capítulo 12

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Lorena

Pedi pro Luan ir buscar um copo de cerveja pra mim, ele desceu faz uns 15 minutos até agora nada.

Eu fiquei pensativa sobre o que rolou na cozinha, Marcos é um garoto tão forte, vê aquela situação com os pais, não deve ter sido nada agradável.

Observei a favela de longe, aqui a vista é bem bonita, dava pra ver o complexo inteiro.

Escutei passos lentos e agradeci pelo Luan ter chegado, afinal já estava ansiosa por outra pessoa me ver sozinha.

-Bem linda essa vista, né? -falei sem olhar pro lado

Xxx: Eu gosto. -falou rouco

Era ele, e aquela voz que me deixava totalmente fraca.

Índio: Eu fico sempre marolando vendo o alto daquele morro, lá na frente. -continua falando e eu assentir

Virei a cabeça vendo ele apoiar os dois braços no muro ao meu lado e inclinar um pouco a coluna. Levou o baseado até os lábios e molhou um pouco a boca ao soprar.

Seu perfume era bom, um cheiro amadeirado, um aroma cafajeste.

-Poucos lugares tem essa vista. -falei vendo ele encarar a margem -A minha casa, tem a vista pra um terreno baldio, por exemplo.

Índio: Tendeu. -ficou calado e eu não queria dizer nada -Tu conhecia o Marcos, há um tempo né?

-Não, faz exatamente. -encarei os dedos contando mentalmente -Acho que duas semanas.

Índio: É, tu realmente tem dom com criança então, pô. -neguei rindo

-Nenhuma criança gostou de mim, como teu filho. Por isso, retribuo tanto o carinho dele, as vezes é falta. -falei percebendo que toquei no assunto que ocorreu mais cedo

Índio: É isso mermo. -jogou o baseado no chão e amassou -A mãe dele, é uma filha da puta, arrogante.

Não queria negar, afinal eu pensava exatamente isso.

-Eu diria, lamento. -falei sentando no banco em nosso lado

Para minha surpresa ele fez o mesmo, porém arrastou a cadeira ficando em minha frente. Fiquei nervosa imediatamente, ele estava despojado em minha frente, me encarando de braços cruzados.

Índio: Então doutora, o que te faz se aproximar do moleque?

Não tinha entendido o motivo dessa pergunta, depois refletir. Será que ele acha que me aproximei do Marcos, por causa dele?

-Porque ele é um garoto incrível. -falei óbvia -Por que mais seria?

Índio: Não sei. -abaixou o olhar e subiu meu corpo totalmente até meus olhos -Diga tu, pô.

-Sinceramente por tu ,que não seria. -falei sincera recebendo um olhar totalmente diferente

Não era um olhar de julgamento como antes, era um olhar de aposta, desejo e provocação. Neguei mentalmente, talvez eu tenha ferido o ego dele. E agora sua missão será me fazer admitir que sou totalmente atraída por ele.

Levantei disfarçando e fiquei contra o muro, apoiando minhas mãos ao meu lado.

Ele fez o mesmo, levantou e ficou na minha frente. Colocou seus braços um de cada lado do meu corpo me encurralando.

Índio: Seria tão ruim assim? -me encarou e desceu o olhar pros meus lábios

Não, claro que não.

-Bom, tem dúvida? -respondi rapidamente -Tu é um homem cercado de mulher surtada, e provavelmente perseguido pela mãe do teu filho.

Na realidade, eu não me importaria com isso. Mas não quis deixar claro, que ele era odiado pela minha mãe.

Índio: Não acho, que é só isso doutora, manda o teu papo. -fez uma análise em meu rosto

Soltei o ar, e pensei quando que eu tinha prendido ele? Enfim, o formigamento nas minhas pernas eram grandes.

Seu rosto foi se aproximando lentamente do meu pescoço e relaxou sua testa no meu ombro, beijando o local lentamente.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOWhere stories live. Discover now