31| Um coração quebrado

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Entrei em casa já um pouquinho tarde. Eu havia avisado a minha mãe, para evitar confusões... A diferença da última vez, é que eu não especifiquei com quem eu havia demorado.
Era melhor assim, já que ela parecia tão incomodada com o fato de eu estar me envolvendo amorosamente com outra pessoa.

A casa estava escura e em silêncio. Subi as escadas com a luz da lanterna me auxiliando, para evitar uma queda feia.

Assim que cheguei no topo da escada, estranhei escutar um som baixinho de choro, vindo do quarto de Nana.

Desliguei a lanterna do celular, e em passos leves como as de uma pena, me aproximei da sua porta, colocando o ouvido ali.

Constatei que ela realmente estava chorando, e automaticamente fiquei preocupada.

Coloquei a mão na maçaneta, e com cuidado, abri a porta.
Diana estava no chão do quarto, com as costas encostadas na cama, e a cabeça entre os joelhos.
Ela levantou a cabeça e me olhou um pouco assustada.

ㅡ Onde estava? ㅡ sua voz saiu de choro.

ㅡ Na lanchonete.ㅡ fechei a porta, mas não avancei. ㅡ O que houve?

Ela hesitou alguns segundos antes de responder.

ㅡ Acho que ele me deixou.ㅡ fungou tentando segurar o choro.

Franzi o cenho, preocupada com a sua situação. Eu sabia que o cara o qual Nana estava se envolvendo, não iria querer nada sério, mas mesmo tendo razão, eu nunca iria querer ver minha irmã com o coração quebrado.

ㅡ Pode falar que avisou.ㅡ falou, enxugando a bochecha com o dorso da mão, me olhando logo em seguida.

Pude ver, através da luz de sua luminária ao lado da cama, que seu olho estava inchado, indicando que ela estava chorando  já fazia um bom tempo.

Suspirei me aproximando, e balançando a cabeça negativamente. Me agachei em sua frente, e passei meu polegar abaixo dos seus olhos.

ㅡ Eu não vou torcer pelo seu mal, Nana.ㅡ inclinei a cabeça.ㅡ Espero que esse filho da puta se lasque por fazer você chorar dessa forma.

Ela abaixou a cabeça, até encostar a testa em seus joelhos.

ㅡ Ele disse que não podia me ver por enquanto, mas depois disso, não me mandou mais mensagem.ㅡ falou baixinho.ㅡ Espero não estar sendo muito dramática.

ㅡ Não, você não está. Ele deveria te dar uma explicação pra esse sumiço.ㅡ Trinquei o maxilar.ㅡ Desgraçado...

ㅡ Não o odeie, Pen.ㅡ me olhou suplicante.ㅡ Ele me prometeu que viria conhecer vocês, e ele vai. Não comente nada disso com a nossa mãe, tudo bem?

Arqueei uma sobrancelha, engolindo os xingamentos presos em minha garganta.

ㅡ O que você faria se me visse chorando por um cara? ㅡ rebati, esperando sua resposta, mas ela não veio. ㅡ Pois é, Nana. ㅡ levantei ㅡ Quer que eu faça um chá? Pode melhorar a sua provável dor de cabeça.

Ela fungou e fez que sim com a cabeça.

A ajudei à se levantar, e então descemos até a cozinha, onde eu fiz um chá de camomila e lhe entreguei em uma xícara com comprimido para dor de cabeça diluído dentro.

Diana pegou, bebendo tudo sem reclamar.

ㅡ Você não estava na lanchonete até uma hora dessas.ㅡ não foi uma pergunta.

Coloquei o restante do chá em outra xícara, e me sentei ao seu lado, bebericando o líquido.

ㅡ Eu estava de frente à lanchonete, não menti.ㅡ respondi e ela riu pelo nariz.

ㅡ Com quem? Den?

Escondi o sorriso, levando a xícara aos lábios; após dar um longo gole, falei:

ㅡ Den foi me buscar. Acabamos conversando demais.

ㅡ Aham... Conversando demais?ㅡ ela sorriu, e eu gostei de ver isso em seu rosto. Então deixei que ela explorasse o assunto, se isso a faria se sentir melhor.ㅡ Vocês estão sério?

Não a olhei.

ㅡ Pra mim, é. Mas nunca conversamos sobre isso. Está muito cedo para rótulos.

Ela concordou.

ㅡ Espero que dê certo...ㅡ dessa vez a olhei, com um sorriso fraco.

ㅡ Eu também, Nana.

Ela sorriu de volta e voltou à beber o restante de seu chá; fiz o mesmo, e então ficamos em um silêncio confortável, embora a minha mente estivesse barulhenta.

Um Acordo ( Concluída)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora