desejo. O pior é me lembrar do desespero da minha mãe por um médico. Médico que o Raul se recusou a me levar.

- Pronto. Limpinho. - Sai dos meus pensamentos passando a mão pela cintura dele, Jungkook se virou sorrindo de lado e agora seu rosto parecia muito melhor. Tanto nas expressões, porque ele é alguém muito expressivo, quanto nos machucados. Só tinham hematomas agora.

- Não sentiu nojo dessa água de sangue? - Perguntou ele agarrando minha cintura com força  e neguei sorrindo de lado.

- Não. Estou acostumada a dar banho nos meus pacientes... isso é bastante normal. - Notei seus mamilos rosados enrijecidos por conta do atrito da água e toquei seu busto molhando meu cabelo e fechando os olhos, ele saiu da parte do chuveiro e me colocou lá ainda abraçado à mim.

- Ah, então você também dava banho nas pessoas? Se soubesse disso teria me machucado a muito tempo. - Gargalhei sentindo meu rosto encharcado. Passei as mãos sobre ele e me afastei da água.

- Interesseiro. Há sacrifícios que temos de fazer na medicina, um banho não é algo tão terrível assim. - Balbuciei pegando o shampoo, mas de repente ele o toma de minha mão.

- Você me deu banho, me deixa te lavar agora! - Dei os ombros e me virei desligando o chuveiro.

- Está bem. Não passe shampoo nas pontas, está bem? - Disse de braços cruzados colocando a mão em meus seios sentindo a água escorrer do meu corpo. Jungkook concordou e começou a acariciar minha cabeça fazendo cada vez mais sabão. Seus dedos passavam muito bem pelo meu coro cabeludo, ele acariciou a parte da nuca e cheguei a gemer. Porra, isso tava muito bom e relaxante.

DÍVIDA PERFEITA | Livro I • JJKWhere stories live. Discover now