capítulo 50

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Índio

Nunca curti essa fita de dividir o que é meu, desde menor cresci sendo possessivo com aquilo que me pertence.

A diferença é quando se trata de mulher.

Mina não é algo pra se tomar posse, então naquela situação com a Lorena, ou eu poderia usufruir do momento, ou seria inseguro e assistiria ela com outra cara.

Me garanto pra caralho, faria mais estrago sozinho do que com outro maluco na cama dela, mas foi uma escolha solo.

O problema é que eu não conseguia tirar aquela maluca da cabeça, foi um chá de buceta forte pra me deixar pensando nela.

Não queria imaginar o Luan colocando a mão nela, por que queria que só o meu nome saísse daquela boca gulosa.

Hoje tínhamos uma reunião com as facções, correria o risco de ter discussão mas nada contra a minha vida. Afinal puxei o genil do meu pai de aproximar os inimigos e os amigos. Quase a metade das facções do RJ é aliado do Vidigal.

Enquanto o MT falava a proposta de aliança com outra facção, minha atenção tava na Lorena.

Chegou devagarinho no grupo das mina e agora já tá enturmada, de longe escuto as risadas e ela com o Marcos deitado em seu colo.

Preferia mil vezes analisar ela como a mãe do meu filho, acredito que ele também.

MT: Mandei o papo pro VK, avisei que a milícia tá doida pra comer o cu de geral. -cruzou os braços

Galego: Cidade de Deus, tá com menos traficante, mandei uns vapores firmeza pra fortalecer. Mas Jacaré tem uma mente muito fechada pô.

Jota: Eu mermo não confio nesse cara aí. -puxou o copo de Whisky e eu observei calado

MT: Vidigal tá numa situação tranquila, aqui também. Tô pensando na melhora dos nossos comparsa.

Galego: Tu também só chamou pra brotar os que é teu braço. 

MT: Essa visão mermo, confio em pouca gente nessa vida. Mesmo sendo meu aliado, tá aqui quem pularia na bala.

Eu não pularia na bala por ele.

Jota: Tá geral com a cara estampada na lista da milícia, essa é a visão.

Observei a Lorena gargalhar e virar o rosto me procurando, seu olhar achou o meu e um sorriso espontâneo surgiu me fazendo trocar a posição.

Aquela criatura consegue fazer eu ficar doido com apenas um olhar, papo reto essa mulher colocou meu nome da boca de algum sapo aí.

MT: Tu acha isso Índio? -virei pra ele confuso -Tem que deixar se fuder geral?

-Ninguém aqui tá na lista. -falei óbvio -Se tu não pularia na bala por eles, nós também não pularia. Por que quer fazer boa ação de envolver as outras facções? Se entrou nessa vida, tá ligado que uma hora vai cair pô.

Galego: Essa fita mermo. -fez sinal pra mim

MT: Tem outra treta também, as drogas que eu peguei com o Jacaré mês passado, ele deixou uma dívida aí.

Jota: Já entramos em uma treta com o CDD. -falou ascendendo o baseado

De longe avistei o Tuga chegar com a sua filha ruivinha. Colega de anos nessa caminhada, até estranhei quando eu cheguei e ela não tava por aqui, ia apresentar pra Lorena.

Tuga: Visão. -fez um toque com geral

Ruivinha: Gostoso. -deu um beijo no meu pescoço e falou com geral sentando no meu colo

Dei dois tapinhas na cintura dela pra ela levantar por que eu perdi a visão da Lorena.

Ruivinha: Relaxô cara, tua mulher não confia na sentada dela? -brincou baixo e eu neguei jogando a cabeça pra trás

-Levanta cara, namoral. -resmunguei -Ela nem sabe que tu é.

Ruivinha: Tu não contou? -olhou pra mim e levantou sentando no meu lado com a perna encima da minha

Olhei pra frente vendo a Lorena desviar o olhar e fechar o semblante.

-Tô fudido. -sussurrei coçando a nuca

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOWhere stories live. Discover now