Um Acordo ( Concluída)

90| Dennis

Pen me olhou por alguns segundos, e aos poucos vi seus olhos marejarem. Eu não sabia se era de felicidade ou tristeza, mas ela estava chorando.
Enfiou o rosto por entre as mãos e desatou a chorar.

Me apressei em acalmá-la, mesmo que meu estado não fosse os dos melhores, mas se as minhas suspeitas estivessem certas, apenas alegria viria.
Mesmo com as dificuldades.

ㅡ Amor...ㅡ tirei suas mãos do seu rosto, e ela afundou o mesmo em meu peito.

Eu imaginava tudo, menos essa reação.

ㅡ Não está falando isso porque engordei, não é? ㅡ soluçou. ㅡ Isso te incomoda?

Franzi o cenho, sentindo meu coração dobrar de tamanho. A afastei, segurando seu rosto com as minhas mãos e encarando seus lindos olhos.

ㅡ Não, amor.ㅡ beijei suas pálpebras úmidas.ㅡ Isso nunca me incomodaria.ㅡ lhe dei um selinho.ㅡ Digo isso porque eu conheço o seu corpo como se fosse o meu. Eu não falaria isso como forma de magoá-la.

A possível barriga de gravidez de Pen quase era invisível, mas estava lá. Ela ficou calada, aos poucos parando de chorar e a ficha caindo. Pen se afastou, piscando rápido.

ㅡ Apertei seu seio e ele saiu leite. ㅡ falei por fim.ㅡ Sem contar nos sinais que você está dando. Já passamos por isso, não acha que é...ㅡ ela baixou a cabeça, e eu hesitei ao constatar o que já desconfiava.ㅡ Você já sabia?

ㅡEu desconfiava.ㅡ respondeu.ㅡ Fiz o teste e deu positivo.

Fiquei calado por alguns minutos, tentando controlar as emoções que me invadiram. 
Então ela realmente estava grávida!

ㅡ Por que não me falou?ㅡ perguntei, baixo.

ㅡ Porque eu não quero ver a sua decepção se isso não der certo. Eu só queria me preparar antes de dar essa notícia de uma forma mais animada que não fosse tão... Angustiante?  ㅡ enxugou suas bochechas.ㅡ Eu estava planejando fazer uma surpresa. Me desculpemㅡ não me olhou.

Suspirei, passando a mão pelo rosto e pelos cabelos e logo em seguida a puxando para mim.

ㅡ Tudo bem, princesa... Mas não deveria demorar tanto... É um momento que devemos compartilhar juntos, ok? ㅡ ela fez que sim, fungando.ㅡ E não pense que não estou feliz. Porra, estou muito feliz por isso, amor, de verdade! Eu só estou processando tudo.

ㅡ Eu sei.ㅡ murmurou baixo.ㅡ Estou com medo, Den.

A apertei, beijando o topo da sua cabeça.

ㅡ Não vamos pensar negativo. Vai dar tudo certo! Dessa vez vamos nos cuidar o máximo, certo?ㅡ ela se afastou, me olhando.ㅡ Assim que chegarmos em casa, vamos agendar sua consulta. O acompanhamento médico é importante.

Ela concordou, ainda calada. Eu não sabia o que se passava na sua mente, mas podia imaginar seus temores. A deitei na cama com cuidado, e abri seu roupão, deitando minha mão sobre a sua barriga e fazendo carinho ali.

ㅡ Sabe de quanto meses estamos, pequena?

ㅡ Dois. ㅡ ela sorriu levemente.

Beijei sua bochecha, o que a fez sorrir mais e colocar a sua mão sobre a minha.
Eu tinha uma puta sorte de estar com a mulher que amava, isso me dava coragem para continuar sendo forte por ela, mas agora, tinha motivação em dobro.

Em todas as gestações eu senti a mesma coisa, e com essa não seria diferente.
A única diferença era que na primeira, Pen não sabia r havia descoberto durante o aborto espontâneo aos três meses. No segundo, a gente descobriu cedo, mas pouco durou também.  No terceiro a gente demorou de notar, a estabilidade emocional de Pen não estava boa, ela andava muito triste e isso afetou a gravidez frágil, mas não era sua culpa, nós não sabíamos e ainda estávamos nos recuperando da última percas. Quando notamos já era tarde demais, e assim como o segundo e o primeiro, o aborto espontâneo veio.

Mas nesse, eu tinha a certeza de que iria ser diferente. Eu estava mais pronto para dar todo o apoio que Penelope precisava, e agora, ela também parecia estar mais confiante do que antes, mesmo que alguns medos viessem.

Ficamos conversando sobre o bebê, sem nos importar com o tempo. Logo, Pen dormiu em meus braços, e até pude sentir sua leveza ao fazer isso.
Demorei para pegar no sono, mas ele veio.

~~

Owm