87| Sinais

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ㅡ Não é como se minha vida fosse só voltada para isso.ㅡ Elsa falou, desligando o celular e me olhando com cara de "desculpa". ㅡ Era Carl... Enfim, sobre o que você estava falando?

ㅡ Não lembro.ㅡ falei, mas logo emendei outro assunto.ㅡ A senhora tem alguma novidade?

Elsa sorriu, começando a puxar um assunto sobre como a sua viagem com Carl havia sido incrível.
Por um momento, pude relaxar, sem ficar preocupada se o papo iria chegar ou cair na questão de filhos... Porque parecia que tudo levava à isso.

As pessoas só te dariam credibilidade de você cumprisse o seu papel de mulher, e desse um filho ao seu pobre marido. Parecia que todos os mais velhos pensavam isso, mas, claro, não era o caso da minha mãe.
Ela meio que " sem querer" chegava nesse assunto, mas não tentando me machucar ou se meter na minha vida, mas preocupada com o meu estado..
Porém, mal sabia ela que eu odiava tudo que se relacionasse à esse tópico.

Eu havia criado uma barreira em minha própria mente, que me privava de sofrer.
Agora, eu realmente estava querendo ficar em outras coisas, e não só como se meu único motivo de vida fosse passar à frente a minha descendência.

Eu e Den éramos muito mais que objetos de reprodução. Porra, eu tinha uma vida. Um marido lindo e que me amava!

Fechei os olhos rapidamente, afastando esses pensamentos.

Porra!

ㅡ Pen? ㅡ Elsa me chamou, me fazendo olhá-la.

ㅡ Sim?

ㅡ Está tudo bem?

ㅡ Um cisco entrou em meu olho.ㅡ esfreguei a pálpebra, fingindo.ㅡ Continue.

Ela sorriu e continuou, ficando inerte em cada palavra que saia de sua boca. E para a minha surpresa, eu também havia conseguido!

Conversei com a minha mãe sobre diversas coisas. Já estava ficando um pouco tarde quando terminamos de lanchar.

ㅡ E vocês? Pretendem viajar?ㅡ perguntou.ㅡPorque se forem, eu recomendo o hotel que eu e Carl fomos!

Olhei para a taça da batida de morango que eu havia tomado, e sorri aos poucos. Era para ser apenas um café, mas eu havia devorado mais um pouco que somente duas taças de mil-shake de morango.

ㅡ Acho que...ㅡ a olhei.ㅡ Acho que sim. Eu e Den realmente precisamos disso.ㅡ sorri realmente pensando na ideia.ㅡ Isso vai nos ajudar à tirar algumas coisas da mente. Relaxar nosso casamento... Que dizer, não que não esteja relaxado e bom, mas o trabalho vem ocupando nosso tempo.

Ela sorriu também, cobrindo minha mão sobre a mesa, com a sua.

ㅡ Vai ser bom pra vocês, Pen. Mando a localização quando quiser e...

ㅡ Agora mesmo. Vamos viajar depois de amanhã!ㅡ a interrompi, falando rápido e decidida.

Elsa arregalou os olhos, surpresa.

ㅡ Já?

ㅡSim! Não quero ter desculpa para não ir.

A tela do meu celular vibrou com uma mensagem de Den. Aproveitei para olhar as horas e vi que já estava tarde.

Elsa ficou calada, então eu falei:

ㅡ Vou indo, mãe.ㅡ levantei e ela fez o mesmo.ㅡ Eu pago a conta.

Ela assentiu, agradecida, e eu chamei o funcionário do lugar com a mão, pagando a conta logo em seguida. Enquanto eu esperava o home finalizar o pagamento, senti algo incomodar Elsa, já que ela não parava de me encarar.

A olhei assim que o moço me deu a notinha e saiu.

ㅡ O que foi, mãe?

Ela hesitou em falar, mas como se não conseguisse se segurar, comentou:

ㅡ Como vai a sua menstruação?

Bufei, revirando os olhos.

ㅡ Ah não, mãe...

ㅡ Pen, eu não estou vendo coisa, você está mudada! E você nem se atenta mais aos sinais!

Fechei os olhos, respirando fundo.

ㅡ Mãe... Por favor, chega.

ㅡ Tudo bem, tudo bem! Parei! Me desculpe.ㅡ baixou o olhar para a minha barriga.

Trinquei o maxilar.
Por conta da ansiedade, eu havia comigo muito nesses últimos meses, o que havia me proporcionado alguns quilos à mais. E hoje, para o meu azar, eu estava com um vestido branco, colado ao corpo.

Enchi os pulmões, soltando o ar com força ao dizer:

ㅡ Estou cansada disso. Eu realmente vou pedir para que pare de me encher de falsas esperanças, mãe... Isso me machuca.

Ela me olhou com culpa e tristeza no olhar.

ㅡ Eu sinto muito, Pen. Prometo não falar mais sobre isso até que você queira.

Engoli em seco, assentindo com a cabeça. Suspirei pelo nariz, e peguei meu celular sobre a mesa,me inclinando para beijar a bochecha da minha mãe.

ㅡ Até mais, mãe. Não esquece de me enviar a localização.

Ela se despediu de mim, ainda tristonha, mas me encheu de beijos e disse que me amava muito. Eu sabia que ela estava se sentindo mal, então dissolvi um pouco da minha raiva e acabei sorrindo, para aliviá-la.

E, talvez, me aliviar.

~~

Lancei esse de agrado ai p oces, boa noite povao!❤☺🌟

Um Acordo ( Concluída)Where stories live. Discover now