capítulo 22

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Depois de ontem o Índio me deixou em casa e não paramos de trocar olhares. Durante o trajeto até minha casa, ele passava o olhar no meu corpo e falava pouco. Queria descobrir mais sobre ele, e como chegou nesse poder,ainda jovem.

Tudo bem, que ele é mais velho que eu uns 10 anos.

Fui dormir, tava quase amanhecendo e eu pedi pra trocar de plantão com um colega, afinal passei a madrugada toda em baile.

Levantei e desci as escadas pronta pro trampo, era umas 15:00 horas , passando a novela Avenida Brasil e a dona Fernanda tava na sala. Com a sua companheira fiel, Julia.

Julia: Fala gostosa. -olhei pra ela e sorrir torto -Tá cansada né? Fiquei sabendo que o posto tá um caos.

Essa semana tava faltando profissional no posto, eu tomava a frente por ser enfermeira, mas cada um tem sua especialidade. Técnico, enfermeiro, médico...

-Pois é, um plantão mais longo, que o outro. -bocejei

Fernanda: Ainda chega tarde em casa, a vida maceta, e não é uma rola, tu se ligue.  -olhei pra ela

Julia: Cada dia que passa, fica mais baixa essa mulher.

-Pra tu ver madrinha, isso não é nem a metade.

Fernanda: Quero vê minha novela. -jogou almofada na gente

-Provavelmente, eu vou chegar tarde hoje. Tu não vai trabalhar ,não? -ela negou -Tá planejando algo?

Fernanda: Sábado, tem churrasco aqui em casa. Vou fazer compras, e amanhã vô sair.

Todo os dias tem baile e churrasco nessa comunidade, e eu como não sou besta, tô por dentro.

Meu celular vibrou e encarei a mensagem.

+Luan: tô esperando, aqui fora. 🤙

Mais cedo ele mandou uma mensagem se oferecendo pra me levar pro trampo, e aproveitar, pra se desculpar.

Eu não disse nada, mas ele entendeu meu silêncio, como um sim, afinal tá buzinando feito um louco.

-É o Luan, já vou. -levantei encarando as duas -Amo vocês.

Julia: Te amo, prostiranha da dinda. -bateu na minha bunda

Sair de casa vendo o gostosão plantado na moto me encarando.

Luan: Opa vida. -sorriu de lado e depois se remexeu na moto -Pô, que cara de baiacu é essa?

-Eu só aceitei a carona, por que, tô morta de cansaço.

Luan: Tu fez o que ontem? -coloquei o capacete e montei segurando na cintura dele -Te vi sumir do baile.

-Fui no quiosque da baixada.

Luan: Com quem?

-Ih, te devo satisfação agora, Luan?

Luan: Tua coroa, tá ligada ,que tu tá se envolvendo com o Índio?

-Eu não tô me envolvendo com ninguém, não marola. Saimos juntos, como colegas.

Luan: Abre teu olho, tô ligado na maldade,a mente de um homem é podre. -olhei pra ele pelo retrovisor -Tu e ele já ficaram, né. Gatinha do crime.

-Não fode, Luan. -resmunguei e ele me encarou malicioso

Luan: Não fodo, eu maceto. -dei um tapa nele -Tu ficou bolada, por conta da Mayara?

-Não.

Luan: A Carol falou outra parada.

-Eu não tô bolada com a Mayara, tô com tu. Afinal, quem me devia prioridade era tu.

Luan: Peço perdão, papo reto. -acelerou e estacionou no fundo do posto -Te amo, tu sabe né.

-Tu ama porra nenhuma. -desci entregando o capacete

Seu olhar seguiu meu corpo e sorriu de lado, maldito.

Luan: Tenho plantão hoje, se der tempo, te vejo mais tarde.

-Só saio 00:00 hoje. -encarei o relógio -Ficaria grata, se pudesse mandar um lanche pra mim. Pelo menos pra diminuir o ódio que fiquei da sua cara.

Luan: Se o teu padrasto liberar, eu trago.

Palavra forte pra usar com o Teco, não considero como meu padrasto, as vezes até esqueço. É só, o tio Teco. Ficante da minha mãe, e melhor amigo, do meu falecido, pai.

-Ele libera. -dei um breve selinho nele e sair

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora