Cadê ela?

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Narrador pov:

Esmeralda estava no andar de cima da casa, mexia em um dos quartos que parecia ser o único que era usado pelo o homem que estava enforcado no andar de baixo, a mulher não acreditava que não tinha percebido o corpo, talvez por toda agitação ou até mesmo pelo certo "choque" que sentiu quando Joel a protegeu… isso era algo esquisito de se pensar, Joel não parecia ser do tipo que protegeria alguém, quer dizer, ele tinha ajudado com o soldado, quando precisaram atravessar o metrô, quando machucou sua testa e… mas que merda, não queria pensar no contrabandista a salvando como uma donzela em perigo, ela não precisava ser salva, não precisava de alguém fazendo isso por ela.

Respirou fundo passando as mãos por seu rosto, ficou parada por um momento deixando sua cabeça tombada para trás e encarou o teto, sabia que precisava de Joel para encontrar Tommy, mas também conhecida alguns vagalumes de fora da quarentena, poderia tentar encontrar algum deles e deixar o homem para trás, seria apenas ela e a sobrinha, estaria tudo bem… ficariam bem, talvez devesse fazer isso naquele momento, assim pouparia tempo, já decidida a mulher andou para sair do quarto e acabou batendo de frente contra o corpo do homem, ergueu seu rosto encontrando Joel a olhando, certo, todo seu plano foi por água baixo, abriu sua boca para falar mas nada saia.

— Você está bem? - Mas que merda Esmeralda, não é isso o que você quer falar.

— Por que eu não estaria?

— Sei lá, talvez por você estar esquisito.

— E o que seria esquisito para você? - Seu tom de voz era baixo, Esmeralda o olhava em seus olhos, se sentiu estranha, como quando foi de certa forma repreendida pelo homem, entorpecida seria a palavra certa? - Esme? - A mulher piscou algumas vezes ao ser chamada, estava se sentindo uma adolescente, não fazia tanto tempo que havia se deitado com alguém para estar daquela forma.

— Você toma atitudes esquisitas.

— Atitudes esquisitas? - Franziu sua testa e Esmeralda apoiou seu peso em uma de suas pernas.

— Você sabe muito bem o que eu estou falando, não vem se fazer de sonso. - Esmeralda bufou após falar. - Mas não é sobre isso que eu queria falar, depois que sairmos daqui, vamos tentar encontrar outro carro, você vai poder voltar para a zona de quarentena e eu e a Ellie seguimos em frente.

— Você não sabe onde o Tommy está.

— Não, mas talvez eu ache um vagalume e ele possa ajudar.

— Confia tanto assim ou é um dos seus caras? - Seu tom era provocativo ao falar, a mulher ergueu sua sobrancelha.

— Se for, o problema não é seu, vai ser melhor se cada um seguir o seu próprio caminho. - Assim que falou, não conseguiu nem ao menos acreditar em suas próprias palavras, mas se manteve firme, Joel observou seu rosto e balançou sua cabeça positivamente de forma lenta.

— É, vai ser melhor. - Seu tom saiu baixo enquanto se afastava e saia do quarto, a mulher abaixou seu rosto e passou sua língua por entre seus lábios enquanto respirava fundo, não demorou para sair e descer as escadas encontrando Ellie fechando sua mochila.

— Vamos lá. - Esmeralda a chamou e não demorou para a garota a seguir, chegaram na garagem encontrando Bill e Joel, a mais velha ajudou a sobrinha a entrar na picape e fechou a porta, em seguida puxou a escopeta de sua mochila verificando a munição.

— Puxa o banco mais pra frente, vai ser melhor para você. - Joel falou para Ellie enquanto estava encostado na janela, Esmeralda observou aquilo um tanto surpresa. - Se concentra só aí e deixa o resto com a gente.

— Não vou decepcionar você e nem a Esme. - Ellie tinha o tom firme enquanto segurava o volante.

— Coragem. - Bill murmurou antes de abrir o portão da garagem, tanto ele como Joel foram para trás da picape. - Solta o freio de mão. - Assim que mandou, Ellie o soltou e ambos começaram a empurrar, a mais nova aproveitou a pequena ladeira e tentou ligar o carro, mas não deu certo.

Blood and Death¹ - The Last of UsWhere stories live. Discover now