capítulo 44

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1 mês depois...

Lorena

As coisas definitivamente mudaram nas últimas semanas.

Depois daquele dia, voltamos pra favela, sentamos e conversamos. Descobrir que a minha coroa estava enfrentando um câncer de mama e eu não tinha noção.

Achava que ela estava indo pro trabalho mas o seu salário era a herança, e o tratamento foi metade do dinheiro. Eu estiva chateada mas pensei na possibilidade de perder ela durante aqueles dias, e perdoamos uns aos outros.

Na real o Thiago, meu pai, não quis perdoar. Mas eles são amigos, pelo menos ele fala que não conseguiria ficar com ela mas é todo preocupado em levá-la pro tratamento.

Estou trabalhando diariamente pra conseguir pagar aos poucos o dinheiro que o Índio tirou da comunidade pra pagar a dívida do CDD. Ele não aceita o dinheiro, mas um dia vai.

Sobre eu e ele, estamos bem próximos. Ainda não transamos, estamos aguentando durante 1 mês, mas não tá fácil nessas últimas semanas.

O Luan descobriu que não é o pai do filho da Mayara, ela voltou pra Penha depois que soltou a bomba na favela. E o meu melhor amigo está até hoje tentando se redimir comigo.

Carol assumiu o Paquetá, ela fez uma escolha, finalmente. O PH tá seguindo em frente também.

Aluguei um barraco próximo a casa da minha mãe, estou morando com a Carol. Dividimos o dinheiro e os horários de tudo.

Sair do trabalho sentindo meus pés inchados por conta da caminhada que eu fiz ontem.

Luan: Nossa senhora. -encostou do meu lado tentando caminhar na mesma velocidade -Tá gostosa hoje.

-Valeu, corno manso. -respondi rindo

Luan: Cansa nunca? -riu alisando a cabeça

Eu e a Carol rimos tanto quando descobrimos sobre essa treta, que quando ele parou pra me contar que não era o pai eu senti dor no estômago.

-Não posso perder oportunidade. -respondi parando de caminhar

Luan: Hoje tem baile, vai brotar?

-Talvez, vou pensar. -prendi meu cabelo e ele se aproximou beijando o meu pescoço -Para Luan.

Luan: Saudades do nosso lance. -sussurrou

-Pena. -encarei ele fazer birra me segurando

Luan: Hoje, eu pulo a varanda e nós faz aquele sexo bolado. -beijou minha têmpora

Agora não temos mais uma janela pra pular, era só entrar pela porta da frente. Privilégio de morar sozinha.

-Sonha mais, amor. -sussurrei atravessando a rua e ele colocou a mão na cintura seguindo pra viela

Sorrir internamente dele e virei procurando a chave pra entrar em casa. Não achei, então fui pra casa da minha mãe.

-Tô entrando. -gritei abrindo a porta e vi ela e a tia Júlia

Julia: Amor da dinda. -levantou me abraçando -Gostosa.

-Saudades de tu. -beijei a bochecha dela e virei pra minha coroa -Na paz, dona Fernanda?

Fernanda: Tô suave, depois liga pro teu pai, ele tava te procurando. -olhei o relógio

-Perdi minha chave, tô com preguiça de viver hoje. 

Julia: Tem baile hoje, já tô chamando tua mãe.

-Eu tô pensando se eu vou, ou não. -resmunguei me jogando no sofá

Fernanda: Cadê o Índio? -encarei ela -Saudades do Marquinhos, vi ele com a Marina mais cedo.

Além das coisas estarem mudadas, agora minha mãe aceita o Índio. Depois que ele pagou a dívida ela passou a amar ele, apoia até nós dois.

-Não vi ele hoje, talvez mais tarde no baile.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOWhere stories live. Discover now