capítulo 25

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Acordei escutando um pagode estralando no meu ouvido, virei o rosto vendo que já era 11:30 da manhã.

Levantei indo pro banheiro tomar um banho por que o Vidigal tava parecendo um spoiler do inferno, um calor insuportável. Arrumei meu cabelo e vestir um macacão curto, coloquei uma havaianas e desci encarando o movimento no portão de casa.

Começa com um paredão no portão, cadeiras espalhadas, cerveja, e um cachorro caramelo raptando todas as carnes que caia no chão.

Julia: Lore amor. -beijou minha bochecha carregando uma caixa de cerveja -Tua mãe tá na cozinha.

Virei passando pela sala vendo umas duas crianças sentadas no sofá brincando.

-Nada mal, dona Fernanda. -caminhei até ela no fogão

Fernanda: Se saia da minha cozinha. -reclamou me encarando -Mostrando três dedos de bunda, né?

Encarei ela com um short curto e cruzei os braços.

-Vou nem dizer nada.

Fernanda: Diga mesmo não, vá ali no bar do Márcio comprar vodka, aproveita e chama a Carol. Hoje é dia de folga. -se mexeu animada

Nem resmunguei, apenas peguei o dinheiro e sair vendo o pessoal me encarando quando eu passei no portão.

Jr: Ô cocota do padrinho, tu tá mandada né Lorena. -me abraçou de lado -Não fala mais.

-Tô sempre falando com tu ,pô. -me afastei encarando ele

Pior que o coroa é bonito, a dona Júlia escolheu o cara certo. Cabelo na régua, tatuado.

Desviei o olhar por alguns minutos quando a moto do Índio passou por nós, encarei ele com o capacete no braço, cabelo bagunçado, todo trajado na postura e a cara fechada.

Ele parou ao lado do Teco, falando alguma coisa, e depois assentiu subindo. Por um minuto nem percebi que havia uma guria na garupa dele. Era uma ruiva, com um corpão ,empinada.

Jr: Tu toparia? -falou e eu voltei atenção pra ele sem entender nada

-Sim. -ele me encarou incrédulo

Jr: Tu toparia uma casa de prostíbulo no Vidigal? -repetiu 

-O que? -pigarrei rindo -Não, como tu chegou nesse assunto?

Jr: Aí caralho, eu que fumo e tu que fica na marola. -riu de lado e saiu andando

Fiz o mesmo, caminhei pela pista descendo a ladeira.

Cheguei no bar vendo a Carol e seus dois maridos, PH e Paquetá. Não sei se eles sabem que os dois são ficantes premium dela. Mas a gata, é sortuda, por ter dois machos. Com todo respeito ,ainda são dois gostoso.

-Bora trabalhar. -falei vendo o olhar de socorro da minha amiga

Carol: Eu falei. -me puxou rindo -Eles não tão acreditando que nós marcamos aquele rolê ontem.

-É, foi um rolê. -falei desconfiada -Preciso falar com tu.

Paquetá: Tu chega assim, sem nem dar um boa tarde, subiu pra cabeça foi? -puxou um fio do meu cabelo

-Já vai começar, perturbado? -cruzei os braços

PH: Ê, respeito com a mulher do Indio, nossa futura patroa. -encarei ele fazendo careta

-Não sei da onde cês tiram isso.

Carol: Página de fofocas. -virou as costas indo pro balcão

Os meninos saíram falando algo no radinho e eu caminhei até ela.

-Essas páginas, falam exatamente do Índio, ou da favela?

Carol: Da favela, mas obviamente, o foco é o dono dela. No caso, o teu amigo do peito e camarada.

-Então, já devem tá falando da ruiva que tá na garupa dele, né?

Carol: Não sei. -levantou o celular me entregando -Olha aí, enquanto eu me arrumo pra sair.

-Tá, e separa a vodka e Ice pra mim. -falei caminhando até a mesa

Sentei na cadeira rolando o feed da página.

"Fofocas do Vidigal- Todo dia uma mina nova, hoje o nosso patrão Índio, está pra cima e pra baixo com a suposta nova mulher. A ruivinha, alguns dizem que são amigos, outros que estão se pegando. E aí o que acham? Lembrando que nas últimas semanas, ele foi flagrado com a nossa doutora Lorena, a enfermeira do posto da Santa Cruz. E moradora da comunidade. Houve ilusão nesse meio?"

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOWhere stories live. Discover now