capítulo 58

1.6K 118 6
                                    

Mayara: Lorena. -gritou

Abrir os olhos assustada vendo a escuridão por conta da sacola preta. Tentei me mexer sentindo alguém passando a mão na minha perna.

Jacaré: Quieta, facilita as coisas. -sussurrou no meu ouvido -Tirem fotos e manda pra ele.

Fechei minhas pernas sentindo vontade de vomitar com aquele cheiro terrível de cigarro e suor.

Mayara: Para Jacaré, por favor.

Jacaré: Cala boca , filha da puta. -gritou e eu escutei um tapa estralado

Xxx: Gostosinha tu. -sussurrou no meu ouvido

-Me solta, nojento! -gritei sacudindo minhas pernas

Tiraram a sacola da minha cabeça e eu encarei uns 5 traficantes.

Virei a cabeça vendo a Mayara desmaiada ao meu lado e uma poça de sangue.

Jacaré: Seria tudo mais fácil, se o filho da puta do Índio não tentasse roubar minha grana, se o pai dele não fosse tão desgraçado, se tu não fosse tão gostosinha. -encarou o chão limpando a mão na cintura -É bom ,não tentar a sorte.

Xxx: Faltam 15 minutos. -falou um loirinho encarando o relógio

Xxx: Temos tempo pra brincar, chefe?

Jacaré: Aproveitem. -saiu da sala e uns 3 traficante seguiu ele

Senti o loirinho se agachar na minha frente se aproximando pra beijar meu pescoço.

Xxx: Tudo bem, não mordo. -falou baixo

-Fica longe de mim, seu merda. -falei entre dentes

Xxx: Eu gosto dessas LK, fico louco. -o moreno se aproximou observando

Xxx: Abre as pernas. -quando ele se aproximou mordi sua boca -Vagabunda.

Senti um tapa no rosto e a porta abrir me dando a visão de uma mulher.

Xxx: Thais saí daqui! -ordenou o loirinho

Virei meu rosto vendo ela abrir a boca e se aproximar do moreno.

Thais: Merda, cês tão louco? Jacaré passou dos limites, porra. -se ajoelhou ao lado da Mayara -Ela tá grávida.

Xxx: Marca 10 que eu volto, vô te morder todinha, pra tu aprender a ser delicada. -resmungou limpando a boca com sangue e saiu seguindo o moreno

Encarei a Thais ligando a lanterna do celular e se aproximando de mim.

-Por que isso tudo? -choraminguei

Thais: Eu tava fora, cheguei hoje de Angra. Ele sabia que eu não iria aceitar essa merda. -pegou o celular

Escutei um disparo seguindo de uma rajada de metralhadora.

Mayara: Salva o meu bebê. -sussurrou se encolhendo no chão

Thais: Calma, vô desamarrar cês duas, antes que o meu tio volte. Caso ele apareça, se escondam.

Ajudei ela a me soltar depois fui acudir a Mayara que tava sangrando muito. Tinha um corte na perna por conta dos estilhaços de vidro, analisei o corte enfaixando com metade da blusa que foi rasgada.

Mayara: Não aguento correr. -segurou minha mão

Thais: Eu conheço a favela, ajudo tu sair, depois buscamos ela com ajuda.

O celular tocou e ela encarou atendendo.

-Aguenta firme, Mayara. -sussurrei vendo ela tremendo

Thais: Vamo. -levantei seguindo ela -Depois disso, tu vai precisar arranjar um barraco pra mim, tô indo de frente com as normas das facções.

-Eu juro que, vou te recompensar pelo resto da minha vida. -falei parando sentindo uma pressão na cintura

Fui puxada por um abraço confortante, virei a cabeça vendo uma movimentação correndo entre as vielas e o meu coroa me segurando em seu braço.

Teco: Precisa voltar, indo por aí cês vão bater de frente com a trocação. -falou firme e encarou a Thais

-Ela é confiável. -falei baixo e abracei ele

Seguimos novamente pro barraco que estávamos enquanto ele tentava manter sinal no rádio com os meninos.

Observei sua aparência e a medida que ele ficou ofegante, analisei sua barriga sangrando.

Teco: Foi apenas um tiro, já levei mais. -brincou e eu encarei ele

Thais: Tá sinistro. -apontou quando eu levantei a blusa dele

-Por favor, precisamos sair daqui. -sentei ao lado do meu pai ajeitando ele no meu colo

Era como a sensação da noite repassada, mas agora era ele quem estava frágil no meu colo.

Teco: Tá tudo certo, minha prioridade é tirar tu dessa favela. -passou a mão no rosto

Escutei um estralo e alguém caindo na porta do barraco.

Thais: Merda. -levantou indo pra trás da porta

Virei a cabeça vendo a Mayara apagada no chão e o meu pai respirando com dificuldade. Analisei a arma em sua mão e peguei apoiando no meu punho.

Mirei na porta pronta pra atirar quando escutei a voz do Luan.

Luan: Tu falou direita, porra.

Índio: Era pra esquerda, caralho. -passou pela greta

Quando eu ia gritar meu pai apertou minha mão.

Teco: Não, não tão sozinhos. -sussurrou -Aponta pra porta.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOWhere stories live. Discover now