Capítulo 2

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    (Harry ’s POV) 
        
Soltei um suspiro cansado quando entrei no elevador, rapidamente apertando o botão no painel. Tive que fazer hora numa livraria enquanto o carro era revisado para 
a viagem da manhã seguinte e levei mais meia hora para finalmente me livrar do trânsito do horário de pico. Teletransporte, ainda te aguardo ansiosamente.
Esperei as portas se abrirem para poder me jogar no sofá e vegetar por alguns minutos, porém me surpreendi quando cheguei a um 23º andar totalmente escuro e vazio.

–Anne? – chamei, franzindo a testa ao deixar o elevador, e quase fiquei cego com a súbita iluminação do ambiente.

–Surpresa! – várias pessoas exclamaram em uníssono, surgindo de trás de todos os móveis com sorrisos nos rostos.

–Mas o que... – arfei, assustado, até que reconheci um rosto... E mais um... Espera aí.

–Ih, o velho travou. Alguém vai lá dar um tapa pra ver se volta a funcionar? – ouvi a voz de Brad, meu amigo desde os tempos de faculdade, dizer num tom divertido, e todos caíram no riso.
Era mesmo o que eu estava pensando?

–Peguem leve com ele, a culpa é minha! – Anne sorriu, saindo de trás do sofá e vindo até mim – Afinal, eu o mantive alheio a tudo isso, e muito bem por sinal.

–Metida! – Jules, a mulher de Brad, gritou, e Anne deu língua para ela enquanto algumas risadas voltavam a ecoar pelo apartamento. Eu ainda estava confuso demais para esboçar reação.

–Harry ? – Anne murmurou com um sorriso – Está tudo bem?

–Você... Vocês armaram isso pra mim? – gaguejei, completamente surpreso, e recebi acenos positivos como resposta – Mas... Eu nem desconfiei de nada!

– Esse é o objetivo de uma festa surpresa, oras – Brad revirou os olhos – Como te deixaram ser professor um dia?

Lancei-lhe um olhar cético ao ouvir risos novamente e não consegui evitar me juntar a eles.

–Vocês me pegaram – assumi, impressionado com a quantidade de rostos familiares ao meu redor, e voltei a olhar para Anne – Principalmente você, sua pestinha.

Ela fez uma reverência, sorrindo orgulhosamente do sucesso do plano.

–Tá, agora que você chegou podemos beber, o que significa que você já não é mais o centro das atenções da festa – Brad brincou, me olhando com desdém por um momento antes de rir e me receber decentemente – Parabéns, cara.

–Vai ter troco, pode anotar – prometi, apontando para ele e depois para Jules, que veio me abraçar logo em seguida.

A partir daí todos vieram me cumprimentar, e de repente eu fui engolido por um bando de amigos que eu via quase sempre e outros que não via há anos, o que rendeu bons minutos de conversas. Somente quando enfim consegui atravessar a sala me dei conta de que estava faltando o abraço de alguém.
Olhei ao redor e encontrei Anne rindo numa conversa com Mary, Ewan e Joshua, um amigo que trabalhava com organização de eventos. Por sorte ela olhou na minha direção poucos segundos depois, permitindo que eu pudesse chamá-la discretamente. Segui até o quarto e esperei que ela entrasse atrás de mim.

–O que foi? Algo de errado? – ela perguntou, atenciosa.

–Sim – respondi com o semblante sério, puxando-a pela cintura – Eu não te beijei ainda.

Anne sorriu quando aproximei meu rosto do dela, e levou suas mãos ao meu pescoço, deslizando suas unhas por minha nuca num carinho aconchegante. Mantendo seu corpo grudado ao meu, iniciei um beijo intenso, porém bastante calmo para nossos padrões. Ela correspondeu com vontade, descendo suas mãos por meus ombros e peito enquanto eu seguia na direção oposta e subia por sua cintura. Partimos o beijo com um selinho demorado, ofegantes, e ela me deu um sorriso lindo, com os lábios avermelhados e o rosto bem próximo do meu.

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